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Brasil, nova moeda social na favela Cidade de Deus, no Rio. 100 comerciantes já se inscreveram

Chama-se CDD, das iniciais da comunidade de 38 mil pessoas da Zona Oeste do Rio. O objetivo é estimular a economia local e promover o desenvolvimento sustentável da região, oferecendo descontos de 5 a 10% no pagamento com as novas cédulas. A iniciativa também será seguida por outras favelas. Os precedentes na Europa e nos Estados Unidos

Brasil, nova moeda social na favela Cidade de Deus, no Rio. 100 comerciantes já se inscreveram

É uma das favelas mais pobres do Rio de Janeiro. É chamado Cidade de Deus, uma comunidade de cerca de 38 pessoas que ficou famosa pelo filme de 2002 de mesmo nome.

Desde 15 de setembro passado, esta comunidade tem sua própria moeda: o CDD, que leva o nome das iniciais da favela fundada na década de 60 na zona oeste do Rio. A moeda, cujo valor é igual ao real, é colocada em circulação pelo Banco Comunitário, cuja presidência e diretoria cabem aos moradores do bairro.

A iniciativa, que não é nova no país sul-americano, não é uma novidade nem a nível global: de fato, na Europa e nos EUA, para combater as crises do euro e do dólar, várias aldeias ou regiões adotaram sistemas econômicos paralelos, a fim de preservar sua economia local. Aconteceu recentemente também na Itália, na província de Frosinone, em protesto contra o pacote orçamentário do governo.

O objetivo da nova moeda social carioca é estimular a economia local, incentivando os moradores a fazerem compras dentro da comunidade. Até agora eles são cerca de uma centena de comerciantes participantes do projeto e que oferecem descontos de 5 a 10% se o pagamento for feito com CDDs. 

A iniciativa foi lançada pela Prefeitura do Rio de Janeiro para “promover o desenvolvimento sustentável do território”: "Se não houver consumo interno, a riqueza se desloca para outras áreas da cidade", explicou o vereador do Desenvolvimento, Marcelo da Costa, durante a posse. As cédulas em circulação são de 50 centavos, 1, 2, 5 e 10 CDD e trazem estampadas as faces dos moradores simbólicos da favela. 

No novo banco, os moradores terão acesso a linhas de crédito em reais para investimento e CDD para consumo. Próximo bairro a receber moeda social será o Complexo do Alemão, uma área de 13 favelas que abriga 65 mil pessoas na zona norte do Rio de Janeiro, no centro no ano passado de uma violenta guerra pelo controle do território entre traficantes de drogas e a força policial.

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