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Bolsas de valores: tensão sobre eslovaca no EFSF, mas Merkel mostra otimismo

"Tenho certeza de que teremos a aprovação de todos os estados membros até 23 de outubro." Então o chanceler
depois de Bratislava ter rejeitado o Fundo de Poupança do Estado para a oposição de um dos partidos maioritários – A notícia levantou receios do pior quanto ao plano para Atenas. Nas listas, após uma abertura incerta, sopra um vento favorável.

Bolsas de valores: tensão sobre eslovaca no EFSF, mas Merkel mostra otimismo

A ESLOVÁQUIA DIZ NÃO AO FUNDO DE POUPANÇA DO ESTADO
TRICHET SOS: CRISE DO SISTEMA, DEPRESSA

Sensacional em Bratislava: O Parlamento eslovaco rejeitou a aprovação do alargamento do Fundo de poupança do Estado já aprovado em julho passado pela cúpula de chefes de Estado da União Européia. A primeira-ministra Iveta Radicova havia depositado sua confiança na medida, mas isso não foi suficiente para vencer a oposição de um dos quatro partidos de sua coalizão, Liberdade e Solidariedade. E assim, pela responsabilidade de um partido que conta com 12% do eleitorado de um dos países mais pequenos e pobres da UE (não mais de 400 eleitores num corpo de eleitores de 4 milhões e meio de pessoas), a Europa arrisca sérias repercussões institucionais. Segundo alguns, é possível contornar o não voto em Bratislava ou refugiar-se no apoio da oposição que poderia reverter o destino do dispositivo em uma próxima votação prevista para dentro de uma semana, mas o pesado mecanismo da União, que prevê por unanimidade, sai em pedaços.

A notícia veio, ironicamente, algumas horas depois a aprovação da troika para a ajuda a Atenas. Mas, sobretudo, depois do dramático apelo de Jean Claude Trichet: "O mais importante e urgente a fazer - disse o presidente cessante do BCE ao Parlamento Europeu - é restabelecer a confiança na dívida soberana: é fundamental, senão estariam expostos a novas crises do tipo das de 2008”. Em suma, enquanto continua a transferência de responsabilidades entre Berlim e Paris e a Itália levanta problemas de método, invocando soluções comuns (com os tempos italianos, supõe-se), as coisas vão-se desmoronando: ""A crise, já sistémica, no nas últimas três semanas piorou e as instituições devem agir rapidamente, sem mais demoras que agravariam a situação”. 

ALCOA -5%, ABRE TEMPORADA DO ORÇAMENTO DOS EUA COM FALHA
SANÇÕES DOS EUA CONTRA O YUAN. TENSÃO AUMENTA COM PEQUIM

A Europa trai a Alcoa. A gigante do alumínio, que abriu a temporada trimestral em Wall Street como de costume, anunciou ganhos trimestrais de 15 centavos por ação contra 28 no segundo trimestre, bem abaixo das previsões dos analistas (22 centavos). A desaceleração depende da queda nas vendas na Europa, enquanto a atividade segue satisfatória no restante do planeta. De qualquer forma, o CEO alemão do grupo, Claus Kleifeld, espera um crescimento no final do ano, embora a taxas menores do que as previsões no início de 2011. As ações da gigante do alumínio caíram 5%.

Sessão sem motivos particulares de interesse (ou tensão) ontem em Wall Street. O índice Dow Jones marca -0,15%, o Standard & Poor's 500 cresce 0,05%. O Nasdaq movimentou mais +0,66%. A atenção do mercado se volta para a temporada trimestral: aguardando ansiosamente as contas do Goldman Sachs, anunciadas em 13 de outubro. Estes podem ser os piores resultados desde 2008. Muito mais significativo foi o desempenho dos títulos T no dia em que o Tesouro colocou 32 bilhões de títulos de três anos: o rendimento dos títulos de 10 T subiu para 2,16%, o maior desde início de agosto. Sessão nervosa na Ásia. O índice Nikkei caiu 0,30%, o MSCI Asia Pacific caiu 1,3%. A tônica da sessão é o aumento das tensões cambiais entre a China e os EUA após as sanções contra o yuan fraco pelo Senado dos EUA. Pequim não esconde sua irritação com a votação de ontem e ameaça retaliações iminentes. A tensão se reflete em alta do dólar (1,3612 frente ao euro) e do iene.

MILÃO -0,4%. O BOOM DO UNICRÉDITO+6,7%
CONTINUAR S&P PUNI GRANDES ESPANHAS: SANTANDER E BBVA

Milão, o índice FtseMib fechou em queda de 0,39%, Londres caiu 0,06%, Paris -0,5%. Frankfurt ganhou 0,3%. A melhoria foi ajudada pela notícia de que os membros da troika que representam o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia terminaram as suas avaliações ao orçamento público da Grécia e comunicaram que Atenas deverá receber o cheque de 8 mil milhões de euros no início de novembro. Mas tudo isto aconteceu antes do não da Eslováquia, o que põe em causa o plano para Atenas.

O euro voltou a se fortalecer no final e subiu para 1,365 em relação ao dólar, de 1,364 no fechamento anterior: ontem o euro ganhou quase 2%, atingindo os níveis de três semanas atrás em relação ao dólar. O petróleo também voltou a subir com o petróleo bruto WTI a 86,1 dólares o barril (+0,8%).

Até os Grandes da Espanha choram. A agência de classificação de risco S&P's cortou o rating (rating de solvência da dívida) de 10 bancos espanhóis (mas entre o downgrade e a revisão do outlook, os ratings negativos dizem respeito a um total de 15 instituições). O BBVA e o Santander também aparecem na lista de candidatos rejeitados, declarando-se pessimistas face ao “abrandamento da economia espanhola” e ao “mau mercado imobiliário”. As avaliações de longo prazo dos dois bancos ou seja, o BBVA de AA para AA -, com outlook negativo, com risco de nova rejeição caso "a economia piorasse mais do que o esperado", segundo um comunicado de imprensa. A exposição dos bancos ibéricos no setor imobiliário, um ponto fraco da economia espanhola nesta fase, pesa no julgamento.

A corrida do Unicrédito continuou entre os bancos, com alta de 6,7% após o salto de 12% de ontem. A ação ganhou 12,2% há dois dias e ainda está subindo hoje. Não há nenhuma notícia particular que explique esse movimento, mas parece óbvio que algum fundo importante está entrando no capital. Em 13 sessões, a ação recuperou 60% das mínimas. A recuperação também diz respeito ao Ubi Banca +3,8% e ao Banco Popolare. Por outro lado, uma queda acentuada para Bper -4,1%. As seguradoras estão em baixa: Generali -1,8%, Fondiaria-Sai -2,9%. Dia negro para as empresas petrolíferas: Eni -0,7%, Saipem -2,1%, Tenaris -1%. O Erg perde 0,8% para 8,82 euros. O Bank of America (Merrill Lynch) reduziu o seu preço alvo para 9,6 euros face aos anteriores 10,20 euros, mantendo o rating Neutro. Ao mesmo tempo, analistas americanos reduziram o preço-alvo da Saras para 0,90 euro, ante 1,1 euro anterior, mantendo a classificação de desempenho inferior. A ação perdeu 2,5% para 1,036 euros. A principal razão prende-se com a persistência de margens de refinação negativas na zona mediterrânica

CHRYSLER, É ISSO. PININFARINA FECHA A FÁBRICA
BANCOS COMERCIAIS CORTE TELECOM ITALIA E STM

Enquanto espera a longa noite pelo contrato da Chrysler, seguido na primeira pessoa por Sergio Marchionne em Detroit, o estranho retorno da Fiat continua. Também ontem, a ação da Lingotto registrou uma corrida na final digna de um velocista, o que permitiu fechar em terreno positivo em +1,1%, enquanto a Fiat Industrial, vendida ao longo do dia, sobe com um salto de 2,5%. A Pirelli está quase inalterada.

A Pininfarina +0,12% encerrou ontem suas últimas atividades fabris. Após 80 anos de atividade, a última fábrica do grupo, a de San Giorgio Canavese, fechou suas portas. A empresa, que demitiu 127 funcionários (incluindo a administração de Cambiano), passará a se ocupar apenas de projeto e planejamento sob a liderança de Paolo Pininfarina. O sonho de produzir o carro elétrico para Vincent Bolloré também acabou. O obstáculo das dívidas acumuladas com o sistema bancário, verdadeiro dono da empresa, mostrou-se intransponível. Os carros são produzidos por uma empresa totalmente nova, a Cecomp, com sede em Turim, que arrendou a fábrica de Bairo, enquanto a oficina agora pertence à De Tomaso, de Gianmario Rossignolo.

Em Milão, a Telecom Italia caiu -2,6% após o rebaixamento do Goldman Sachs para vender. A Fitch revisou hoje a perspectiva da empresa para 'negativa' de 'estável'. Stm -4% também diminuiu. Ontem, as ações da principal fabricante de chips europeia subiram 5,7% e desde o início de outubro o aumento é de 12%. Por trás da queda de hoje está a venda disparada pelo Citigroup, a corretora americana elevou o preço-alvo para 4,8 euros. Os analistas do Rbs preveem que o Stm apresentará dados trimestrais fracos em 24 de outubro. Por fim, Exane Bnp Paribas, reiterou sua visão cautelosa sobre toda a cadeia industrial de semicondutores, segundo a corretora francesa, no segundo semestre do ano haverá uma deterioração progressiva do cenário.

BPM, TERÇA-FEIRA 18 A MOSTRA DE CONTAS NO BOD
O ROAD SHOW CONTRA AMIGOS COMEÇA

O conselho de administração do Bpm (-18%) reúne-se na próxima terça-feira, 1 de outubro, para analisar o resultado do inquérito sobre promoções e carreiras internas. A reunião do conselho, inicialmente marcada para hoje, foi adiada porque os resultados das investigações internas não teriam ficado prontos a tempo. Enquanto isso, o presidente cessante Massimo Ponzellini minimiza o problema: na pesquisa interna de verificação das promoções dos últimos cinco anos iniciada pela direção geral, “serão 200 de alguns milhares em teoria atribuíveis a pessoas ligadas aos Amigos ' Associação. E, em geral, são carreiras ainda mais lentas”. É bastante curioso notar que nos últimos anos no Bpm houve "alguns milhares" de promoções (levanta a mão quem ficou de fora...), mas outro comentário de Ponzellini é ainda mais bizarro: "mesmo que os votos dos funcionários associados aos Amici "havia esposas, aposentados, amigos dos Amici". Portanto, "exibições musculares não são necessárias". Enquanto aguardam as decisões do Banco da Itália, o road show entre as filiais da lista dos sindicatos nacionais está prestes a começar: a estrela do palco será Matteo Arpe.

EDISON, ACORDO FEITO COM EDF
RENOVÁVEIS NO POLO ITALIANO

Está feito agora. Oito meses após a paralisação imposta pelo ministro Giulio Tremonti para encontrar uma solução italiana para Edison, as negociações estão prestes a terminar com base nas propostas já acertadas em março passado: a empresa de eletricidade passa para a EDF, os acionistas italianos recebem os ativos hidrelétricos deixando o grupo transalpino e para os suíços de Alpiq as usinas de ciclo combinado. Tudo acontecerá até 31 de outubro, conforme acordado pelo ministro Paolo Romani e pelo CEO da EDF, Henry Proglio. O próximo passo será a criação de um polo de energia renovável: dois terços da produção serão retirados pela A2A, o restante pela Iren. O último obstáculo diz respeito ao preço por a saída do capital da Edison dos acionistas italianos que controlam 30%, que é a questão mais cara ao mercado porque o valor da opção de venda concedida aos accionistas (alguns dos quais, no entanto, preferem um pagamento "em dinheiro") será decisivo na avaliação do preço da provável OPA.

FUNDOS SOBERANOS CHINESES ESCOLHEM A RÚSSIA
UM BILHÃO (MAIS 2) PARA INVESTIR EM ENERGIA

Não há mais notícias de um possível investimento do fundo soberano chinês em BTPs, a pedido do ministro Giulio Tremonti. Enquanto isso, o CIC certamente não está parado. Após a compra de títulos dos quatro principais bancos do país do Dragão, o fundo soberano anunciou ontem que vai investir em breve mil milhões de dólares no Russian Direct Investment Fund, ou seja, o fundo recém-criado pela república russa para financiar investimentos em infra-estrutura e na indústria de energia da Rússia, Cazaquistão e Belarus. O anúncio foi feito durante a visita do presidente chinês Wen Jiabao a Moscou. O programa prevê que nos próximos meses cheguem mais dois bilhões de outros fundos soberanos chineses.

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