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Bolsas emergentes, Brasil e Índia ultrapassam Wall Street e Eurostoxx, mas o desconhecido Fed permanece

A brasileira Bovespa e a indiana Bse venceram os EUA e a Eurostoxx no ranking das bolsas mundiais. No entanto, o risco de inadimplência está aumentando para os países mais afetados pela pandemia. Chips se destacam em ETFs emergentes

Bolsas emergentes, Brasil e Índia ultrapassam Wall Street e Eurostoxx, mas o desconhecido Fed permanece

Eles marcam o ritmo as bolsas de valores dos países mais desenvolvidos, estressado pela crise ucraniana e agora resignado a uma enxurrada de aumentos de taxas nos EUA (sete entre agora e dezembro) e cortes ainda mais insidiosos no orçamento do Fed para controlar a inflação. E assim boa parte dos gestores está em busca de novas saídas para redescobrir investimentos o apelo dos países emergentes. 

Isso explica o retorno ao terreno positivo doÍndice de Mercados Emergentes MSCI (composto por 1422 ações) que eliminou as perdas do início do ano durante a semana, ao contrário do índice global, pressionado pelo início negativo de Wall Street. 

Bovespa no topo do mundo

O que faz a diferença, em particular, é a bolsa de valores brasileira, em seu nível mais alto desde meados de outubro, após sete caminhadas consecutivas. Desde o início do ano, o desempenho é de +18%, no topo dos mercados do planeta. 

Vários fatores contribuem para empurrar as tabelas de preços, incluindo a tendência de matérias-primas. Não menos importante é a tendência do moeda e títulos locais: graças a uma política de aperto monetário que antecipou as escolhas do Fed, O Brasil tem sido um ímã para investidores internacionais. A taxa de desconto passou de 2% para 10,75% com perspectiva de novos aumentos de até 12% no ano para ajudar a reduzir a inflação dos atuais 10% para 5,5%. Tudo isso diante de múltiplos de mercado de ações mais do que aceitáveis: a relação preço/lucro é de cerca de 7 vezes, o dividendo médio igual a 3%.

Todo mundo no Rio para o Carnaval? Na verdade, a julgar pelas pesquisas, são investidores com malas prontas para fugir em vista das eleições de outubro que devem marcar a volta de Lula à presidência. Por que tanto medo? O primeiro mandato do ex-sindicalista que vai lidar com Bolsonaro, o ex-showman de extrema-direita que deu sinal verde ao desmatamento na Amazônia, foi um período feliz para a economia e para os mercados. Mas uma coisa mudou desde então: a política da China. No início do milênio, Pequim, admitida na OMC, era a grande motor do desenvolvimento da economia carioca assim como a África, absorvendo matérias-primas industriais e agrícolas, favorecendo a decolagem da Petrobras ou da Vale. 

Hoje, ao contrário, A China é muito menos generosa, cuidadosos para controlar a inflação e a dívida. O comportamento de Pequim, segundo especialistas, será decisivo para o destino dos países emergentes sobre o qual os especialistas estão divididos. 

Liderando os céticos está David Lubin, gerente da indústria do Citi. “Os mercados emergentes – diz – sempre renderam mais que os mercados tradicionais porque ofereciam a esperança de um crescimento maior, ainda que diante de riscos maiores”. Mas agora? “As perspectivas de crescimento são mais ou menos as mesmas, condicionada pelos problemas do pós pandemia. Mas os riscos são certamente maiores”.

Países mais em dificuldade

Para justificar o cepticismo há vários exemplos: o último, por ordem cronológica, diz respeito a Sri Lanka. Atingido no coração pela paralisação do turismo, o país se encontra com 7 bilhões de juros a pagar aos credores contra apenas 3 bilhões de dólares em caixa. Inevitável um acordo com a Índia e a China, já generosas no financiamento da construção do porto (com função anti-indiana), hoje mesquinhas em novos fundos. 

Não menos crítica é a situação outros países à beira da inadimplência: Gana, El Salvador, no centro de uma ousada aventura Bitcoin, e a Tunísia. Sem contar a Ucrânia, na linha de fogo com a Rússia, possível destino de investimentos de alto risco, caso a crise com a OTAN se repita. Sob os céus da pandemia, seis declararam inadimplência até agora: Argentina, que defendeu assim o triste recorde da nação número um em falências, Belize, Equador, Líbano, Suriname e Zâmbia. Outros sofreram fortes rebaixamentos: a Fitch decretou 45 rebaixamentos de dívida soberana para 27 dos 80 países para os quais administra a classificação. Entre eles, destacam-se os casos do México e da África do Sul, sem falar na Turquia do sultão Erdogan.

A Bolsa de Valores da Índia 

Um campo minado de fato. Até porque, no passado, o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos teve consequências desastrosas para os países mais endividados em dólares. Cuidado com o Fed, então. Mas não faltam países que, treinados pelas crises anteriores, se apresentam hoje com números mais sustentáveis. No topo da figura da lista a bolsa de valores indiana que ontem eliminou quase por completo a perda do início do ano, agora reduzida para -1,40% (em Euros) enquanto no mesmo período o índice MSCI World perdeu -7%. Mumbai pode contar com o afluxo de capital estrangeiro, principalmente de corretores que buscam alternativas a Pequim, que sofre com a crise imobiliária. Hoje, a ação indiana está em quarto lugar na cesta MSCI Emerging, atrás da China (34% do total), Taiwan (15,3%) e Coréia do Sul. 

Escolhendo um ETFs de mercados emergentes (são 14 disponíveis no mercado Piazza Affari) também é uma forma de investir nas chip leader, da Tsmc e da Samsung. 

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