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Assiom Forex – Argentina, bomba-relógio padrão para o sistema

COMENTÁRIO DE CLAUDIA SEGRE, DIVULGADO À RADIOCOR – Expirado o prazo de 30 de junho para o pagamento do cupom e a respectiva carência, a Argentina foi colocada em inadimplência seletiva – Um caso que corre o risco de se tornar uma bomba-relógio em todo o cenário econômico sistema.

Assiom Forex – Argentina, bomba-relógio padrão para o sistema

Depois que o período de carência de 30 dias para o pagamento do cupom de 30 de junho expirou, a S&P colocou a Argentina em 'default seletivo' como algo natural. As outras agências de classificação não demorarão a se pronunciar. A Comissão de Determinação da ISDA decidirá nos próximos dias pela declaração do 'evento de crédito' e iniciará o procedimento de acionamento dos CDS, ou seja, o procedimento de liquidação dos mesmos a um preço de liquidação que será determinado de acordo com as regras contratuais.

O ressurgimento de uma solução privada com os 'fundos abutre', como os chamou em conferência de imprensa o ministro argentino, que não queria contentar-se com um lucro de 300% aceitando as condições anteriores da reestruturação, poderá conter a reacção do mercado, que será negativo e corroborado pela determinação do Emta sobre as cotações planas dos valores mobiliários emitidos sob a legislação internacional.

A não obtenção de um acordo, mesmo após um calote técnico neste ponto, faria com que o país voltasse à recessão, quebrando o frágil equilíbrio recuperado com os acordos com o Clube de Paris e o recente apoio dos chineses. E, portanto, a erosão definitiva das reservas internacionais... Um caso de calote 'induzido pelos EUA' de um país que se mostrou disposto a pagar os cupons e honrar a dívida reestruturada corre o risco de se tornar uma bomba-relógio no sistema montado pós-argentino inadimplência com Cac's adicionados a todas as questões do governo.

E como explicar aos investidores que aderiram à reestruturação que sofrerão os efeitos de uma sentença que representa os interesses de 1% do total de investidores que não quiseram levar em conta a oferta mais do que generosa do governo argentino? Então, quais proteções a partir de agora para os investidores se um país puder influenciar o destino de outro estado soberano? Os Cacs vão aguentar ou ainda são suficientes?

A exposição global à Argentina também pelos demais mercados fora do Mercosul é limitada, o problema não é de fato um efeito de contágio na área latino-americana, mas sim as implicações regulatórias e legais que essa situação impõe aos esforços globais de uma nova arquitetura financeira que assume legalmente os riscos e a gestão dos casos de inadimplência, protegendo adequadamente os investidores finais envolvidos e não faz distinção entre investidores série A e série B. 

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