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Infraestrutura, assessoria ao novo governo. Enquanto a maxi-emenda decepciona

No setor, a maxi-emenda é uma montanha que deu à luz um rato - Se Monti se tornar primeiro-ministro, terá à sua disposição as propostas do grupo de trabalho Astrid-Italiadecide-Respublica, liderado por Franco Bassanini - Aqui ficam as propostas dos Custos do não fazer, desde a definição clara das competências ao carácter estratégico das obras

Infraestrutura, assessoria ao novo governo. Enquanto a maxi-emenda decepciona

Precisamos de infraestrutura para relançar o país? Alguns dizem que não são tão importantes; Ao contrário, penso que são fundamentais para relançar a competitividade, para garantir o bem-estar social, para determinar impactos positivos no meio ambiente, para aumentar a atratividade do país, para promover o desenvolvimento tecnológico e industrial. Por si só, claro, não nos permitirão ultrapassar a crise que nos tem posto à prova nos últimos meses, mas constituem um elemento essencial para desencadear um processo virtuoso de crescimento e revitalização do país.

Face aos problemas e possíveis soluções, a maxi-emenda que está a ser aprovada nas Câmaras é menos que um rato: diz respeito, sabe-se lá porquê, apenas a auto-estradas, portos e caminhos-de-ferro (mas apenas à linha Turim-Lyon). Interessante, porém, é a utilização da alavanca fiscal para o apoio financeiro das conquistas, em alternativa ou em complemento aos fundos públicos. Em outras palavras, a montanha deu à luz muito pouco se pensarmos que nos últimos meses os principais bancos, associações e empresas trabalharam muito e discutiram para implementar uma reforma efetiva. Em particular, as propostas apresentadas pelo grupo de trabalho Astrid-Italiadecide-Respublica, liderado por Franco Bassanini, são valiosas, embora talvez sejam um pouco demais e, acima de tudo, não parecem estar efetivamente enquadradas em uma estrutura orgânica plano de reforma. Em todo o caso, são preciosos porque são o resultado de uma abordagem séria e participativa. Em suma, se o governo Monti pretende assumir todo o jogo, como espero, certamente não se moverá em um vácuo de ideias e propostas.

Neste sentido, face ao intenso trabalho desenvolvido nos últimos anos e recentemente pelo Observatório dos Custos do Não Fazer, permitimos-nos apresentar ao novo Governo um conjunto de propostas, aplicáveis ​​a um espectro bastante alargado de setores (água, resíduos, eletricidade, gás, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos). Em poucas palavras, o desenvolvimento infra-estrutural do país deve assentar em quatro pilares, hoje apenas parcialmente estruturados de forma adequada: uma escolha criteriosa das obras prioritárias para gerar benefícios significativos para o país; a redefinição dos procedimentos processuais para simplificar e agilizar a sua implementação; a formulação de abordagens mais “democráticas”, abertas à participação de todas as partes interessadas e dos cidadãos em particular; o uso racional de recursos financeiros e a capacidade de atrair recursos privados.

Nossa proposta, que discutiremos em 16 de novembro de 2011 em Roma no Palazzo Marini, Via Poli 19 (www.costidelnonfare.com).
É dividido em 10 pontos:
1. Distinção clara, através de uma reforma constitucional parcial e orientada, das competências do Estado, Regiões e Autarquias Locais, para evitar o conflito contínuo entre os níveis de governo envolvidos; atribuição de competência exclusiva ao Estado para as infra-estruturas estratégicas de interesse nacional.
2. Identificação de obras estratégicas com base numa rigorosa Análise de Custo-Benefício que demonstre a efetiva capacidade da obra de gerar impactos positivos para o país e para os territórios que a acolhem. Introduza também a lógica de comparação entre tipos de infraestrutura logicamente diferentes.
3. Disponibilização de uma Estrutura de Direcção e Controlo - designada em simultâneo com a declaração do carácter estratégico da obra - com a missão de acompanhar o processo de autorização/execução de forma a facilitar e agilizar o processo. Desempenha funções de orientação e coordenação, assessoria e sanção e pode adotar determinados atos em caso de omissão da AP.
4. Definição, sempre no contexto da declaração de importância estratégica, do procedimento para a Autorização Definitiva que clarifique e simplifique os procedimentos em vigor. Compõe-se de no máximo três fases, ao final das quais cabe a um único decisor o ônus de aprovar ou bloquear a implantação.
5. Introdução do Debate Público Francês, momento formalizado e exaustivo de discussão sobre o trabalho envolvendo todos os stakeholders com o objetivo de informar as administrações, empresas e cidadãos da área sobre todos os aspectos relativos ao trabalho, mas também apontar para o proponente as principais questões críticas relacionadas ao consentimento. O Debate deve ser coordenado por um órgão independente e competente, capaz de garantir a proteção de todas as partes envolvidas.
6. Introdução dos Acordos de Programa de Infraestruturas Estratégicas (AdPS) de forma a tornar vinculativas as decisões tomadas pelas UC e os acordos por estas celebrados com o sujeito proponente. Os AdPS devem ser recebidos pela Conferência de Serviços da mesma forma que os pareceres favoráveis ​​emitidos nesta matéria pelas Administrações que os subscrevem.
7. Introdução de instrumentos regulamentares de medidas compensatórias que, por um lado, limitem o aumento dos custos das obras e, por outro, garantam uma compensação efetiva às populações na sequência da subtração da disponibilidade do território onde se insere a obra . Promover medidas que ativem o desenvolvimento do território.
8. Criação de um canal judicial preferencial para a resolução de litígios relativos a infraestruturas estratégicas, reduzindo o tempo dos litígios e confiando a matéria a órgãos jurisdicionais especializados na área da justiça administrativa.
9. Introdução de instrumentos inovadores de financiamento de obras para superar os problemas de falta de atratividade de recursos privados e constrangimentos de recursos públicos. Em particular: implementação da diretiva “Eurovinheta”; criação de um fundo para financiamento cross-modal; introdução de ferramentas de captura de valor.
10. Alteração do procedimento de AIA, prevendo que o parecer da comissão possa ser obtido, decorridos os prazos estatutários, na Conferência de Serviços, mediante atribuição de trabalho ad hoc a perito.

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