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Afeganistão, o tesouro do Talibã está na América e permanece congelado lá

O Talibã pôs as mãos em Cabul, mas não em seu tesouro depositado no Federal Reserve em Washington e em outros bancos americanos: são títulos, joias, barras de ouro e objetos preciosos no valor de vários bilhões de dólares que as autoridades dos EUA não estão descongelando por enquanto

Afeganistão, o tesouro do Talibã está na América e permanece congelado lá

O Talibã venceu militarmente, mas governar é outra coisa. Assim, tuitou sibilantemente Ajmal Ahmady, o governador do Banco Da Afeganistão (DAB), o banco central que guarda os ativos financeiros do país, em particular barras de ouro, títulos do governo dos EUA e 21 joias de ouro bactrianas. Agora, porém, todas essas reservas, com um valor total de quase 10 bilhões de dólares (cerca de metade do PIB afegão) estão mantidas em contas correntes estrangeiras, principalmente em bancos americanos, que eles foram congelados por decisão da OFAC (Office of Foreign Assets Control), a agência do Departamento do Tesouro dos EUA que decidiu proibir a circulação do dólar em Cabul. Portanto, para os talibãs, que agora ocupam prédios do governo, a dificuldade surge agora: "Acho que eles poderão acessar no máximo 0,1% a 0,2% das reservas", acrescentou Ahmady no Twitter.

O novo regime, que no entanto deveria ter conseguido recuperar cerca de 372 milhões de dólares em divisas estacionadas nos vários escritórios da DAB no país e 160 milhões de dólares em barras de ouro e moedas de prata guardadas na cave do palácio presidencial em Cabul tem enormes necessidade desse tesouro: para "assuntos atuais" o dinheiro está lá, mas segundo o Banco Mundial, o tesouro que "fugiu" do Afeganistão e se apoderou sozinho seria suficiente para pagar por todas as importações das quais o país asiático, onde agora também paira o pesadelo da inflação, necessidades para 15 meses. Assim, de momento, os talibãs têm de pagar o preço da estratégia de isolamento financeiro, desejada sobretudo pelos EUA enquanto e pela comunidade internacional ocidental, que já está a tomar medidas para bloquear a ajuda ao país. Algo como quatro bilhões por ano, o que garante 22% do produto interno bruto e 75% do gasto público. No dia 23 de agosto, o Fundo Monetário Internacional deveria ter entregue um cheque de 445 milhões em Cabul como distribuição dos direitos de resgate entre os acionistas. No entanto, a alta administração do FMI suspendeu o pagamento "à luz da falta de clareza sobre o reconhecimento do governo provisório pela comunidade internacional".

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