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A Letônia adotará o euro a partir de 1º de janeiro de 2014: em 2013 é o país europeu que mais cresce

A decisão ainda não foi ratificada pelo voto dos Estados-Membros, mas entretanto chegou a luz verde de Bruxelas: depois da Estónia em 2011 (e à espera da Lituânia em 2015), a Letónia será o segundo país báltico a adotar a moeda única – E com excelentes credenciais: crescimento superior a 5% e desemprego reduzido à metade nos últimos dois anos.

A Letônia adotará o euro a partir de 1º de janeiro de 2014: em 2013 é o país europeu que mais cresce

“Em 2013 – disse o comissário da UE Olli Rehn – a Letônia deverá ser o país europeu com a maior taxa de crescimento”. É com essa importante credencial que, três anos depois da vizinha Estônia, Riga se prepara, no dia 1º de janeiro de 2014, para se tornar o 18º país da zona do euro, ou o 18º a adotar a moeda única.

A decisão ainda terá que ser ratificada pelo voto dos estados membros, mas enquanto isso a luz verde chegou de Bruxelas: “A Letônia – comentou Rehn – tem uma economia madura e é o exemplo virtuoso de como se pode sair fortalecido de um período de austeridade muito pesada”.

Sim, porque o país báltico (que será, portanto, o segundo a adotar o euro, aguardando a Lituânia em 2015) foi duramente atingido pela crise financeira de 2008, que fez o PIB cair 22% em dois anos, obrigando os contribuintes a um regime de recuperação equivalente a 17% do mesmo PIB. Mas as medidas de austeridade, acompanhadas de drásticas reformas estruturais e, em particular, do apoio às exportações, produziram resultados extraordinários: a economia voltou rapidamente a crescer (mais de 5% em 2011 e 2012) e o desemprego caiu pela metade, de dramáticos 20% para os atuais 10%.

O feedback sobre o déficit, que passou de 8,1% em 2010 para os atuais 1,2% em relação ao PIB, portanto, bem abaixo do limite de tolerância estabelecido pela UE. Assim como a dívida pública (40,7% em 2012) e a inflação seguem abaixo do patamar de atenção, que nos últimos 12 meses tem caminhado a uma taxa média de 1,3%, bem abaixo do valor de referência de 2,7%.

Porém, nem tudo que reluz é ouro para lançar alguns sinos de alarme é o BCE, que deu efectivamente o sinal verde à Letónia no euro, sublinhando no entanto os fortes "riscos inflacionistas devido à grande volatilidade registada nos últimos dez anos", bem como alertando para o fenómeno desenfreado de contas estrangeiras depositadas em bancos locais , o que, segundo Frankfurt, pode acarretar "sérios riscos para a estabilidade financeira".

Aliás, o primeiro-ministro do país báltico, Valdis Dombrovskis, sempre disse estar ciente disso, mas, citando o modelo estoniano, que tem sucesso na moeda única desde 2011, tem convencido de que em Riga e arredores eles têm “mais a ganhar do que a perder”.

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