O Credit Suisse ajudou mais de 22 americanos a sonegar impostos. Isso foi apoiado pelo subcomitê permanente de Investigações chefiado pelo Senado dos Estados Unidos, especificando que a quantia escondida das autoridades fiscais é de 10 bilhões de dólares, cerca do dobro do valor calculado anteriormente.
Em muitos casos, a fraude começa com declarações falsas para pedidos de visto, passa pela criação de caixas corporativas em paraísos fiscais e pela redução de transações abaixo de 10 dólares, limite a partir do qual o governo dos EUA suspeitaria. Ao final de cada operação, é claro, os funcionários do Banco destruíam pilhas de documentos para cobrir seus rastros.
Além disso, o Credit Suisse montou um escritório no aeroporto de Zurique (porque os clientes americanos não queriam entrar na cidade: iam à Suíça esquiar), onde estavam registradas as contas de mais de 10 clientes americanos. Os banqueiros que trabalharam neste escritório de 2002 a 2008 fizeram até 150 viagens aos Estados Unidos.
Segundo as autoridades americanas, o gigante bancário suíço vem realizando essas práticas há anos, às vezes com métodos bastante aventureiros. Um cliente relata ter sido conduzido “a um elevador controlado por fora, sem botões e sem andares. A reunião com o banqueiro ocorreu em uma sala de conferências vazia”.
Até o momento, o Departamento de Justiça dos EUA conseguiu obter apenas 238 nomes de potenciais sonegadores, mas pretende alcançar os mesmos resultados obtidos com o UBS em 2008, quando obrigou o mais importante banco suíço a revelar milhares de nomes e pagar 780 milhões em multas por permitir que cidadãos americanos sonegassem impostos.
Por fim, o relatório da subcomissão americana (176 páginas) informa que cerca de 1.800 funcionários do Credit Suisse estão envolvidos nesse tipo de operação. Destes, apenas dez foram sancionados. Ninguém nunca foi demitido.