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TV, confronto de gigantes: oferta de aquisição da Comcast na Sky, mas a Mediaset está assistindo

Oferta de 31 bilhões de dólares da Comcast pela Sky inflama Wall Street, enquanto disputa judicial entre Mediaset e Vivendi adia para outubro .

TV, confronto de gigantes: oferta de aquisição da Comcast na Sky, mas a Mediaset está assistindo

"A economia está mais forte hoje do que em dezembro, então pode ser necessário tomar medidas para evitar o superaquecimento." Calmo no tom, optimista no fundo, Jerome Powell inaugurou ontem a presidência da Fed reiterando a sua confiança no regresso da inflação à meta de 2% (“Acho que continua a ser a meta certa”, acrescentou, respondendo aos que pediu metas mais altas), mas acrescentando que não pretende superaquecer a economia, pressionada pelos estímulos fiscais. Os operadores interpretaram as palavras do novo presidente da seguinte forma: 1) a política fiscal mais expansiva vai empurrar o Fed para uma política monetária mais restritiva; 2) a situação atual está indo na direção certa; 3) dada a melhora da economia, é mais provável que haja quatro aumentos de tarifas em 2018, em vez de três.

MERCADOS ESPERAM QUATRO TAXAS EM 2018

Os mercados estão atentos tanto às indicações de Powell quanto aos novos sinais positivos que chegam à economia americana, a começar pela confiança do consumidor, que saltou mais de 130 pontos: é preciso recuar até novembro de 2000 para reencontrar tamanha euforia. Os dados do PIB, que saem amanhã, devem atestar que no segundo semestre de 2017 o crescimento americano ultrapassou a barreira dos 3%.

O dólar ganhou posições nas principais moedas: o cruzamento com o euro cai abaixo de 1,23.

O rendimento dos títulos do governo aumentou: o T-bond de dez anos é negociado a 2,919%. A porcentagem de observadores que esperam mais de três aumentos de juros este ano aumentou de 30% para 10%.

O índice Vix, ou índice de medo, subiu acima de 17, em qualquer caso, bem abaixo do limite crítico atingido no início de fevereiro.

A confirmação da alta dos juros, após a audiência de Powell, freou a alta das bolsas. O Dow Jones fechou em baixa de 0,42%, o S&P 500 -0,63%. NASDAQ -0,84%

A Macy's (+4,6%) foi contra a tendência após contas melhores do que o esperado. O petróleo caiu ligeiramente, condicionado pelo aumento dos stocks de crude nos EUA. O Brent é negociado a 67,44 dólares (-6 centavos), o Wti a 63,79 (-12 centavos). Na Piazza Affari, Tenaris (-1,3%) e Saipem (-1%) desaceleram. Eni -0,3%.

COMCAST OFERECE 31 BILHÕES DE DÓLARES PELA SKY (+20,36%)

A jornada financeira foi condicionada, de ambos os lados do Atlântico, pelaComcast ofensivo (-6,3%), dona da Nbc, que surpreendentemente lançou uma oferta pública hostil de 31 bilhões de dólares na Sky (+20%), já alvo de uma proposta da Fox, pretendendo assumir todo o estoque do pacote. Mas Rupert Murdoch agora enfrentará uma oferta 16% maior que a dele. Em causa está não só o controlo da primeira televisão por assinatura europeia, mas também os acordos entre a Walt Disney e a XXI Century Fox, destinados a passar sob a bandeira do Mickey Mouse. Após o anúncio da Comcast, as ações da XXI Fox perderam 2,9% em Wall Street, Disney 4,9%. A notícia chegou a Bob Iger, o CEO da Walt Disney, enquanto conversava com Emmanuel Macron: a Eurodisney vai dobrar até 2021 com quatro novas gigantescas áreas temáticas com o objetivo de tirar a Torre Eiffel do primeiro lugar entre as atrações da capital.

SÓ EM OUTUBRO A CAUSA ENTRE VIVENDI E MEDIASET

O duelo sobre a Sky promete ter grandes repercussões no balanço dos media na Europa, incluindo a Mediaset (+0,76%), que, com uma capitalização a rondar os 4 mil milhões de euros, parece uma anã face à Sky (25 mil milhões, igual a Vivendi) sem falar na Comcast (US$ 150 bilhões). Mas as TVs Alfa se beneficiaram ontem do clima criado pela blitz da rede norte-americana, que compensou a notícia do adiamento da retomada do processo contra a Vivendi por não compra da Premium. As duas partes voltam a se encontrar apenas no dia 23 de outubro.

CÂMBIO EUROPEU ESTÁVEL: INFLAÇÃO SE REFORÇA

O discurso de Jerome Powell empurrou as ações europeias para o vermelho. A exceção é a Piazza Affari, que de qualquer forma limitou os ganhos na sessão final: o índice Ftse Mib fechou com alta de 0,08% aos 22.724 pontos. Ligeiramente em queda Paris (-0,01%) e Londres (-0,1%). O índice Stoxx 600 perde 0,2%.

Frankfurt -0,29%. A inflação alemã veio mais fraca do que o esperado em 1,4% de 1,6% em janeiro. Os dados de inflação da Itália e da zona do euro serão divulgados hoje.

LEILÕES DE TESOURO, MISSÃO CUMPRIDA. O SPREAD VAI BAIXAR

A aproximação do mercado de títulos públicos ao prazo eleitoral segue com calma olímpica. O spread entre o BTP e o Bund caiu ontem 5 pontos, para 132. O BTP de dez anos é negociado a 2%.

Ontem o Tesouro colocou títulos de médio-longo prazo no valor de 7,711 bilhões, pouco menos que a oferta máxima (7,75 bilhões) incluindo os novos BTPs de cinco anos no valor de 4 bilhões

CONTAS/1. POSTE ITALIANE COBRA O MERCADO

Alguns relatórios trimestrais deram um impulso à tabela de preços milanesa. A manchete certamente vai para a Poste Italiane (+5,8%) diante de um volume negociado excepcional (seis vezes a média). De acordo com o plano industrial, o faturamento deve crescer 1% ao ano até 2022. Quanto maior o crescimento do lucro e o dividendo será: pelo menos 0,42 euro, com um payout de 60%.

CONTAS/2. MONCLER, DOWN LUXOTTICA E CAMPARI PROMOVIDOS

As contas da Moncler (+1,9%) não decepcionaram graças às receitas acima do esperado. A reação do mercado em Ferragamo precisa ser avaliada hoje: ontem à noite a maison anunciou a saída do CEO Eraldo Poletto por ocasião do conselho de contas definido para 8 de março.

O mercado rejeitou o balanço da Luxottica -3%. Para a Equita o guidance para o ano corrente não é satisfatório, menos brilhante do que o esperado.

A Campari também perdeu 3,3% após a decepção dos analistas que surgiu durante a teleconferência.

O RETORNO DE CREVAL CONTINUA

Os bancos são positivos. O índice setorial subiu 1% contra +0,5% do índice europeu. Os grandes nomes avançam: Unicredit +1,5%, Intesa +0,6%. O resumo dos direitos da Creval continua: +26%, a participação sobe 1,8%.

O efeito da batalha na cidade no destino da Sky não se limitou apenas à Mediaset. A euforia, mesmo que não se entenda o motivo, contagiou todo o setor de mídia. Os títulos mais sutis se beneficiaram disso: il Sole 24 Ore +15%, Class +8,8% e Poligrafici +5%.

NO VERÃO, FCA DISSE NÃO A GEELY

Ações automotivas fracas Brembo (-2,8%) e Sogefi (-4%) após as contas e zerar o dividendo. A Cnh Industrial também caiu (-1,7%). A exceção é a Fiat Chrysler (+1%). A Bloomberg afirma que no verão os chineses da Geely, que recentemente comprou uma participação na Daimler, apresentaram uma oferta de fusão com o grupo ítalo-americano. A operação não teve seguimento também devido à hostilidade de Washington à entrada de Pequim na empresa Jeep.

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