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Trump acalma os mercados, mas o BCE retém a nova liquidez

O presidente americano renuncia à guerra no Muro e anuncia um próximo encontro com Kim: as Bolsas de Valores agradecem – O Tesouro coloca um BTP em 30 anos – Intesa Sanpaolo distribui 3,5 bilhões em dividendos – Carros em quinta marcha – superestrelas Amplifon e Recordati

Donald Trump escolheu, com relutância, o caminho do diálogo com os democratas. Em seu discurso sobre o Estado da União, o Presidente reafirmou suas convicções, mas não aventou o uso de poderes especiais para a construção do Muro. Trump também anunciou uma próxima reunião com o ditador coreano Kim. “Sem mim – disse – hoje estaríamos em guerra com Pyongyang”. Foi um discurso de 81 minutos, ao mesmo tempo divisivo mas salpicado de apelos à unidade, centrado na evolução positiva da economia americana. Atrás de Trump está a grande inimiga democrática Nancy Pelosi, que convidou dois soldados transgêneros para a ocasião.

Daí o risco de novo bloqueio ao orçamento federal americano, uma das incógnitas que ameaçavam a recuperação de Wall Street, acima de cinco sessões devido ao impulso da política mais branda do Fed. O clima positivo contagiou as demais Bolsas, exceto as de A Grande China (Xangai, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul fechada) parou para a celebração do início do ano do porco.

O BCE RECUPERA A NOVA LIQUIDEZ

A Europa também avança, apesar do desconhecido Brexit e da fibrilação italiana. Mas, segundo a Bloomberg, a temperatura volta a subir no BCE: nem todos estão convencidos da utilidade de injetar nova liquidez no mercado (ver TLTRO) em parte porque a situação económica não é tão má, em parte porque não quer dão a suspeita de irem socorrer os grandes bancos que drenam a nova liquidez, inclusive o Deutsche Bank.

Neste quadro, o sinal de mais prevalece em todos os lugares.
Tóquio (+0,2%) e Sydney (+0,3%) subiram. Os lucros da Toyota caíram fortemente (-1,5%) no terceiro trimestre devido à queda das vendas no mercado norte-americano.

O petróleo Brent está inalterado em 62 dólares o barril, de -0,8% ontem. O Wall Street Journal informa que a OPEP pretende estabelecer um relacionamento formal com a Rússia. O Qatar fechou um acordo com a Shell para um investimento conjunto no Texas em gás, um golpe para o embargo saudita contra o emirado. Na Piazza Affari Eni +0,9%, Saipem +0,5%, MainFirst inicia a cobertura com uma meta de 5,10 euros.

Fechamento positivo para os mercados dos EUA: Dow Jones +0,68%, S&P 500 +0,47%. O Nasdaq acumula alta de 0,74%.

FREDA LIDERA NOVOS RECORDES DE ESTEE LAUDER (+11,6%)

No topo do índice destaca-se mais uma vez as façanhas de Fabrizio Freda, o napolitano que lidera a Estée Lauder, +11,6% ontem após os lucros recordes da gigante dos cosméticos na China. Freda figura entre os dez gerentes mais bem pagos.

Um dia recorde também para a marca Ralph Lauren (+8,4%) após números acima do estimado.

Alphabet recupera (+0,84%) já sob pressão após o aumento de custos reportado pelo trimestral.

SACOS DE BULL TAMBÉM NA EUROPA. MILÃO +1,16%

Fechamento positivo para a Piazza Affari após um início fraco à beira da igualdade. No final, o índice, fechando a retaguarda na Europa, ganhou 1,16 para 19.833 pontos.

As restantes Bolsas tiveram melhor desempenho: Frankfurt +1,75%; Paris +1,66%; Madri +1,32%.

BP COLOCA A CIDADE EM ÓRBITA. CONSOB EM SAVONA

No topo está Londres (+2,06%). A cidade é impulsionada pela BP (+5,17%) após o desempenho de 2018 acima do esperado e a revisão para cima das estimativas sobre a produção futura de petróleo e gás.

Fumaça branca para Consob. o governo indicou Paolo Savona, atual ministro de Assuntos Europeus, para a presidência do Consob, que está vago há mais de 4 meses devido às dificuldades da maioria em chegar a um acordo sobre um nome que Colle também gosta.

TÍTULO CHEGA A 30 ANOS, BTP AGUENTA

O mercado obrigacionista italiano encerrou a sessão em sinal negativo, registando uma deterioração progressiva ao longo da tarde. E isso tomou um rumo definitivamente negativo após o anúncio da nova emissão de trinta anos, que fez afundar o atual benchmark (março de 2048). Queda menos acentuada da obrigação a dez anos que subiu para 2,79% - mas o diferencial com a yield do Bund voltou acima dos 262 pontos base - e a descida da obrigação a dois anos foi ainda mais contida. Mas diante da queda de volumes, nos últimos dias, houve relativa estabilidade no futuro nos dez anos de março e junho de 2019, sinal de que a alta das taxas (cerca de 20 pontos base) se deve principalmente ao enfraquecimento da demanda, enquanto a pressão de vendas é marginal.

O mercado está cauteloso enquanto aguardamos a revisão das estimativas da Comissão Europeia prevista para amanhã e as eleições regionais em Abruzzo no domingo.

CHEGAM 3,5 BILHÕES DE CUPÕES PARA OS ACIONISTAS DA INTESA

Os bancos estão em destaque (+1,7% do índice do setor), em linha com o resto da Europa.
Intesa São Paulo +1,6%. O lucro líquido (4,05 bilhões) está em linha com as expectativas. Confirmado o alto dividendo. A administração vai propor à assembleia geral distribuir 3,499 mil milhões de euros superiores aos 3,419 de há um ano e iguais a 85% dos lucros.

Na luz Mediobanca e Banco Bpm, uma valorização superior a 3%. Unicrédito +2% que anunciará as contas durante o dia.
O Bper (+0,2%) estava entre as piores ações da banca: o Instituto de Modena deveria adquirir o Unipol Banca por 200 milhões de euros.

O CARRO COLOCADO EM QUINTO, A VINGANÇA DA PIRELLI

Entre os industriais, o setor automotivo se recupera. FCA sobe 2,4%, Ferrari +1,72%. A Pirelli +3,6% liderada pela finlandesa Nokian Tires que anunciou lucros em queda no quarto trimestre, mas acima das expectativas dos analistas.
Vendas da Telecom Italia +1,9%. Ontem aconteceu o primeiro encontro com a Open Fiber na rede única.
Em contraste, Stm-1% condicionado pelas perspectivas cautelosas das rivais Infineon e Ams.

AMPLIFON E RECORDATI SUPERSTAR, THUMP DE RCS

Amplifon (+4,5%) e Recordati (+3,24%) estão em funcionamento. Venda Molmed (+2,5%) na sequência do anúncio de que o sistema público de saúde alemão aprovou o reembolso do medicamento Zalmoxis.

Rcs pesado (-6,6%) apesar do Urbano Cairo indicar uma margem positiva de 156 milhões para 2018, ligeiramente acima dos 152 milhões esperados, por exemplo pela Equita.

Grupo Giglio +6% após a apresentação das diretrizes do novo plano, focado exclusivamente em e-commerce e China.

Para o sistema bancário italiano, o cumprimento dos requisitos de Mrel não representa uma questão relevante, pois não tem um grande déficit a preencher. Isto foi afirmado pelo presidente do Conselho Único de Resolução Elke
Koenig à margem de uma conferência na Cattolica. “Ainda temos um longo caminho a percorrer para toda a Europa em relação à Mrel, em termos de quantidade e qualidade, mas a Itália certamente está à frente de não ter um grande déficit”, disse Koenig.

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