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Tlc, Covid-19 lastro receitas, mas o tráfego de dados está crescendo

De acordo com um relatório da Mediobanca Research Area sobre TLCs, as receitas agregadas das 30 maiores empresas globais caíram 2% no primeiro semestre de 2020, mas na Itália a queda no faturamento chega a 8% - A rede está segurando funcionando bem, apesar da explosão do tráfego de dados durante o bloqueio

Tlc, Covid-19 lastro receitas, mas o tráfego de dados está crescendo

Os gigantes das telecomunicações responderam bem à primeira vaga da pandemia do Covid-19 do ponto de vista do serviço oferecido, apesar dos bloqueios generalizados terem aumentado exponencialmente o tráfego de dados, sobrecarregando as redes. No entanto, os parâmetros econômicos das empresas pagaram os custos da pandemia, pressionados pelo aumento de custos e pela redução de receitas causadas pelo modelo de oferta “bundle”, difundido em todo o mundo.

Estes são os principais dados contidos no último pesquisa da Mediobanca Research Area nos 30 maiores grupos mundiais do setor das telecomunicações com um volume de negócios superior a 30 mil milhões de euros. 

TRÁFEGO DE DADOS

Todos trancados em casa, com smartphones na mão ou com os olhos fixos na tela do PC para saber o que acontecia no mundo. O resultado desses comportamentos foi real explosão de tráfego de dados nos períodos de confinamento entre março e maio, com os picos a deslocarem-se dos centros das cidades, onde se situam os escritórios, para as zonas residenciais, onde se concentram as habitações. Esta é a tendência observada em todo o mundo e a Itália não ficou para trás, pelo contrário. Nos meses entre março e maio, os valores médios mensais do tráfego diário de dados na rede fixa aumentaram 75,5%, enquanto na rede móvel o aumento foi de 74,9%. O aumento do consumo de dados nos dispositivos móveis - sublinha o estudo - foi maior nas zonas com menores taxas de penetração das redes fixas residenciais.

De qualquer forma, os grandes nomes do setor de TLC mostraram que sabem lidar bem com a pressão, oferecendo um serviço à altura da situação em quase todas as ocasiões

FATURAMENTO: O RANKING DAS PRINCIPAIS EMPRESAS

No primeiro semestre de 2020, o volume de negócios agregado dos 30 maiores operadores mundiais caiu 2% face ao mesmo período de 2019, caindo para 540,8 mil milhões de euros. O impacto foi mais contido na Ásia (-0,4% das receitas para 220,7 bilhões) e na Europa (-1% para 147,8 bilhões) e mais forte nas Américas (-4,8% das receitas para 172,3 bilhões). 

Permanecendo no velho continente, o ranking de receitas dos primeiros seis meses de 2020 é dominado pela Deutsche Telekom, que registou um volume de negócios de 47 mil milhões de euros, mais 1,5% face ao primeiro semestre de 2019. Segundo lugar para o Vodafone Groupe com 21,8 mil milhões em receitas (+1,5%), terceiro para a Telefonica (21,7 bilhões e -10%). Seguido pela Orange (20,8 bilhões e +1%), Grupo BT (11,9 bilhões e -5,3%) e Tim com 7,8 bilhões (-13,7%).

RECEITAS ITALIANAS

No nosso país, o primeiro semestre de 2020 caracterizou-se por uma quebra das receitas agregadas dos principais operadores de -8%, com a rede móvel globalmente a sofrer menos (-6,5%). O volume de negócios do serviço móvel dos 3 maiores operadores (Tim, Wind Tre e Vodafone) diminuiu cerca de 500 milhões, prejudicado pelo encerramento de lojas e redução do tráfego de roaming de e para o estrangeiro. 

Falando dos principais operadores, destaca-se o boom demonstrado pela Ilíada, cujo volume de negócios cresceu 75,6% para 132 milhões de euros. A Fastweb (+5,3%) também teve bons resultados, enquanto a Wind Tre (-3,1%), a Vodafone (-5,1%) e a Tim (-13,7%) registaram quedas. 

“Embora durante o bloqueio tenha havido um aumento na conectividade, a Agcom espera uma contração nas receitas do setor na Itália para todo o ano de 2020 entre 6% e 10%”, destaca o relatório.

TLCs NA ITÁLIA ANTES DO COVID-19

Voltando no tempo, segundo a Autoridade de Garantia das Comunicações, em 2019 o setor das telecomunicações representou 1,67% do PIB e 2,42% das despesas das famílias. As receitas já estavam baixas antes da Covid. Basta dizer que o faturamento total das TLCs foi igual a 29,8 bilhões em 2019 (-4,4% sobre 2018), enquanto em 2010 foi de 42,2 bilhões. 

Por falar em empresas, a Tim também é a primeira em faturamento em 2019 (13,1 bilhões; -5,5% sobre 2018), à frente da Vodafone (5,7 bilhões; -5,2%) e da Wind Tre (5,1 bilhões; -6,5%).

No longo prazo, a Fastweb é a empresa que mais cresceu. "Excluindo as start-ups (Iliad e Open Fiber) e as menores Eolo e Linkem, no quinquênio a Fastweb é a única a crescer (+27,8% de faturamento), com investimentos industriais superiores à média italiana." , sublinha Mediobanca. A Wind Tre, por outro lado, é a operadora com maior rentabilidade (margem ebit de 17,4%), seguida pela Tim (16,5%), ambas voltaram a lucrar em 2019, não mais sobrecarregadas por baixas contábeis e cobranças extraordinárias .

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