As cartas são reveladas. O fundo Elliott detém atualmente mais de 3% das ações ordinárias da Tim. Uma percentagem que, somada a "instrumentos financeiros" provoca o fatídico limiar de 5% das ações ordinárias.
É o que se lê na carta aberta aos accionistas que o fundo norte-americano publicou hoje, sexta-feira 16 de março, e que antecipa a habitual comunicação à Consob, obrigatória para além deste limiar. A carta pode ser lida no www.transformingtim.com, um site criado ad hoc, dentro do qual Elliott notificará os acionistas da Telecom todas as atualizações futuras.
A CARTA
Seis páginas em que Elliott explica as suas razões, mas acima de tudo sublinha que "ela não pretende controlar Tim mas para catalisar mudanças que garantam que a empresa seja administrada em benefício de todos os acionistas.”
Então, novamente, uma referência ao conselho. De fato, o fundo reitera a necessidade de “um conselho de administração verdadeiramente independente para melhorar a governança e o desempenho da Tim. “Com base em nossa análise aprofundada – reitera Elliott – acreditamos fortemente que pode haver uma vantagem significativa para os acionistas se um conselho independente tomar medidas para melhorar a direção estratégica e a governança da Telecom”.
Recordamos que Elliott pediu à empresa que o incluísse na ordem do dia da assembleia geral de 24 de abril a revogação dos 6 diretores representantes da Vivendi e a nomeação simultânea de seis novos diretores de sua recomendação: Fulvio Conti, Massimo Ferrari, Paola Giannotti De Ponti, Luigi Gubitosi, Dante Roscini e Rocco Sabelli
O ATAQUE A VIVENDI
Na carta, o fundo passa então a listar quais seriam"os obstáculos à criação de valor sob a liderança da Vivendi”. Críticas claras e diretas relacionadas ao “subdesempenho substancial e persistente das ações, falhas estratégicas, gestão da governança corporativa e conflitos de interesse”. Não só isso, a mudança desejada pelo fundo dentro do conselho, segundo Elliott, poderia corrigir o "desvalorização persistente da ação que está inegavelmente presente em Tim. Como acionista, Elliotts diz estar "animado que os representantes" propostos para substituir os membros indicados pela Vivendi já tenham manifestado a vontade de "trazer novas perspectivas e responsabilidades para o conselho de administração"
O fundo "busca desempenhar um papel construtivo positivo neste processo e atuar como um catalisador no retorno da Tim à criação de valor" e propõe uma "transformação estrutural" visando a simplificação da estrutura de capital por meio da conversão da poupança em ações ordinárias, cisão e alienação parcial da rede, alienação parcial ou total da Sparkle. A última referência contida na carta é a utilização do produto das alienações para a redução da dívida e a reintrodução de um dividendo.
RESPOSTA DE VIVENDI
Os franceses, por sua vez, não pretendem sofrer desarmados. Em uma declaração de resposta, o gigante liderado por Vincent Bollorè destaca como o plano apresentado pelo fundo Elliott para Tim “desmantelar o grupo” e “desestabilizar a equipe”.
A Vivendi destaca que ainda é o principal acionista da Telecom Italia com quase 25% do capital e, em virtude de sua posição, se compromete a examinar "com a mente aberta as indicações apresentadas pela administração da Elliott, um fundo de hedge conhecido por seus empreendimentos de curto prazo”. A farpa muito pouco velada é seguida de algumas considerações: “não é certo que o plano de desmantelar o grupo e desestabilizar a equipa crie valor”, observa o francês, destacando que o plano industrial apresentado por Amos Genish e a sua equipa é robusto e promissor para o futuro. “As iniciativas tomadas nos últimos trimestres já produziram resultados que têm sido bem valorizados pelos investidores”.
TIM RESPONDE AO ANTITRUSTE
Entretanto, na sexta-feira, o Antitruste aplicou à Tim uma maxi-multa de 4,8 milhões de euros por publicidade incorreta na fibra, omitindo os custos adicionais e a difusão dos serviços no território. Segue a resposta do TLC: “A Tim considera a decisão do Órgão de Concorrência de hoje totalmente improcedente tanto no mérito quanto na quantificação da multa, inclusive diante da ativa colaboração que a empresa tem demonstrado ao longo do procedimento. com a aceitação das sugestões propostas pela Autoridade. A disposição é lesiva e prejudicial à imagem e aos interesses da Tim e, portanto, será contestada perante o Tribunal Administrativo Regional do Lácio”.
Concordo plenamente, como acionista da Telecom decepcionado e revoltado com o comportamento da ação na bolsa, portanto compartilho e apoio tudo que possa resolver a ação na bolsa, Obrigado
Não me parece que a Vivendi tenha conseguido criar valor para a empresa, pelo contrário, é claro que quer que ela corra mal com o objetivo de comprá-la barato.