Entre furacões, bombas e drones, a semana financeira abre com surpreendente tranquilidade. As palavras de Jerome Powell, cautelosos e um pouco herméticos como sempre, parecem ter satisfeito tanto os falcões, satisfeitos com a confirmação do afunilamento dentro do ano, quanto os pombos, tranqüilizados pelos tons suaves da intervenção. Neste clima, a tensão sobre os preços do petróleo bruto foi absorvida esta manhã depois que a Louisiana interrompeu a atividade de suas refinarias (1,74 bilhão de barris): o petróleo bruto WTI permanece abaixo da barreira dos 70 dólares. O mesmo vale para as notícias dramáticas do aeroporto de Cabul (5 mísseis interceptados durante a noite por baterias americanas sendo deslocadas) em vista do ultimato de amanhã, data final para a saída dos EUA e, talvez, para uma atitude menos passiva dos europeus. Antecipando os acontecimentos, os dados que chegam das capitais da economia pesam mais que o Afeganistão. Observação especial sobre a China: a partir dos índices PMI divulgados amanhã e quarta-feira, tentaremos entender o estado da economia em Pequim, já vítima de gargalos e infecções.
EUA, HOJE UMA NOVA PARADA PARA TURISTAS EUROPEUS
Enquanto isso, na Ásia-Pacífico, o efeito tranquilizador da intervenção de Jerome Powell prevalece em quase todos os lugares sobre as preocupações com a saúde, que sempre são altas em qualquer caso. O estado mais populoso da Austrália, Nova Gales do Sul, estabeleceu um novo recorde de infecções nas últimas 24 horas, o segundo maior em dois dias. As autoridades japonesas já anteciparam a extensão do estado de emergência na prefeitura de Tóquio e nas demais onde vigora até 12 de setembro. O Wall Street Journal informa que hoje a União Européia deve anunciar uma nova parada para os turistas que chegam dos Estados Unidos.
ÁSIA-PACÍFICO AUMENTA (+0,8%). REGISTRO HISTÓRICO NA ÍNDIA
No entanto, o índice Ásia-Pacífico subiu (+0,8%). Apesar do recorde mundial de infecções, a Bolsa de Valores de Mumbai atinge outro máximo da história: BSE Sensex +0,8% aguardando os dados do PIB (quarta-feira).
O Nikkei de Tóquio (+0,5%) e o Hang Seng de Hong Kong (+0,3%) também subiram. Hoje as fronteiras estão sendo reabertas para empregadas domésticas e cuidadoras, mais de 200 mil imigrantes que poderão voltar a trabalhar na cidade.
CHINA ABOLICA HORÁRIO MUITO LONGO (DAS 9h21 ÀS XNUMXhXNUMX)
O CSI 300 das listas de Xangai e Shenzen caiu ligeiramente (-0,2%). Há expectativa para os índices PMI, que devem se manter, ainda que ligeiramente, acima de 50, fronteira entre expansão e estagnação.
Decisão histórica em Pequim. A Suprema Corte chinesa condenou a prática de trabalhar das 9 às 21 seis dias por semana, conhecida como "996" e muito comum entre empresas de tecnologia e outros empreendimentos no país.
FUTUROS DOS EUA POUCO MOVIDOS, T BOND DESCE PARA 1,31%
Os contratos futuros de Wall Street pouco se movimentaram após a resposta positiva dos mercados aos anúncios do Fed.
O efeito de afunilamento é mais sentido em outras variáveis macro. O euro-dólar está nas máximas das últimas duas semanas em 1,18. O ouro está de volta aos níveis do mês anterior em $ 1.815.
Os títulos estavam fracos: a Nota do Tesouro de 1,31 anos caiu para XNUMX%, já que os mercados monetários esperavam um Powell mais hawkish.
Petróleo WTI se fixando em 68,6 dólares o barril, de +10,5% na semana passada. Veremos se a infraestrutura dos Estados Unidos resistirá ao impacto, ao contrário dos desastres causados há dez anos pelo furacão Katrina.
COMMODITIES: VOLANTE DE ALUMÍNIO E CAFÉ
Entre as matérias-primas, o alumínio está em forte tensão, com alta de 3%, nas máximas dos últimos treze anos. As autoridades locais em Xingjiang impuseram um limite de produção a cinco grandes produtores de alumínio como parte da repressão ao comportamento ilegal.
O preço do café também subiu, aguardando o período das chuvas no Brasil. Os fechamentos impostos pelas infecções reduziram muito as colheitas no Vietnã, líder em qualidade robusta: o risco de um apagão nas exportações é crescente.
O FMI SOA O ALARME: OS POBRES NÃO CONSEGUEM COM A TAPERING
Nem todo mundo gosta da perspectiva de redução gradual, embora suave. Depois da primeira reação positiva dos mercados ao anúncio do governador Jerome Powell em Jackson Hole, veio o alerta de Gita Gopinath, economista-chefe do Fundo Monetário: assim como em 2013, muitos países emergentes não conseguiriam sustentar o tapering. Mas os mercados aguardam confiantes os dados macro de hoje, a começar pelos diversos índices de confiança da zona do euro, que ainda estavam em alta em agosto. Para a Itália, após oito meses de recuperação, estima-se uma ligeira queda.
A HORA DOS ÍNDICES: FABRICANDO PMI E CONFIANÇA
Os olhos dos investidores estão focados principalmente nos dados do PMI industrial do Japão, China, Itália, Alemanha, França, Grã-Bretanha e zona do euro, bem como na estimativa do ADP de novos empregos no setor privado nos Estados Unidos, que chegam na quarta-feira, XNUMXº de setembro. E novamente sobre os serviços e PMIs compostos da China, Itália, Alemanha, França, Grã-Bretanha, zona do euro, além do PMI de serviços Markit e do índice ISM não manufatureiro nos Estados Unidos agendado para sexta-feira.
UE, AMANHÃ DADOS SOBRE A INFLAÇÃO E O ORÇAMENTO
Os dados da inflação na área na terça-feira devem ser seguidos em particular: +2,8% segundo as projeções, o maior desde 2012, número destinado a subir novamente para 3,3%, segundo o HSBC. Ou 2,6%, segundo o BCE, que tem em conta o aumento do IVA alemão, o aumento da energia e os inconvenientes associados aos estrangulamentos na indústria. Mas tudo isto não se traduzirá numa subida iminente das taxas de juro, até porque o fenómeno deverá abrandar em 2022.
Quanto ao BCE, o balanço consolidado será publicado na terça-feira, as estatísticas sobre as taxas de juro bancárias na Zona Euro na quarta-feira.
DADOS DE EMPREGO DOS EUA NA SEXTA-FEIRA, DECISIVOS PARA REDUZIR
Os mercados aguardam também os dados dos EUA, cruciais para o início da redução das compras por parte da Fed. O indicador mais importante será dado pelos dados do emprego de sexta-feira: são esperados 750 mil novos postos de trabalho e o desemprego cairá para 5,2%.
Seguem-se os preços das casas, subindo acentuadamente, e o índice de confiança. Mas a situação econômica pode ser condicionada sobretudo pelo furacão Ida na Flórida, que pode afetar significativamente o mercado de energia. Quarta-feira é a reunião da OPEP plus, que terá que decidir se modifica ou confirma o aumento mensal de 400 barris por dia.