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Ásia afunda, alerta vermelho para bolsas de valores

Início de semana dramático para as bolsas asiáticas: Xangai perde 8,5% – Onda de pânico nos mercados – Petróleo, commodities e moedas asiáticas em baixa, exceto o iene – Larry Summers: “Agora seria um erro imperdoável aumentar os EUA taxas” – Bancos centrais em Jackson Hole – mas sem Yellen – BTPs também estão sob fogo

Ásia afunda, alerta vermelho para bolsas de valores

A avalanche continua. O início das bolsas asiáticas nesta manhã é dramático. Na primeira hora de negociação, o Shanghai Composite Index caiu 8,5%, apagando os ganhos de 2015. O Shenzhen Composite Index caiu 7,6%. Um novo corte na taxa de desconto e outras medidas expansivas, incluindo intervenção no mercado de ações por fundos de pensão, são considerados muito prováveis. Mas as autoridades não se mexeram até agora, alimentando a sensação de que Pequim não sabe como lidar com a situação.

A onda de pânico contaminou Hong Kong, que sofre uma perda de mais de 4%.Em Tóquio, o índice Nikkei sofre uma queda de 2,6%, caindo pela primeira vez abaixo de 19 pontos desde abril. Sidney -2,7%. Taiwan (-7,5%) vive sua pior sessão desde 1990.

Os futuros de Wall Street (-2,7%) avançam em baixa, antecipando assim o enredo de um dia que promete ser dramático para as bolsas americanas e europeias. 

Enquanto isso, o declínio do petróleo continua: Brent (-2%) caiu abaixo de 45 dólares, Wti abaixo de 40. O índice de commodities Bloomberg está em seu nível mais baixo desde 1999. 

Abaixo, com exceção do iene, todas as moedas da região Ásia-Pacífico. Mas os mercados estão se convencendo de que, dada a situação, o Fed renunciará ao aumento das taxas que, escreve o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, "neste momento seria um erro imperdoável".

ATRÁS DOS MERCADOS O PESADELO DE UMA SEMANA TRÁGICA

Chama a atenção a inação das autoridades chinesas no fim de semana, uma ausência culposa após os reveses da semana passada, desastrosos em todas as latitudes: 

1) Em cinco sessões, as bolsas queimaram mais de 2.200 bilhões de dólares de capitalização: 755 bilhões na Ásia, 894 na América, 459 bilhões na Europa. A maior queda, em termos percentuais, ocorreu em Xangai (-11,54%). Apesar das intervenções maciças das autoridades (144 bilhões de dólares), a capitalização de Xangai e Shenzhen caiu de 9.600 para 4.800 bilhões de dólares desde o início de julho. 

2) O índice MSCI Emerging Markets perdeu cerca de 6% durante a semana, a pior queda desde meados de 2012. Desde meados de maio, a queda é de 23,5%. O brasileiro de 12,3 anos subiu para 10,2%, o rendimento do título russo subiu para XNUMX%. 

3) A correção das bolsas americanas foi muito forte: o Dow Jones -3,1% na sexta-feira entrou em correção técnica enquanto o índice S&P caiu abaixo de 2.000. Mais de um terço da queda no DJ 30, o índice blue chip, deveu-se a quedas no Goldman Sachs, Nike e Boeing. Liderando a descida, a Apple perdeu mais de 20% em relação às altas de abril: desde então, o título perdeu 164 bilhões em capitalização. 

4) Em uma semana, a Piazza Affari caiu 6,5%, em linha com Paris, um pouco pior que Madri (-6%). As coisas pioraram em Frankfurt (-8%) e em Londres (-7,5%). Em Milão, a camisola preta da semana vai para a CNH Industrial (-13,36%), refletindo os maus resultados da John Deere, à frente da Prysmian (-10,85%) e da Exor (-9,06%). 

5) Na frente monetária, a desvalorização do yuan desencadeou um efeito dominó que causou o colapso das moedas emergentes em relação ao dólar. Mas a moeda norte-americana recuou, com grande satisfação dos americanos, em relação ao euro que fechou a semana em 1,35. 

6) O petróleo WTI rompeu a barragem de 40 dólares em baixa, voltando aos níveis de março de 2009. Na semana, a perda foi de 5%. O Brent, que caiu para 45,43 dólares o barril, perdeu 7%.

BTPs TAMBÉM SOB FOGO. LEILÕES DO TESOURO QUINTA-FEIRA

Mais uma vez os leilões de títulos públicos coincidem com uma situação turbulenta nos mercados de dívida. O Tesouro divulgará hoje à noite as características dos Bots que serão ofertados no mercado na quinta-feira, dia 27.

A crise dos mercados desencadeou uma fuga ao risco, favorecendo a recuperação do Bund alemão: a yield de Berlim a 0,578 anos caiu para 0,658% face a 12,61% na sexta-feira anterior (queda de 2,01%). Enquanto isso, especialmente desde a tarde de quinta-feira, as vendas começaram nos periféricos europeus: os bônus espanhóis, que já sofrem com o efeito das eleições de dezembro próximo, subiram para 1,854% enquanto os BTPs recuaram 1,816% contra XNUMX% em sete dias antes.

BANQUEIROS EM JACKSON HOLE, MAS YELLEN NÃO ESTÁ LÁ. PIB DOS EUA QUINTA-FEIRA

A partir de quinta-feira, também fará calor nas montanhas do Wyoming onde, segundo a tradição, se realizará a reunião de Jackson Hole reservada aos banqueiros centrais, no passado uma ocasião para os anúncios mais solenes, não menos importante o lançamento do Qe europeu anunciado por Mario Draghi. 

Este ano o encontro intitulado “Dinâmica da inflação e política de mercados”, ou seja, se e em que medida a fraca dinâmica dos preços pode desencorajar o aumento das taxas. Assunto quente, mas Janet Yellen já informou que Jackson Hole, apenas 20 dias antes da reunião do conselho do Fed, não estará lá.

Também na quinta-feira, outro dado sensível será divulgado em função do possível aumento de juros, ou seja, o PIB dos Estados Unidos para o segundo trimestre. A expectativa é de alta de 3,2%, bem acima dos 0,6% do período janeiro-março. Os dados do PIB britânico também serão publicados durante a semana: um aumento de 0,7% é esperado para o segundo trimestre (+2,6% na base anual). 

EGP-F2I, O POLO FOTOVOLTAICO ESTÁ AQUI

Não é fácil identificar problemas operacionais na Piazza Affari em horários tão movimentados. No entanto, a negociação entre a Enel Green Power e a F2i para a criação de um polo fotovoltaico italiano com potência imediata de 270 megawatts e capaz de agregar outras empresas do setor parece estar em fase final. 

A Egp, que além dos 120 Mw em Itália pode contar com outros 319 instalados na Península Ibérica, Grécia, Roménia, Chile e África do Sul, é, juntamente com a Eni (-1,98%) e Monte Paschi (-5,59%), uma das poucas ações da cesta Ftse Mib com variação negativa desde o início do ano. Na última semana, a EGP perdeu 7,07%.

Difícil, dada a situação do mercado, a confirmação da Saipem, uma das poucas ações em terreno positivo na sexta-feira com alta de 0,54% (-4,38% na semana) aguardando acordos de colaboração com a Gazprom. 

CLIMA DIFÍCIL PARA IPOS POPULARES

Até os grandes bancos estão sofrendo com o aumento do spread. O Intesa caiu 6,98% à frente do Unicredit (-6,31%). Ainda pior Monte Aschi (-7,50%). O Popolari resistiu melhor, com perdas entre 4 e 5%. Nesse caso, a expectativa do risco iminente do setor, às vésperas das assembleias de transformação em sociedade anônima, ajuda. 

No entanto, a temporada de IPOs de cooperativas não listadas (Veneto Banca e Popolare di Vicenza) mais a do Ibl está pairando sobre o setor. 

PUBLICADO NA BOLSA DE VALORES EM OUTUBRO: ESPERANÇA DEPOIS DA TEMPESTADE

O congelamento do mercado de ações corre o risco de complicar os programas do Tesouro. O IPO das ferrovias foi adiado para 2016, mas na próxima semana será realizada a reunião da Grandi Stazioni (60% detida pelo grupo), que decidirá sobre a cisão da empresa em vista da listagem da varejista . A listagem da Enav também foi adiada para 2016.

Apenas a esperada operação da Poste Italiane segue em andamento. Na semana passada, o Mef arquivou o prospecto junto ao Consob tendo em vista o IPO previsto para o final de outubro. 

MAL DO BRASIL PARA FCA E TELECOM

Brasil causa grande preocupação para a Fiat Chrysler (-7,09% nesta semana). O mercado registrou queda de 19% em relação a janeiro e piora (-23% em julho). “A crise é pesada e não passa”, comentou Sergio Marchionne, que está confiante no sucesso do Jeep Renegade construído na fábrica de Pernambuco (investimento de R$ 2,5 bilhões). Enquanto isso, o governo oferece incentivos para as empresas que não reduzirem seus funcionários. 

A Telecom Italia também está altamente exposta no mercado carioca e na Argentina. No Brasil, as contas do primeiro semestre do ano registaram quebras no volume de negócios (-8,8%) e nos proveitos (-20,5%). No dia 25 de setembro, o Conselho de Administração da empresa se reunirá no Rio de Janeiro, onde na véspera será realizado o Strategy Day do grupo. Os diretores também viajarão para a Argentina: o acordo com a fintech, assinado há dez meses, ainda aguarda concretização. 

Entretanto, a 7 de setembro, deverá chegar-se a acordo em reunião no Mise sobre os 1.700 despedimentos já anunciados.

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