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Espanha: 'não' do Podemos coloca o Bolsa em parafuso

Os socialistas firmam um acordo oficial com o Ciudadanos e recolhem um Não igualmente oficial do Podemos – O caminho para a Moncloa é cada vez mais difícil e os investidores começam a se preocupar – A bolsa de Madrid cai 3%, a pior lista da Europa.

Espanha: 'não' do Podemos coloca o Bolsa em parafuso

Os mercados veem a possibilidade de encontrar uma solução para a crise política que se abriu na Espanha após as eleições de 20 de dezembro, das quais nenhum partido saiu com a maioria no bolso, recuando a cada hora.

Depois das tentativas falhadas de Mariano Rajoy, a bola está agora nas mãos do jovem líder socialista Pedro Sanchez. O PSOE terá até o dia 2 de março para triunfar na tentativa desesperada de formar um governo e assim conquistar a confiança, então o caminho ficará ainda mais estanque.

Chegou ontem o acordo oficial entre o PSOE e os centristas de Ciudadanos que, se por um lado foi saudado por representar um primeiro passo após meses e meses de impasse político, por outro levanta novas dúvidas sobre as possibilidades reais de encontrar uma solução.

Os números ainda não estão lá. Pelo contrário, deste ponto de vista a situação torna-se ainda mais complicada dado que o acordo com o Ciudadanos é de facto uma alternativa ao Podemos, com o qual as negociações prosseguem incessantemente há mais de um mês. O partido de Albert Rivera conta atualmente com 40 assentos, o de Pablo Iglesias com 65. Em todo caso, a soma de seus assentos com os do PSOE (90) não teria permitido a Sánchez obter a maioria.

A esta altura, portanto, para obter a maioria simples em Moncloa, seria necessária ao menos a abstenção do Podemos, que no entanto anunciou o rompimento das negociações com os socialistas sobre a possível investidura de Sánchez na próxima semana. "O acordo entre Sánchez e Rivera não é compatível conosco", disse o número dois do Podemos, Inigo Errejon, segundo quem Sánchez assim "frustra uma oportunidade histórica para milhões de espanhóis".

Recordamos também que será necessária maioria absoluta para a votação de 2 de março, que já se tornou praticamente uma miragem. O mais provável é que o líder socialista se concentre na segunda votação por maioria simples (5 de março). De qualquer forma, a primeira votação finalmente iniciará o relógio institucional. Se até 3 de maio nenhum executivo obtiver confiança, procede-se à dissolução das Cortes e novas eleições políticas, possíveis a partir de 26 de junho.

Com o passar dos meses, os mercados começam a ficar cada vez mais inquietos com a crise política espanhola. A principal preocupação é que Madrid frustre os anos de sacrifícios feitos até agora, colocando em risco a estabilidade econômica e a credibilidade do país.

O Não final do Podemos desencadeou as vendas na Bolsa de Madrid que fechou a sessão com um vermelho de 3,07%, o pior resultado entre as listas europeias.

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