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Smartworking, senso de não pertencimento e subgrupos

Smartworking, senso de não pertencimento e subgrupos

O corpo-empresa e sua organização funcionam principalmente por sua capacidade de gerar e consolidar um sentimento pulsante de pertencimento e, nesse sentimento compartilhado, a estrutura do grupo de referência, as linhas de comando e, de fato, o alcance de metas. O risco manifesto para as organizações hoje, em relação às consequências do covid e do smartworking, é um possível erosão do sentimento de pertença à empresa. Já lemos sobre denúncias de sentimentos de abandono e manifestações dos efeitos psicossociais de não socializar e trabalhar juntos. A realidade nos ensina que trabalho é muito mais que salário no final do mês: é socialização, crescimento, aprendizado, comparação, etc. Surge assim um novo possível risco de identidade: a propagação de um sentimento de não pertença que produz um forte sentimento de insatisfação e infidelidade e um estado de espírito potencialmente desfavorável. Portanto, este aspecto não deve ser subestimado e, em tempos de smartworking, será importante para as organizações medir e monitorar o nível de pertencimento por meio de pesquisas de satisfação e possíveis carências.

Há um indicador importante a considerar. Robert Merton (sociólogo) escreveu em 1968. “Da mesma forma, as mudanças de situação (ed. covid e smartworking) podem influenciar as definições de pertença ao grupo, tanto da própria adesão como dos outros. De fato, como as taxas de interação não são distribuídas igualmente entre os membros de um grupo, qualquer evento que aumente a interação entre alguns e reduza entre outros tenderá a criar subgrupos. Como o próprio termo indica, os subgrupos são constituídos estruturalmente por aqueles que tecem relações sociais distintas não compartilhadas pelos demais membros do grupo maior. Todos os grupos estão potencialmente sujeitos à formação desses subgrupos”.

Este tipo de desapego é curado criando (ou renovando) algum novas condições de adesãoe lealdade para o grupo capaz de elevar o sentimento de pertencimento de todos os membros para não transformar a organização em uma soma de subgrupos movendo-se em direções diferentes ou, pior, divergentes.

“A arte de escolher homens não é tão difícil quanto a arte de permitir que aqueles que você escolheu realizem todo o seu potencial.” Napoleão Bonaparte

Tudo de bom!

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