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Escândalo da Lazio: Polverini renuncia, agora os casos da Lombardia, Campânia e Calábria estão se aproximando

No final, o governador do Lazio renunciou, com um discurso cheio de alusões e ameaças, mas os casos da Lombardia, Campânia e Calábria se aproximam - E sobretudo a reação da política nacional é forte - O Pdl está em pedaços e o retorno ao campo de Berlusconi cada vez mais problemático – Mas também o Partido Democrata e o UDC saem mal desse caso.

Escândalo da Lazio: Polverini renuncia, agora os casos da Lombardia, Campânia e Calábria estão se aproximando
Polverini renunciou ao cargo de governador da Lazio. E ele fez isso da pior maneira. Tarde, depois de ter dado a impressão de ter sido convencido a ficar pela intervenção de Berlusconi e de ter tido que refazer seus passos mais uma vez, depois de ter sido demitido também por Casini, pronto para seguir o Pd e as outras oposições na estratégia das renúncias de os vereadores para levar a região à votação o mais rápido possível. Mas também renunciou em tons inadequados para quem, de qualquer forma, detinha um papel institucional importante. A última conferência de imprensa, aquela com que anunciou o seu adeus definitivo, ficou marcada por um lado pela tentativa de separar as suas responsabilidades das de quem lhe tinha assegurado a maioria ("Conselho limpo e Conselho indigno"), por ' além de uma série de ameaças mais ou menos indeterminadas contra todos ("a partir de amanhã falarei").

Claro que o que aconteceu não fica só na Lazio. E não apenas porque outras regiões de centro-direita (Lombardia, Campânia e Calábria, por exemplo) estão na mira do judiciário. Mas porque todas as forças políticas foram abaladas pelo sancndali destes dias. Claro que com diferentes níveis de responsabilidade. Mas o certo é que o escândalo da Lazio não para em Fiorito e Battistoni, nem termina com a renúncia do presidente da região. A impressão é que estamos diante da dissolução do que se convencionou chamar de segunda república.

Os perdedores são muitos outros. A começar por Berlusconi que tentou até ao último minuto (com o apoio da direcção do PDL, de Alfano a Cicchitto, de Gasparri a La Russa) congelar a presidência de Polverini. Com consequências dramáticas: o partido cai mais uma vez nas pesquisas e a volta de Berlusconi ao campo parece cada vez mais problemática e arriscada. Também não é por acaso que tanto na frente da antiga AN quanto na da Forza Italia voltamos a lamentar a falha em "desfazer as malas", ou seja, uma divisão acordada. Enquanto isso, as ameaças de Polverini contra "os personagens agradáveis ​​que percorriam a Europa". Clara referência às festas organizadas pelo vereador De Romanis (aquele que se vestia de Ulisses recebia antigos romanos e porcos). Como se vê, o clima grotesco desses dias ainda não diminuiu.

Mas se o Pdl chora, nem o Pd nem os centristas podem rir. O grupo de vereadores do Partido Democrata havia arrecadado o estratosférico financiamento público do Lazio e, segundo muitos, até concordou. Claro, uma coisa é gastar em cartazes, outra em festas com antigas perucas romanas e na compra de SUVs para vereadores individuais. Mas a impressão é que os vereadores do Partido Democrata e de outras forças de oposição são, no mínimo, os responsáveis ​​por não prestarem contas. Quanto à UDC, é difícil esquecer que a junta de Polverini pôde contar com sua participação e apoio e que Casini estava inclinado a chamar seus assessores à renúncia, somente após uma dura intervenção do cardeal Bagnasco sobre as consequências do escândalo.

Resumindo: é evidente a abrangência nacional do que aconteceu na Lazio. É mais um golpe para um país e uma democracia ainda em dificuldades. Estamos a poucos meses das eleições e ainda não existe uma lei eleitoral credível, o que aconteceu torna ainda mais difícil um acordo entre as forças políticas, que até agora (algumas com relutância) apoiaram o governo Monti. E as palavras proferidas pelo primeiro-ministro pouco antes de ir para os Estados Unidos são particularmente significativas. Monti, com uma referência implícita mas clara ao PDL, denunciou a "inércia" de parte da política sobre a necessária lei anticorrupção.

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