Que Nicolas Sarkozy estava concentrando grande parte de sua campanha eleitoral na questão da imigração não era mistério. Mas domingo, naquele dia Villepinte, uma cidade de 40 habitantes no banlieue norte de Paris, o Presidente da República cessante trouxe a artilharia pesada.
Na frente de um multidão de 60 mil torcedores galvanizou como nunca antes, o candidato à reeleição não hesitou em evocar a hipótese de a França sair dos acordos de Schengen, que regulam precisamente a gestão dos fluxos migratórios de fora para a Europa, muitas vezes confiados a países fronteiriços, entre os quais a Itália.
Eles não estavam faltando no ano passado já a controvérsia sobre o caso Lampedusa, quando mais de 25 imigrantes ilegais desembarcaram na costa italiana e muitos deles tentaram chegar ao território francês, prontamente detidos em Ventimiglia por um impressionante contingente de forças de segurança procurados por Sarko para deter a "invasão".
Mas em Villepinte o consorte de Carla Bruni foi mais longe: ele pediu uma revisão dos tratados, ameaçando até suspender a participação da França se isso não acontecesse dentro de um ano. Um verdadeiro ultimato: “Os acordos de Schengen já não são capazes de responder à gravidade da situação. Eles devem ser revistos, exatamente como fizemos recentemente com a revisão das regras fiscais e financeiras”. “Não devemos – disse também Sarko – deixar a gestão dos fluxos migratórios aos tecnocratas e aos tribunais”.