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Samsung gosta da Apple: estimativas revisadas, lucros em queda livre

Samsung revisa suas estimativas de lucros e receitas para o quarto trimestre de 2018, com previsões bem abaixo do esperado – Pesando a redução da demanda por memórias e, principalmente, maior concorrência no setor de smartphones

Samsung gosta da Apple: estimativas revisadas, lucros em queda livre

Depois da Apple, a Samsung também está correndo para se proteger e revê negativamente as previsões para o quarto trimestre de 2018. A gigante coreana prevê receitas de 52,2 mil milhões de dólares, valor que em termos percentuais representa menos 11% do que as estimativas iniciais. Lucros despencam: a nova estimativa prevê lucros de 9,6 bilhões de dólares (10,8 bilhões de won), uma queda de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior. Bem abaixo das estimativas da média de 26 analistas da pesquisa da Refinitiv, que esperavam ganhos de 2018 trilhões de wons no último trimestre de 13,2.

Na base da revisão da orientação existem razões semelhantes às que na semana passada levou a Apple a seguir o mesmo caminho devido a vendas abaixo do esperado do iPhone XS e XR: uma queda na demanda relacionada a chips de memória, mas principalmente un aumento da concorrência na indústria de smartphones, onde a Samsung sofre com o crescimento de empresas como Xiaomi e Huawei, que vendem produtos de qualidade, mas a preços muito competitivos, abrindo mão de ter altas margens nas vendas. Obviamente, a desaceleração da economia chinesa, mercado fundamental tanto para a Samsung quanto para a Apple, também pesa.

Em pormenor, no documento apresentado aos reguladores do mercado bolsista, a empresa coreana explica que a quebra da procura ligada às memórias se deve sobretudo aos menores pedidos provenientes dos data centers, tendência, entre outras muito acentuada, que a Samsung fez não previmos e que afetaram fortemente as receitas.

Quanto a 2019, a tendência também dependerá da economia chinesa. Se Pequim continuar a desacelerar, uma nova queda nos lucros da Samsung é inevitável.

De fato, cabe lembrar que a China detém uma participação entre 20 e 30% do mercado global de produtos tecnológicos. Uma queda na demanda, portanto, não pode deixar de impactar o principal fabricante mundial de smartphones.

As vicissitudes do setor não dão, portanto, sinais de abrandamento e também o mercado de ações começou a reagir. Após o boom dos últimos 10 anos, as vendas continuam em queda e a guerra comercial entre EUA e China só aumenta as dificuldades das empresas que tentam se reposicionar em um mercado que nunca havia passado por uma crise até recentemente.

 

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