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Roma: a partir de 5 de dezembro Santiago Calatrava com As metamorfoses do espaço

Um acervo de 140 obras ilustra a complexa produção artística do grande arquiteto espanhol: não só maquetes arquitetônicas, mas também pinturas e esculturas – a exposição, instalada nos espaços do Braccio di Carlo Magno, ficará aberta de 5 de dezembro a 20 de fevereiro .

Roma: a partir de 5 de dezembro Santiago Calatrava com As metamorfoses do espaço

No dia 5 de dezembro, nos espaços monumentais do Braccio di Carlo Magno, abre ao público a exposição Santiago Calatrava. As metamorfoses do espaço, que permanecerá aberta até 20 de fevereiro de 2014. A exposição, promovida pelos Museus do Vaticano e pelo Pontifício Conselho para a Cultura sob a curadoria de Micol Forti (Curador da Coleção de Arte Contemporânea dos Museus do Vaticano), oferece ao público um acervo de cerca de 140 obras para apresentar a complexa e multifacetada produção artística do famoso arquiteto e engenheiro de origem espanhola. Um núcleo seleccionado de modelos arquitectónicos é acompanhado não só pelos respectivos estudos preparatórios, mas também por aguarelas, nascidas de uma veia criativa completamente independente da génese dos próprios projectos, e por uma rica antologia de esculturas, tanto monumentais como de carácter mais reduzidos, feitos de bronze, mármore, alabastro, madeira.

As justaposições entre obras pertencentes a códigos artísticos distintos, embora contíguos, seguem diversos critérios para direcionar o olhar do observador para níveis diversificados na leitura dos volumes arquitetônicos, da visão do espaço e das formas, aspectos próprios da trajetória artística de Calatrava.

A grande maquete arquitetônica da Igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau em Nova York, projetada para o Marco Zero, é ladeada por evocativos desenhos em aquarela, nos quais o olhar do artista vai do estudo dos mosaicos e cúpulas da Hagia Sophia em Istambul ao desdobramento de uma camélia, do arco traçado pelo peso de uma folha de palmeira ao rosto de Cristo, modelo ideal para a igreja de planta central.

O esplêndido retorcer das velas que dá vida ao projeto para o Palasport em Roma, para a Universidade de Tor Vergata, é justaposto a três belas pinturas de figuras agachadas: uma tensão dinâmica quase inexpressa, contida no estudo do equilíbrio entre as forças .

A verticalidade das Torres de Malmö ou de Chicago reflete-se no equilíbrio instável das esculturas a elas associadas.

O reflexo do rosto humano encontra plenitude na redondeza das esculturas de mármore e alabastro, na forma fechada da Ópera de Tenerife, ou melhor, parece dissolver-se na transparência das superfícies coloridas de uma série de aguarelas geométricas.

O movimento é real quando abre, como as pétalas de uma flor, os elos que compõem duas colunas retorcidas de bronze; quando modifica as nuances cromáticas das Pinturas em Movimento; quando atravessa o vazio da Ponte de Buenos Aires. É um movimento visionário, e não menos verdadeiro por isso, no entrelaçamento dos chifres de touros maciços, nos galhos secos de uma floresta sem luz ou nos corpos, que com seus gestos compõem espaços físicos, psicológicos e espirituais.

Além da nova Igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau, está exposta a esplêndida maquete do arrojado projeto da Catedral de São João, o Divino, também em Nova York. A magnificência desta ideia extraordinária de espaço sagrado que converge com e na natureza é contrabalançada pelo modelo da Capela de Los Angeles, dedicada ao Padre Junipero, frade franciscano que em 1767 foi enviado para as missões da "Baja California". A cabana, primeira igreja erguida pela pequena comunidade, é o modelo de capela imersa no espaço, na água e no ar: suas não-paredes se abrem para o exterior, erguendo-se como os galhos de uma árvore, abrindo mão de qualquer limite físico entre a espaço sagrado e a comunidade.

O catálogo, para as Edizioni Musei Vaticani, é apresentado por Antonio Paolucci, Diretor dos Museus do Vaticano, com as contribuições de Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Antonella Greco, Professora Titular de História da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura de Roma, La Sapienza e Micol Forti, curador da Coleção de Arte Contemporânea dos Museus do Vaticano. Cartões de Francesca Boschetti, Micol Forti, Rosalia Pagliarani.

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