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Informe Intesa Sanpaolo sobre EUA, Europa, Japão e Países Emergentes: luzes sobre os cenários macroeconômicos

RELATÓRIO DA INTESA SANPAOLO – Segundo os analistas do grupo milanês, as luzes já são mais do que as sombras no cenário macroeconômico mundial. A América se prepara para o avanço do Fed, o Japão testa a Abenomics, a Europa espera ver o fim do túnel – países emergentes em duas velocidades.

Informe Intesa Sanpaolo sobre EUA, Europa, Japão e Países Emergentes: luzes sobre os cenários macroeconômicos

Moderadamente animador, assim se poderia definir o cenário macroeconômico traçado para o futuro próximo pelos economistas do Acordo de San-Paolo, para o qual, sob vários aspectos, foram lançadas as bases para uma reviravolta na economia mundial.

As palavras do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, deixaram claro para os mercados que a temporada de vários anos de taxas zero e liquidez abundante está entrando em sua fase final. Embora os tempos de recuperação sejam longos, isso trouxe o cenário de normalização de volta ao horizonte de atuação do mercado, desencadeando uma fase inicial de elevação das taxas de médio e longo prazos. o retorno das taxas reais de médio e longo prazo a patamares positivos não torna as condições financeiras restritivas de forma alguma.

O menor crescimento da base monetária será provavelmente compensado pela subida dos multiplicadores monetários, aliás a Fed tem-se disponibilizado inequivocamente a um prolongamento do estímulo aos primeiros sinais negativos. O crescimento também deve acelerar devido à contração da contribuição negativa dos gastos públicos, visando reduzir o déficit esperado em 4 pontos do PIB no exercício de 2013.

No resto do mundo, a futura mudança na política monetária dos EUA terá dois efeitos opostos: por um lado, a valorização do dólar deve tornar a produção estrangeira mais competitiva; por outro lado, contudo, haverá efeitos negativos nas componentes da procura sensíveis à taxa de juro, como efeito da correlação entre as curvas de taxa de juro: desde o início de maio, a yield alemã a 50 anos subiu mais de 88pb, contra XNUMXbp para os EUA de XNUMX anos. E, como vimos nas últimas semanas, é pouco provável que a subida das taxas de juro nos países da periferia europeia seja automaticamente compensada por uma descida dos prémios de risco.

Na Zona do Euro, no entanto, já estamos assistindo a uma queda na base monetária, geralmente um prelúdio para uma possível alta de juros. A peculiaridade da situação europeia, porém, reside no fato de que a redução não ocorre por uma decisão deliberada do Banco Central de drenar a liquidez, mas por uma queda na demanda por reservas por parte dos bancos. Estes últimos estão a devolver espontaneamente as reservas excedentárias acumuladas nas operações de refinanciamento de longo prazo de 2011 e 2012, sendo a diminuição da base monetária compensada pelo aumento dos multiplicadores; a dinâmica do crédito, com efeito, é travada pela falta de procura e pela vontade de não criar crédito malparado, e não mais por problemas de liquidez ou de capital.

No que diz respeito à crise da dívida, embora ainda não se possa dizer que esteja superada, a progressiva "extinção" dos focos de crise (a conclusão das negociações do resgate financeiro em Chipre, o desbloqueio do impasse político em Itália, o prolongamento do sobre os empréstimos concedidos à Irlanda e a Portugal, para além da concessão de mais tempo para correção fiscal a vários outros países) tem permitido um decréscimo acentuado da probabilidade de evolução no sentido “extremo” das dificuldades.

No Japão, porém, o estímulo fiscal está destinado a ser prolongado, com o objetivo final declarado de uma taxa de inflação de 2%. Se o objetivo declarado é também o objetivo oficial, pode-se verificar se e quando a inflação atingir a zona crítica: aí surgirá o contraste entre os objetivos da política monetária e a necessidade de garantir a sustentabilidade da dívida pública. Pelo menos o crescimento parece estar se consolidando, graças à sustentação do consumo e da construção residencial.

No entanto, o estímulo quantitativo japonês não é um substituto perfeito para o americano, como também foi visto nas últimas semanas. Embora seja razoável esperar que os investidores japoneses aumentem sua exposição aos mercados estrangeiros, é improvável que isso compense o efeito restritivo do aumento das taxas dos EUA nos mercados europeus.

Entre os mercados emergentes, os problemas de controle macroeconômico estão crescendo no Brasil e na China. As projeções para o crescimento chinês foram reduzidas, refletindo a trajetória incerta dos últimos meses e a adoção de medidas restritivas no front de liquidez. Para os demais emergentes, a perspectiva de alta do dólar é negativa. No entanto, a drástica melhora na estrutura financeira torna improváveis ​​crises como as que acompanharam o ciclo de alta dos juros pelo Fed na década de XNUMX, ainda que muita atenção deva ser dada a fundamentos específicos.

Na frente das matérias-primas, espera-se um processo de “normalização”, ou seja, o retorno aos fundamentos de oferta e demanda como principal critério norteador dos preços. Passados ​​os excessos dos últimos anos, parece ganhar força a consciência da insustentabilidade das taxas de crescimento dos países emergentes e da dificuldade de a liquidez continuar a desempenhar o protagonismo até aqui assumido.

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