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Renzi: "Com o Não na UE, já ninguém está na fila"

O primeiro-ministro entrevistado por Eugenio Scalfari à República das Ideias diz-se pronto para assinar uma lei que limita a dois os mandatos do primeiro-ministro. "Com a vitória do Não no outono, a Itália se torna ingovernável". Seis meses, entre outubro de 2016 e março de 2017, para mudar o paradigma da UE sobre austeridade

Renzi: "Com o Não na UE, já ninguém está na fila"

As reformas como conditio sine qua non para o desafio da Itália à austeridade, numa Europa onde esses partidos populistas avançam e também angariam votos em Itália. Este é o fio condutor que une os muitos temas que o primeiro-ministro Matteo Renzi aborda em La Repubblica delle Idee, em um diálogo com Eugenio Scalfari que, em um final sobre o referendo constitucional e a lei eleitoral, vê o chefe do governo admitir que "não se apaixone pelo Italicum" e anuncie que você é "pronto para assinar um projeto de lei" que, com o novo sistema institucional em vigor, limita os mandatos do primeiro-ministro a dois.

Conceitos que Renzi sublinha ao responder a Scalfari que anuncia seu 'não' às reformas se não mudar a lei eleitoral e reiterar como, com a vitória do não voto no outono, "a Itália se torna ingovernável e ninguém mais na Europa está na linha". E aitalicum? Talvez, o diálogo com RepIdee saia menos blindado do que alguns meses atrás. “Teria preferido o Mattarellum com ferramentas para garantir a vitória”, admite Renzi, observando como o sim em outubro será, no entanto, um sim a uma reforma constitucional que “dura 30 anos” quando uma “lei eleitoral dura muito menos”. O Italicum, explica ainda, resultou de uma discussão entre várias forças políticas mas, neste momento, é a única lei que pode garantir a vitória estável de "um partido sem pequenos partidos a seu lado" enquanto com o proporcional sistema "um governo dura como um gato na estrada". E no ponto dos 'nomeados' (os líderes bloqueados) o primeiro-ministro observa como, "em comparação com o passado e a anterior lei eleitoral são muito menos".

As reformas, para Renzi, também são a base indispensável para uma batalha que a Itália, de agosto de 2016 (quando, no dia 30, haverá acordos bilaterais com Angela Merkel) a março de 2017 (quando Roma sediará as comemorações dos 60 anos dos Tratados da UE) compromete-se a fazer por “mudar o paradigma da UE: mais investimentos e menos austeridade”. Uma batalha para a qual A Itália deve apresentar-se mais credível do que nunca e na sequência de um pacote de reformas agora concluído, observa Renzi, concentrando-se nas dificuldades da Europa de hoje. Se o populismo avança "é também porque a UE não funciona, porque às vezes estamos mais preocupados com os bancos e as finanças do que com o desemprego", explica o chefe do Governo segundo o qual, umBrexit eventual (sobre o que diz estar céptico face às sondagens que circulam no Canal da Mancha) será "um desastre para os britânicos mas, a médio e longo prazo, não será uma tragédia para a UE e para a Itália".

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