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RCS, Jovane tenta tranquilizar a Bolsa. E consegue conter o colapso do estoque

A bolsa continua a perder, mesmo que limite a quebra da tarde - O administrador-delegado tenta dar sinais positivos: "O aumento de capital já está 91% garantido" e "vamos apostar no digital" - Mas as contas de 2012 são preocupantes e ainda mais previsões para 2013 – E acionistas como Rotelli e Della Valle temem a diluição de suas ações

RCS, Jovane tenta tranquilizar a Bolsa. E consegue conter o colapso do estoque

“Deixe-me apresentar um plano no qual nós, do conselho de administração, juntamente com os acionistas, acreditamos fortemente”, Pietro Scott Iovane, CEO do RCS Media Group, orgulhosamente começou esta manhã diante de analistas financeiros. Naquele momento, porém, as vendas despejavam no estoque (-6,84%), uma reação compreensível, dado o vermelho intenso das contas de 2012 (509 milhões de prejuízos, dos quais 3 milhões nos últimos três meses) e as habituais disputas que acompanham os eventos na via Solferino: primeiro a renúncia do conselho de administração de Francesco Merloni, depois a carta com a qual Diego Della Valle expressou suas perplexidades sobre os termos da operação e a existência de possíveis conflitos de interesse. Outros, para já, calam-se mas é óbvio que as condições previstas para o aumento (redução do valor das antigas acções e emissão das novas a 129 euros) não são de molde a suscitar entusiasmo, sobretudo entre aqueles que , como Giuseppe Rotelli, corre o risco de ver sua participação reduzida de 0,2 para 16,3% em caso de não subscrição. Por último, não menos importante, as contas de 4,4 não auguram nada de bom como atesta o mesmo plano trienal que, com base na previsão de uma quebra de 2013% do PIB este ano (+1% em 0,5, +2014% em 1,2 ), prevê uma queda média anual de 2015% para a publicidade tradicional na Itália, tanto no mercado quanto no grupo. Já o mercado publicitário tradicional em Espanha regista uma quebra de 8%, com o RCS a cair 4%. Na Itália, espera-se uma queda média anual de 5% na circulação diária de jornais, com um crescimento de 10% no digital, o que estabilizará o equilíbrio. Na Espanha, a queda da circulação impressa é esperada em uma média anual de 38%, com crescimento digital de 9% e uma leve queda geral esperada.

Em suma, a missão de Iovane não foi fácil. Mas, pelo menos a julgar pela recuperação parcial do estoque à tarde (perda reduzida à metade para um mais confortável -3,3%), Iovane merece bastante: aliás, nessas condições, ele teria sido um milagre, uma mercadoria difícil para um ex-jogador gerente da Microsoft.

BIT COMPLETO (ATÉ O POSSÍVEL)

Para sanar a crise nas atividades tradicionais, o grupo RCS “vai reforçar a sua presença e a sua oferta no digital” apostando na rentabilidade, sublinhou o CEO Pietro Scott Jovane: face a um crescimento de mercado de 11%, a RCS ambiciona aumentar em 16 % Na Itália. A publicidade online deverá crescer 6% no mercado espanhol, com Rcs crescendo 7%. A aposta no digital, no entanto, acrescentou, “não significa que vamos abandonar o papel” que continua a fazer parte do negócio. "As tendências digitais, tradicionalmente consideradas como ameaças ao nosso mercado - afirmou -, são uma das melhores oportunidades que a RCS tem para expandir a sua influência, atingir novos mercados publicitários e tornar-se mais rentável". Mas para atingir este objetivo, segundo Jovane, a RCS deve tornar-se capaz de “agir rapidamente” para enfrentar a crise do setor e transformar-se “num novo player, mais ágil e pronto para competir num mundo em constante mudança”. Nada fácil para uma empresa com governança complexa e munição financeira limitada, depois da campanha desastrosa na Espanha.

AUMENTO GARANTIDO DE 91%…

O aumento de capital que terá início no verão contribuirá para colmatar a necessidade de novos financiamentos. Os termos exatos da operação só serão definidos pela diretoria no dia 28 de abril, convocada para responder às reclamações de Della Valle. Mas já se sabe que, até julho, chegarão 400 milhões (outros 200 em 2015), metade dos quais serão usados ​​para pagar empréstimos bancários. Dessa forma, um pool bancário desembolsará outros 575 milhões. O aumento não deverá trazer surpresas, dado o pára-quedas (166 milhões) garantido por um pool de bancos, maioritariamente credores do RCS. "Naturalmente, esperamos que nossos parceiros sigam a operação", disse o diretor financeiro Riccardo Taranto. lembrando que a renegociação da dívida está condicionada à execução da recapitalização. Até ao momento, disse, chegaram "cartas para cerca de 50%" do aumento previsto de 400 milhões, a que se devem acrescentar os cerca de 166 milhões do consórcio garantidor previsto. Em resumo, “91% do aumento de capital está garantido e esperamos chegar a 100%”.

AS CESSÕES: PRIMEIRO DADA, DEPOIS O TIJOLO

A alta administração da RCS está "confiante em atingir a meta de 250 milhões" de alienações de ativos não essenciais até o final do próximo ano, disse o diretor financeiro Riccardo Taranto. O negócio mais próximo "está ligado ao Dadá, pelo que pode haver um avanço entre o final do mês e maio". O capítulo de vendas de imóveis é muito mais promissor. O edifício RCS na via San Marco em Milão, o mesmo edifício na via Solferino que abriga as redações do Corriere e da Gazzetta, é "muito atraente". “Estamos a analisar” as propostas “de potenciais investidores interessados ​​neste edifício”, acrescentou o diretor financeiro. No entanto, o 'canteiro de obras' continua aberto para a venda dos dez periódicos que o grupo pretende vender ou, em alternativa, encerrar. O conselho de administração da empresa considerou ontem inadequadas as duas ofertas em cima da mesa, sobretudo pela dimensão do 'dote financeiro' pedido pelos compradores: estamos a falar de um valor superior a 20 milhões.

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