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Suco de laranja, preços disparados: clima e bactérias assassinas estão afundando as produções dos EUA, Brasil e México

A próxima safra da Flórida cairá 60%. As coisas não estão muito melhores para o Brasil, o maior exportador mundial de suco de laranja: a produção está se mantendo, mas os estoques estão caindo. Uma picada está chegando ao mercado europeu

Suco de laranja, preços disparados: clima e bactérias assassinas estão afundando as produções dos EUA, Brasil e México

Atenção ao preço do suco de laranja nos próximos meses, especialmente no próximo inverno, quando nossa dose diária de vitamina C poderá ser paga em ouro. A razão? O mudança climática, que eles estão colocando De joelhos três dos maiores produtores mundiais de suco de laranja, viz Usar, México e Brasil. O cenário mais crítico é o da Flórida, que na safra 2023-2024 produzirá apenas 16 milhões de caixas, 60% a menos que a safra anterior e uma das piores desde 1930, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. No caso do Estado norte-americano, foi sobretudo ofuracão Ian, que atingiu a área em setembro do ano passado, causando prejuízos de 250 milhões de dólares só no setor citrícola, mas também no chamado greening, uma bactéria provavelmente de origem asiática que está dizimando as plantações e cada vez mais resistente aos inseticidas.

A ameaça ao suco de laranja

A incidência desta bactéria era de facto 16% em 2016, enquanto em 2022 já tinha subido para 24%, ou seja, quase uma em cada quatro plantas mortas pela doença transmitida por um inseto (psilideum) anteriormente erradicada em 80% dos casos por inseticidas, enquanto hoje a letalidade do remédio diminuiu para 30-40%. Pela mesma razão (e também pela seca) o Produção do México caiu 30%, mas agora é o Brasil, maior exportadora mundial de suco de laranja com 75% de participação no mercado. Na prática, a produção conjunta dos dois grandes players globais do setor (Brasil e Flórida) deve cair pela metade neste ano, passando de 600 milhões de caixas na temporada passada para 330 milhões, ainda por cima em um cenário de crescimento populacional global e, consequentemente, aumento da demanda. Na verdade, a arrecadação brasileira per se não será tão baixa: espera-se que caia apenas 1,55% em relação a 2022, mas muito longe dos recordes de arrecadação do início dos anos 2000 (cerca de -30%) e também abaixo do esperado de o mercado, que esperava 320 milhões de caixas produzidas, enquanto serão menos de 310 milhões.

Produção se mantém, mas estoques despencam

O facto mais alarmante, face a um clima cada vez menos previsível e que, por isso, pode entretanto causar mais danos, é o da estoque, que estão praticamente desaparecendo: em 2012 o Brasil tinha 1,14 milhão de toneladas de laranjas em estoque, enquanto em 2022 o número caiu para 434.000 mil, o menor da história. Lá oferecer restrição já está a fazer subir os preços no mercado europeu: por exemplo, a associação francesa Unijus constatou que o preço da tonelada de sumo de laranja subiu de 2.600 para 3.400 euros, também devido à seca que atingiu Espanha e ao facto de grande parte da safra brasileira agora está sendo desviada para os EUA, empurrando justamente para Eu aumento os preços na Europa, para a qual tradicionalmente se destinava a maior parte da produção sul-americana. Não por acaso, já em novembro passado o custo dos contratos futuros de suco de laranja concentrado e congelado nunca havia estado tão alto em cinco anos, ultrapassando 2,20 dólares por libra.

A concorrência de países como Egito e África do Sul está crescendo

Assim, a profecia do filme "Uma poltrona para dois" tornou-se realidade, mas ao contrário: de fato, no filme de culto natalino, o Comissário da Agricultura explica: "O inverno rigoroso não parece ter comprometido a colheita da laranja". Traduzindo: oferta farta, preços baixíssimos e, na trama do filme, os diabólicos irmãos Duke em ruínas. Hoje, no mundo real, seu sonho de ficar rico teria se tornado realidade. No que diz respeito à Europa e à Itália - cujo consumo de laranjas está crescendo -, resta recorrer a novos exportadores: eles prometem Egito e África do Sul, se o clima e os insetos assassinos permitirem.

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