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Não apenas a recuperação: 42 bilhões para a Itália do quadro financeiro da UE

Monitor de Finanças Locais do Intesa Sanpaolo analisa Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia 2021-2027 - Entre fundos da UE e cofinanciamento nacional, Itália terá 82 mil milhões disponíveis, mas atenção à capacidade de gasto - Os investimentos públicos têm vindo a diminuir desde 2009

Não apenas a recuperação: 42 bilhões para a Itália do quadro financeiro da UE

Não apenas Planos de Recuperação. No último ano só se falou nos fundos que a União Europeia destinou para fazer face aos desastrosos efeitos económicos da pandemia de Covid-19. De fato, com a Next Generation EU, Bruxelas foi muito generosa com a Itália, que recebeu a maior fatia do bolo, igual a 191,5 bilhões de euros. No entanto, o orçamento que a UE põe à disposição dos Estados-Membros não se limita apenas aos “recursos pandémicos”, pelo contrário. Também são muito importantes os fundos "ordinários" que serão desembolsados ​​no âmbito do Quadro financeiro plurianual 2021-27 aprovado em junho passado. 

Em números falamos de um total de mais de um trilhão de euros geral entre agora e os próximos 6 anos. Um valor em linha com o previsto nos anteriores ciclos de programação e ligeiramente acima de 1% do PIB dos países da União. 

Il Monitor de Finanças Locais do Departamento de Estudos e Pesquisas do Intesa Sanpaolo informa quantos recursos chegarão à Itália graças ao novo Marco Financeiro e a quem serão destinados.

42 BILHÕES PARA A ITÁLIA

Em detalhe, durante o novo ciclo de programação da UE A Itália recebeu 42 bilhões euros de recursos, fundos aos quais se juntarão os cofinanciamentos nacionais, atingindo um total de 82 mil milhões de euros. A maior parte desse dinheiro (53,5 bilhões) irá para as regiões menos desenvolvidas, enquanto os 27,4 bilhões restantes serão divididos entre as regiões mais desenvolvidas e aquelas em transição. Abruzzo, Sardenha e Molise dobrará os recursos de que dispõem, destaca o Monitor Intesa Sanpaolo, que, no entanto, lança o alarme no poder de compra real desses recursos.

Com base nas disposições das regras da UE, de fato, os fundos devem ser gastos dentro de 2 anos após o final do período de sete anos (esta é a regra "n+2"), caso contrário, eles serão desativados. “Os dados sobre a execução do período de programação anterior indicam as dificuldades de programação e gastos: a 30 de abril de 2021 ainda há mais de 10,5 mil milhões de euros a comprometer até 2023. Precisamos também, sem dúvida, de um sprint para gastar os mais de 26 mil milhões de euros que ainda não tinham sido pagos a 30 de abril”, destaca o Departamento de Estudos e Investigação do Intesa.

INVESTIMENTOS PÚBLICOS EM BAIXO

O Monitor passa então a analisar os investimentos públicos registrados pelas Contas Públicas Territoriais. Bem, entre 2009 e 2018 houve investimento público reduzido em mais de 17 bilhões, com uma redução pela metade do nível geral de gastos em uma década. A redução das despesas de investimento concentrou-se sobretudo nas administrações locais: "dos 17 mil milhões de despesas perdidas, quase 13 mil milhões diziam respeito às administrações locais", lê-se no relatório.

Do ponto de vista geográfico, o declínio afetou todas as regiões, exceto Abruzzo e a província autônoma de Bolzano (que se manteve estável). A Lazio (-1,6 mil milhões de euros, o que em termos reais equivale a uma redução de 75%), seguida do Valle d'Aosta (-78% em termos reais) registou a quebra mais acentuada. Do ponto de vista setorial, porém, a redução envolveu principalmente trânsito, saúde, administração geral, meio ambiente, segurança pública e previdência social. As únicas exceções são os setores de Trabalho e Energia. 

Neste contexto, porém, surgem também boas notícias: “os dados referentes aos últimos anos mostram uma viragem: em 2019, a despesa da administração pública com investimentos cresceu”, sublinha o Intesa. Uma contribuição importante para os gastos de investimento veio de empresas públicas, locais e nacionais: empresas investidas, em particular, substituíram parcialmente os investimentos perdidos pelas administrações públicas nos últimos anos e deram um importante impulso à recuperação em 2019.

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