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Multinacionais, a Toyota é sempre a maior e a Eni é a primeira das italianas que têm apenas 15 anos

Segundo o levantamento anual da R&S-Mediobanca em 2010, as multinacionais de todo o mundo se fortaleceram e a Toyota continua sendo a rainha (na Bolsa, porém, a NTT vale mais), mas as italianas são cada vez menos: apenas 15 em 375 A primeira gigante tricolor é a ENI (13ª do mundo) à frente da Fiat e da Finmeccanica – As italianas são menores e se deslocam menos

Multinacionais, a Toyota é sempre a maior e a Eni é a primeira das italianas que têm apenas 15 anos

Pelo sexto ano consecutivo, a Toyota é a maior multinacional do mundo na área industrial com ativos totais de 269 bilhões de euros, à frente da britânica Royal Dutch Shell, da americana ExxonMobil, da russa Gazprom e da alemã Volkswagen-Porsche. Isso é o que emerge da pesquisa anual da R&S-Mediobanca sobre multinacionais industriais, que inclui um exame das 375 principais multinacionais da indústria, telecomunicações e serviços públicos. No ranking mundial, a primeira italiana é a ENI (13ª), seguida da Fiat (32ª, mas passaria a ser a 19ª com a Chrysler) e da Finmeccanica. As multinacionais continuam a aumentar o seu volume de negócios e a sua solidez de capital enquanto no primeiro trimestre de 2011 as europeias estão melhor que as americanas, mas as italianas são apenas 15, menos três que no ano anterior. E também estão entre os menores, menos globalizados e menos produtivos. A presença do Estado nas multinacionais italianas é forte e também por isso nossas maiores empresas são as que menos se deslocam. Aqui estão os detalhes da investigação R&S-Mediobanca.

A INVESTIGAÇÃO
A pesquisa abrange as 375 maiores multinacionais (MEs) localizadas nos cinco continentes e operando na indústria, telecomunicações e serviços públicos. Estas empresas empregam cerca de 29 milhões de pessoas com um volume de negócios equivalente a 24% do PIB europeu, 17% do PIB norte-americano e 33% do PIB japonês. Seu valor de mercado representa 42% das bolsas europeias, 25% da norte-americana, 27% da japonesa. Na Itália temos 15 (700 funcionários, 19% do PIB e 35% da Bolsa), além de três com acionistas italianos, mas sediados fora da Itália (Ferrero, STMicroelectronics e o grupo Rocca).

OS 10 “CAMPEÕES MUNDIAIS” 2010
No final de 2010, a maior ME industrial por activos totais era a japonesa Toyota (269 mil milhões de euros), nessa posição desde 2005. As dez primeiras posições incluem duas empresas americanas, quatro europeias, uma japonesa, uma russa (Gazprom), uma chinesa (PetroChina) e uma brasileira (Pretrobras). Oito empresas são de energia. As duas únicas campeãs da manufatura são as montadoras: além da Toyota, a alemã Volkswagen/Porsche. Há trinta anos (1989) a foto dos dez primeiros imortalizava outro mundo: apenas MEs de países maduros (quatro americanos, três japoneses, dois do Reino Unido e também um italiano); três apenas energia e depois toda a manufatura, incluindo quatro fabricantes de automóveis: GM (agora 29º), Toyota, Ford (agora 42º) e Fiat. A IBM passou do quinto para o 33º lugar.

OS ITALIANOS
Hoje a primeira italiana é a ENI (13ª), seguida da Fiat 32ª (mas com a Chrysler subiria para a 19ª posição), 104ª e a Finmeccanica. A ENI é a nona empresa de energia do mundo, depois da Total e antes da ConocoPhillips; A Fiat é a nona maior montadora do mundo, depois da GM e da Renault, mas à frente da Peugeot e da Hyundai. Seria o sétimo com a Chrysler, à frente da GM e da Renault e empatado com a Nissan.

GIGANTES NA SACOLA
As avaliações do mercado de ações não seguem as das demonstrações financeiras: a Toyota é a 16ª e apenas três empresas entre as 10 maiores (ExxonMobil, PetroChina e Chevron) estão entre as 10 maiores em valor de ativos. Apple (221 bilhões), Nestlé (152 bilhões) e General Electric (145 bilhões) estão entre as cinco maiores em valor de mercado de ações, mas não entre as 10 maiores em ativos (Apple é a 40ª). O topo do ranking por valor de mercado é dominado por empresas americanas: sete em cada dez, junto com duas suíças. Os italianos pontuam penalizando os valores da bolsa e recuam do ranking de ativos totais: 35º ENI, 129º Fiat, 175º Luxottica.

Na TLC, a maior empresa em ativos totais é a japonesa NTT (157 mil milhões de euros), seguida da americana AT&T (101 mil milhões) e da britânica Vodafone (98 mil milhões). Neste setor existem quatro empresas europeias, duas chinesas e duas americanas, uma japonesa e uma mexicana. A Telecom Italia é a décima segunda. Os preços do mercado de ações recompensam a China Mobile (149
mil milhões de euros) e AT&T (129 mil milhões de euros), terceira Vodafone (101 mil milhões). Destaca-se o grupo sul-africano MTN na décima posição. Além do top 10 da Telecom Italia (é 19º). Quanto às utilidades, a Enel é a quarta em ativos totais (129 bilhões), em linha com a E.ON (130 bilhões) e precedida pela EdF, primeira com 224 bilhões, e GdF Suez (144 bilhões). Para a América do Norte, apenas a Hydro Québec está presente (48,5 bilhões de euros). Quanto ao resto, o setor é dominado por clubes franceses (três em dez com os dois primeiros da classificação), com duas participações cada, também pela Alemanha e Espanha.

COMO FOI 2010: EUROPA x AMÉRICA DO NORTE x EMERGENTES
1) as multinacionais industriais registraram forte recuperação de receitas: +15,2% no mundo, +13,8% na América do Norte e +15,4% na Europa. A recuperação na área russo-asiática foi mais agressiva, igual a 27,6%, e no resto do mundo (África, América do Sul e Austrália), onde chegou a 20,5%. Em comparação com 2008 (pré-crise), o nível de vendas na Europa é 5% menor, 7% na América do Norte. Na área russo-asiática, o forte crescimento de 2010 anulou a modesta queda de 2009 (-4%) e elevou as vendas 23% acima do nível de 2008. Os níveis de lucro (por exemplo: lucro líquido / faturamento) de 2010 estão em em linha com a média pré-crise.

2) a recuperação das vendas em 2010 foi suportada pela indústria energética que beneficiou do aumento do preço do petróleo bruto (+29% aproximadamente em dólares), enquanto a actividade transformadora registou recuperações mais contidas. No entanto, o maior crescimento na receita de energia se traduziu em maior crescimento de margem apenas na América do Norte; na Europa e na área russo-asiática, a manufatura registrou melhorias mais marcantes. O ROE das atividades de manufatura é maior do que o de energia.

3) Globalmente, a estrutura de capitais reforçou-se, devido ao crescimento acentuado dos capitais próprios e ao crescimento muito limitado da dívida (em baixa na Europa). Os MEs norte-americanos são mais capitalizados e menos endividados, com uma relação dívida/capital próprio de 0,4 contra 0,6 dos europeus; além disso, apresentam uma presença assídua de ativos líquidos, equivalentes a 12,3% dos ativos e até 70% das dívidas financeiras (9,4% dos ativos e 38% das dívidas financeiras para as empresas europeias). Os russos asiáticos são muito sólidos em termos de ativos. Os investimentos cresceram mais nos EUA do que na Europa (7,9% vs 3,1%), assim como o pessoal (4% vs 0,6%).

O 2010 DA FABRICAÇÃO ITALIANA
1) O crescimento do volume de negócios (9,3%) foi inferior à média europeia (11,4%) e da Alemanha (17,6%) e França (11,8%);
2) As margens cresceram menos (seg: 30,3% vs 47,7% média europeia) e apresentam menores incidências no volume de negócios (seg: 5,4% em Itália vs 10,5% média europeia);
3) A rentabilidade líquida é cerca de um quarto da europeia se medida em relação ao volume de negócios (lucro líquido / volume de negócios: 1,9% em Itália vs 7,8% na média europeia) e menos de metade
equidade (roe: 8% na Itália vs 18,9% na média europeia); estão longe dos níveis anteriores à crise (7,5% de lucro líquido sobre o volume de negócios em 2007);

4) A estrutura financeira dos ME italianos continua caracterizada por um maior recurso a dívida financeira igual a 1,2 vezes o capital próprio (0,7 a média europeia) e por uma reserva considerável de fundos disponíveis (dinheiro e títulos negociáveis) igual a 25,6 mil milhões euros e metade da dívida financeira declarada (50,5 mil milhões); as maiores ofertas de liquidez são realizadas pela Exor (17,1 bilhões), Finmeccanica (1,9 bilhão), Parmalat (1,5 bilhão), Danieli (1,4 bilhão) e Cofide (1 bilhão).

OS PRIMEIROS MESES DE 2011
Os três primeiros meses de 2011 das ME marcam um aumento do volume de negócios total de 11,7% (não muito longe dos 15% registados em 2010 face a 2009). A Europa mostra um impulso maior: +17,2% contra +13,4% na América do Norte. Mesmo as margens no que diz respeito ao volume de negócios mostram estabilidade em relação a 2010: Seg no volume de negócios em 12% na Europa (11,4% em todo o ano de 2010) e 16% na América do Norte (13% em 2010); lucro líquido sobre o volume de negócios em 8% na Europa (7,4% em 2010) e 10% no Norte
América (9,5% em 2010).

Os setores com maior destaque em termos de evolução das vendas são: alimentar (+25,3% face ao primeiro trimestre de 2010), energia (+24,4%), pneus e cabos (+19,8%) e metalurgia (+17,5%). Aumentos modestos em mecânica (+2,3%), queda em eletrônica (-1,4%). A dinâmica das margens é contraditória: o giro mensal mostra melhorias em seis setores de doze, enquanto o resultado líquido está em andamento (novamente em relação ao faturamento) em dez setores de doze. Lá
estrutura financeira continua a fortalecer e face ao final de 2010, assinalando-se a nova redução da dívida financeira sobre capitais próprios de 66,3% para 64,4%, inteiramente atribuível às ME europeias que se situaram em 81,8% (de 85,2%), enquanto a norte-americana as mulheres estão estáveis ​​em 42,7% (de 43% no final de 2010).

COMÉRCIO
A especialização dos MEs afeta os resultados. Uma primeira ressalva diz respeito à presença da indústria de energia cujo desempenho depende do preço do petróleo bruto. Os MEs da Europa e da América do Norte são equivalentes nisso: eles obtêm cerca de um quarto de suas receitas com o petróleo, o restante vem de atividades manufatureiras. Nas áreas emergentes (área russo-asiática e África mais América do Sul) a incidência da indústria de energia é de 40/45%. Mas também por dentro
dos países europeus as diferenças são importantes: a Alemanha e a Suíça não têm indústria energética (2% e 7% respetivamente do volume de negócios), em França ronda os 23%, em Itália atinge os 38%; no Reino Unido, ultrapassa os 71%. Em seguida, olham apenas para a manufatura, entre a Europa e a América do Norte a principal diferença está na eletrônica que representa 22,7% na América do Norte e 11,6% na Europa e, para compensar, no maior peso na Europa da mecânica (15,3%
contra 9,2%) e "Diversas" (metalurgia, produção de materiais de construção, papel, etc.) que representam 21,9% do volume de negócios europeu e 15,4% do volume de negócios norte-americano. No Japão, eletrônicos e meios de transporte representam dois terços do total; na área russo-asiática, somente a eletrônica vale metade do faturamento total. Na Itália, os meios de transporte (53,3%) e a mecânica (15%) representam 7/10 das vendas das MEs (só a Fiat vale 25,8% do total), enquanto a química está totalmente ausente - farmacêutica e eletrônica; na Alemanha o menor peso dos meios de transporte (36,6%) deixa espaço para mecânicos (22,3%) e químico-farmacêuticos (18,2%). Esta última representa a atividade core no Reino Unido (37,2%) e na Suíça (38,8%) onde, juntamente com a alimentação (32,2%), comercializa 7/10 do total. Por fim, na França os meios de transporte (23%) equivalem-se aos químico-farmacêuticos (21,7%), aos quais se somam 14,2% dos mecânicos.

PERSPECTIVA INTERNACIONAL E FORÇA DE TRABALHO
MEs são por definição deslocalizados, mas a intensidade com que isso acontece varia. Você pode examinar vários parâmetros para obter uma medida. O primeiro é dado pelas vendas realizadas no exterior (exportações mais vendas externas): Itália vem na retaguarda (68,7%), atrás de Alemanha (76,1%), França (78,3%) e Reino Unido (85,6%); 10 pp abaixo da média europeia. Se depois excluirmos o mercado de proximidade representado pelas outras nações europeias, as quotas reduzem-se bastante, mas a posição italiana não varia: Itália 36%, contra 38% em França, 42% na Alemanha e 64,4% no Reino Unido. Olhando para os mercados não europeus, as ME europeias, com 47,5%, exportam menos que as norte-americanas (52,3%) e as japonesas (53,3%). Mesmo considerando os empregados sediados fora do país de origem, a Itália apresenta menor grau de projeção internacional: 1,2 empregados no exterior, todos em casa; menos que a Alemanha (1,4). França (1,6) e muito abaixo da média europeia (2), sustentada pelos "pequenos" países que têm quase tudo do outro lado da fronteira: Suíça (11,3 trabalhadores estrangeiros cada um em casa), Benelux (5,8), Suécia (5 ) e Finlândia (3,2). Mas não faltam nossas campeãs da casa: a Pirelli & C. é a 20ª (5,6 cada uma em seu país de origem) e ligeiramente à frente da Luxottica (5,4) e da Parmalat (5,2), em um ranking liderado por gigantes mundiais das MEs suíças: Clariant ( 32), Liebherr (31) e Nestlé (30). Na última década, o número de empregados fora do país de origem cresceu 11,6% na Europa e 12,1% na América do Norte; por outro lado, houve uma queda acentuada da força de trabalho no país de origem: -13% na América do Norte, -16,7% na Europa. Em alguns casos, a hemorragia de trabalhadores no país de origem não foi compensada pelo crescimento no exterior: França (-10,7% variação global, +1,8% no exterior, -25,1% em casa ) e Reino Unido (-12,3% a 6ª global variação, +2,2% no exterior, -32,3% no país). Na Itália, a redução interna (-2,8%) foi mais do que compensada pela redução externa (+34%). Nessa tendência, as empresas de controle privado são mais agressivas do que as de controle público: menos desenvolvimento
emprego na década (5,6% vs 13,2%), maiores cortes no emprego interno (-12,3% vs -5,9%), menor criação de emprego no estrangeiro (16,9% vs 48,8%). Isso se deve em parte à natureza monopolista em que opera grande parte da indústria estatal.

RELOCAÇÃO: NÃO SÓ PLANTAS, TAMBÉM CÉREBROS
MEs agora têm uma em cada cinco subsidiárias em países emergentes. Este número é substancialmente uniforme entre a América do Norte (17,8%), Europa (22,9%) e Japão (17,9%). Ainda com base nesse parâmetro, a presença italiana além-fronteiras é um pouco menos forte: 20,1% das filiais estão em países emergentes, contra 22,6% na França, 23,2% na Alemanha, 29,4% no Reino Unido. Assumindo que o número total de filiais nos países emergentes seja de 100, é aqui que se situam as ME europeias: 22% na China, 6% na Índia, 34% nos restantes países do Extremo Oriente, 8% cada no Brasil e no México, 7 % na Rússia e 15% na África. O BRIC sozinho faz 43%. Mas é a intensidade da presença nos vários países emergentes que muito os diferencia: a Itália está relativamente pouco presente na China, com 13% das suas filiais, contra 26% em França e 25% na Alemanha, mas está em linha nos demais países asiáticos onde colocou 32% de suas filiais, um pouco abaixo da Alemanha (38%), mas nos patamares da França (32%); a presença italiana no Brasil é importante (11%, contra 8% da média europeia), sobretudo para os estabelecimentos Fiat, e em África onde com 26% das filiais (ENI e Italcementi) a Itália está bem acima da média europeia (15 %) e atrás apenas do Reino Unido (44%). Menos conhecido é que a realocação também afetou as atividades mais valiosas, as dos centros de pesquisa
cuja localização no estrangeiro permite reter o talento local e manter a proximidade dos locais de produção (cross-fertilization). Em linha com o que emergiu das subsidiárias, as MEs europeias localizam 22% de seus centros de pesquisa em países emergentes, as norte-americanas 21,5%, as japonesas 16%. MEs europeus detêm 25% dos centros de pesquisa em seu país de origem contra 41% dos norte-americanos, diferença que pode ser explicada pela escolha do
localizar uma parte desses centros em outros países europeus. Por outro lado, os MEs japoneses mantêm a maior parte dos centros de pesquisa em seu território (53%). Os MEs italianos também são um pouco mais provincianos nisso (mas talvez isso seja bom?): 37% dos centros estão em sua terra natal (contra 31% na França e apenas 16,5% na Alemanha), superados apenas pelos britânicos que mantêm 43% dos centros de pesquisa em casa.

NAS MÃOS DE QUEM ESTÃO AS MULTINACIONAIS?
68% das multinacionais são de propriedade de empresas públicas, efetivamente controladas por gerentes. O estado controla 19% e as famílias os 13% restantes. Na Europa, o controle familiar (26%) prevalece sobre o controle estatal (12%), deixando cerca de 60% para os acionistas generalizados. Na Itália, porém, o Estado fica com 65% do bolo, deixando 33% para as famílias. Mundialmente, a carteira do estado é composta por 42% de empresas de energia (o estado controla cerca de 50% desse setor), 27% de concessionárias (onde o estado controla 64% do setor) e cerca de 18% da TLC (o estado controla 43%). Em 2010, essa carteira rendeu aos governos US$ 10,4 bilhões. euros: a mais voraz é a brasileira (2,1 mil milhões de euros), seguida das escandinavas (1,7 mil milhões), da indiana (1,2 mil milhões) e da italiana que arrecadou 1,2
bilhões (tanto quanto o chinês).

OS PAÍSES EMERGENTES
Na última década, as vendas de MEs têm apresentado uma tendência dicotômica. As vendas para países emergentes apresentaram forte crescimento: +55,6% das MEs europeias, +19% das MEs americanas, chegando a dobrar as da Itália. Por outro lado, as vendas para as economias maduras diminuíram: -13,6% para as multinacionais italianas, -12,2% para as européias, -5,1% para as norte-americanas. Mas os MEs dos países emergentes têm um
capacidade cada vez maior de vender por sua vez nos mercados externos: as de Taiwan marcam percentagens muito apreciáveis ​​de vendas no exterior (87%), assim como as russas (71%), impulsionadas pelos produtos energéticos, e as sul-coreanas (70%). A projeção internacional das indianas (53,4%) e das chinesas (35%) é menor, pois elas têm grandes mercados internos para atender. Nos últimos anos (desde 2005), no entanto, as vendas no exterior aumentaram muito: os MEs chineses em 23%, enquanto os indianos aumentaram até +120% (em 2005, a participação das vendas fora do país era de apenas 24%). Este é o efeito da substancial campanha de aquisições das MEs indianas que adquiriram o grupo siderúrgico inglês Corus (compra da Tata Steel em 2007), a metalúrgica canadense Novelis (compra da Hindalco em 2007) até Jaguar e Land Rover em
2008 pela Tata Motors.

PRODUTIVIDADE: COMPETIR EM CUSTOS OU RECEITAS?
Sabe-se que as MEs italianas tendem a privilegiar estruturas produtivas em que prevaleça um baixo custo per capita da mão de obra e, ao mesmo tempo, um valor agregado relativamente modesto. É também fruto da nossa especialização, marcada pela ausência de uma grande indústria farmacêutica (aquela de maior valor acrescentado) e por uma presença limitada em setores de alta tecnologia (aproximadamente 10% do nosso volume de negócios provém desses setores face à média 24% europeu). Os dados
relativos aos últimos cinco anos confirmam este perfil: o valor acrescentado líquido por trabalhador (medida aproximada da produtividade) das ME transformadoras italianas (excluindo energia) é igual a 57 mil euros, abaixo dos 73 mil euros da Alemanha (-22%) e os 66 franceses (-14%) e a mesma média europeia de 74 euros (-23%) que se sustenta nos valores recordes das multinacionais britânicas (110 euros) e suíças (96 euros). O custo da mão de obra por empregado nas MEs manufatureiras italianas é inferior ao dos principais países europeus: nossos 42 euros per capita se comparam aos 47 franceses (-11%), aos 56 alemães (-25%) e aos 49 europeus médios ( -14%). O resultado é um indicador de competitividade (dado pelo rácio entre custos laborais e valor acrescentado líquido) que não parece conferir às ME italianas uma vantagem decisiva (74% contra 72% em França e 78% na Alemanha), expondo-as a concorrência das MEs de países emergentes que podem sustentar custos de pessoal até 60% menores: em 2009 o custo de pessoal per capita nas MEs asiáticas russas foi de 18 euros contra 43 italianos, contra um valor agregado líquido de 40 euros, não muito longe contra os 51 italianos (diferença de 20%).

R&D-Mediobanca

 


Anexos: Survey_on_multinationals_2000-2011.pdf http://firstonline-data.teleborsa.it/news/files/92.pdf

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