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ESTRELA DA MANHÃ. PT – Dividendo alto nem sempre é sinal de saúde da empresa

DE MORNINGSTAR. PT – A participação nos lucros que as empresas distribuem aos acionistas é um bom indicador da sustentabilidade do dividendo, mas é melhor estudar bem os fundamentos e ficar atento a quem paga demais. A taxa de pagamento ideal é entre 50% e 70%. Para avaliar a sustentabilidade dos dividendos, observe os lucros, reservas e investimentos

ESTRELA DA MANHÃ. PT – Dividendo alto nem sempre é sinal de saúde da empresa

Um pouco de matemática, muito estudo e uma pitada de bom senso. Em resumo, de acordo com os analistas da Morningstar, essas são as ferramentas nas quais os investidores que buscam rendimento em busca de dividendos devem confiar. O primeiro elemento é necessário para analisar o payout ratio de uma empresa. Na prática, trata-se da taxa de dividendos pagos por uma empresa, dividida pelo seu lucro. Um exemplo conveniente pode ser o de uma empresa que tenha um cupão de dois euros (valor utilizado por conveniência de cálculo) e tenha lucros de 5 euros por ação. A divisão de dois por cinco dá 0,4 (ou uma taxa de pagamento de 40%).

“Geralmente, esse é um indicador um pouco mais preciso da capacidade de uma empresa de oferecer valor ao acionista do que retorno, que está mais vinculado ao preço das ações”, explica Josh Peters, chefe de análise de estratégia de investimento em ações da Morningstar. “O payout ratio também é, mas também é capaz de dar uma visão mais completa da parcela de lucro que a empresa distribui aos seus acionistas e sua capacidade de mantê-lo ou fazê-lo crescer”. E é aqui que entra o bom senso e o estudo das empresas. “Todas as análises históricas nos dizem que um payout ratio maior que 60% não pode ser mantido por muito tempo por uma empresa, então um valor desse tipo deve ser considerado um alerta para investidores que buscam retornos de longo prazo”.

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Uma abordagem deste tipo parece chocar-se com a realidade dos mercados – por exemplo os EUA – onde existem algumas empresas que, há anos, conseguem distribuir 80% dos lucros aos acionistas. "A análise, especialmente nesses casos, não pode parar no valor percentual", diz Peters. "Outros elementos a ter em conta são a estabilidade das receitas ao longo dos anos, como têm sido os resultados do balanço em períodos de recessão, qual é a situação da dívida e qual é o tamanho das reservas". Às vezes, por exemplo, uma empresa para manter sua política de dividendos levanta dinheiro novo por meio de emissões de títulos ou saca diretamente de seu cofre. Em ambos os casos não é um bom sinal para quem tem visão de médio e longo prazo. “Todos esses elementos nos dizem se a empresa também conseguirá manter seu cupom alto no futuro”, diz o analista da Morningstar. “Outro fator a se considerar é se é um negócio que precisa de grandes investimentos para acompanhar os tempos ou o mercado de referência. Mais uma vez, um cupom rico a longo prazo pode não ser uma prioridade para a administração”.

O VALOR CERTO

Mas quais são os índices de pagamento que podem dar aos investidores mais certeza em termos de sustentabilidade ao longo do tempo? “Ao pensar apenas em termos numéricos, 50% a 70% geralmente é o ideal”, diz Peters. “Um elemento importante nesse caso é o segmento em que a empresa atua. As empresas de serviços públicos, por exemplo, têm receitas estáveis ​​e conseguem entregar bons cupons ao longo do tempo. Em setores mais cíclicos - e, portanto, mais ligados ao humor da conjuntura econômica, porém, é melhor focar na parte inferior da faixa percentual". 


Anexos: Fonte: Morningstar.it

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