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MORNINGSTAR.IT – Pensões, flexibilidade tem um preço

MORNINGSTAR.IT – Em outubro, o governo terá que apresentar a Lei de Estabilidade para 2016, que também incluirá inovações importantes na área previdenciária, onde a flexibilidade parece ter se tornado a prioridade. Várias propostas estão sobre a mesa: de meio período, a empréstimos do INPS, a multas. Mas todos têm um custo.

MORNINGSTAR.IT – Pensões, flexibilidade tem um preço

Voltamos a falar das pensões, o canteiro de obras por excelência da política italiana. Este ano, há apenas uma palavra de ordem: flexibilidade. De facto, o Governo e os parceiros sociais terão de reabrir o dossier da segurança social e encontrar uma proposta para apresentar ao Parlamento até meados de Outubro, altura em que se iniciará a discussão sobre a Lei de Estabilidade para o próximo ano.

A intenção, reafirmada há algum tempo, é superar a Lei Fornero (segundo a qual agora é possível obter aposentadoria aos 66 anos e 3 meses ou com 42 anos e 6 meses de contribuições) e introduzir mecanismos de flexibilização de saída, sem no entanto pesar nos cofres do Estado, também para evitar tensões com a UE. Durante uma entrevista recente com AdnKronos, Tiziano Treu explicou que a flexibilização do sistema de segurança social italiano é uma prioridade, mas se as penalidades forem baixas, o Estado terá de arcar com custos elevados. Para o ex-Ministro do Trabalho, deveria ser encontrado um equilíbrio, talvez com a introdução de um mecanismo de pensões a tempo parcial, de modo a aliviar o INPS e a criar postos de trabalho.

Aposentados de meio período

Treu, portanto, refere-se a modelos já utilizados em outros países europeus, como França, Espanha e Holanda, onde existe o conceito de “pensão parcial”. Na França, por exemplo, esse mecanismo (dito contrato de geração) implica que a pensão está relacionada com a redução do horário de trabalho; para as pequenas e médias empresas a adoção deste regime é facultativa e deve ser acordada com a entidade patronal, por outro lado, para as empresas com mais de 300 trabalhadores é obrigatória. Escusado será dizer que os custos potenciais são bastante elevados e por isso os requisitos de acesso devem tê-los em conta (por exemplo, esta possibilidade só poderia ser dada nos últimos dois ou três anos anteriores à reforma definitiva). Por outro lado, este mecanismo oferece flexibilidade de saída e a possibilidade de as empresas colocarem um novo colaborador a par de um sénior, sem maiores custos adicionais, bem como não contrastando com a tendência de aumento da idade de reforma.

O empréstimo provisório

Outra forma é representada pela possibilidade de solicitar um empréstimo do INPS. A ideia, que partiu primeiro de outro ex-ministro do Trabalho, Enrico Giovannini, e assumida pelo atual, Giuliano Poletti, prevê a concessão de um empréstimo pago pelo INPS aos trabalhadores que decidirem deixar o emprego precocemente; na realidade, porém, tratar-se-iam de verbas que pertencem aos próprios trabalhadores e que deveriam ser restituídas através de novas reduções futuras do subsídio da segurança social.

Avanços com penalidades

Além disso, continua válida a proposta de Cesare Damiano, hoje presidente da Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados, que prevê a possibilidade de se aposentar aos 97 (62 anos e 35 anos de contribuições) ou aos 41 (anos de contribuições). independentemente da idade), contra um corte no subsídio de pensão de cerca de 2 ou 3 pontos percentuais por cada ano adiantado. Na realidade, segundo alguns observadores, para serem economicamente sustentáveis, os cortes deveriam ser da ordem de 4-5% para cada ano sem contribuições.

Posto isto, no fundo também é possível que o governo decida juntar estes três caminhos e deixar ao próprio trabalhador a escolha de como antecipar a saída da vida laboral. Independentemente dos métodos que serão escolhidos, no entanto, parece claro que quem quiser deixar o emprego mais cedo terá que pagar um preço, resta saber o quão salgado.

 

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