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Manobra, conta sobe para 30 mil milhões mas Eurogrupo trava

VÍDEO A reunião dos ministros das finanças com o ministro Tria ocorre após a última cúpula no Palazzo Chigi sobre a lei orçamentária. Para acomodar os pedidos de renda básica e da cota 100 para aposentadorias, a conta de gastos aumenta. Preocupação em Bruxelas que usa a luva de veludo mas envia mensagens claras a Roma.

Manobra, conta sobe para 30 mil milhões mas Eurogrupo trava

A pressão da Europa sobre a Itália está em andamento. "Sabe-se que vários funcionários do governo italiano se comprometeram a respeitar as regras, não vou revelar a conversa que tive com o ministro Tria, mas estamos confiantes de que Tria fará exatamente o que prometeu fazer publicamente." As palavras são do presidente do Eurogrupo Mario Centeno que usa a luva de veludo para fazer chegar a mensagem ao destino da Lega e do Movimento 5Stelle, ou dos ministros Salvini e Di Maio. “Achamos muito importante entender que a zona do euro é formada por 19 democracias maduras – acrescenta – que sabem exatamente o que isso significa”. Dentro da zona do euro, compartilhamos responsabilidades e seguimos as regras em um espectro muito amplo de opções políticas que cada país pode assumir: posso destacar que a expectativa é que a Itália siga as regras no próximo processo de formação do orçamento”. Não é explícito como "a Itália faz sua lição de casa" do binômio Merkel-Schaeuble, mas a substância não é muito diferente. Mais diplomático é o presidente da Comissão Valdis Dmbrovskis que julgou o encontro com Tria como "muito positivo".

Antes deles, o Eurocomissário para Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, usou um tom severo que não deixou margem para dúvidas e deixou claro quais eram as preocupações de Bruxelas sobre a Lei Orçamentária do governo. “A Itália deve reduzir o défice estrutural como fazem os outros países da zona euro, beneficiou de toda a flexibilidade, continuamos a ter um diálogo positivo com a Itália, mas as regras, que não são estúpidas porque nos permitem reduzir o dívida pública, são feitas para todos”, começou Moscovici em conversa com jornalistas antes do início da reunião que decorreu pela manhã.

O comissário europeu para os assuntos económicos referiu que “se queres investir em Itália, precisas de menos dívida e mais capacidade de investimento, razão pela qual continuo a pedir finanças públicas sérias. Claro que você sabe que sou contra a austeridade, mas austeridade é uma coisa, falta de seriedade é outra”. Sobre as escolhas do governo em relação ao orçamento de 23019, Moscovici disse: "Quero acreditar que o realismo e o pragmatismo vão se afirmar: de minha parte, trabalho com espírito construtivo, positivo, em diálogo com Tria e estou sempre confiante em o grande país".

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O CUSTO DO MOVIMENTO SOBE PARA 30 BILHÕES

A reunião do Eurogrupo ocorreu logo após a última reunião do governo sobre a lei orçamentária, na quinta-feira. Segundo as últimas reconstruções da imprensa, os pedidos do 5 Estrelas por um lado e da Liga por outro elevaram o custo da manobra para 30 mil milhões a que se devem acrescentar os 12,4 mil milhões necessários para esterilizar o aumento do IVA.

Na reunião realizada no Palazzo Chigi na quinta-feira, o 5 Estrelas teria arrebatado 10 bilhões do ministro da Economia, Giovanni Tria, para a renda do cidadão. Menos dos 17 mil milhões calculados pelo Movimento mas ainda suficientes para iniciar a medida de apoio a partir de maio de 2019.

As pensões dos cidadãos são outro capítulo: o custo estimado de 2 mil milhões para fazer passar o mínimo de 500 para 780 euros.

Por sua vez, a Liga, à frente do Palazzo Chigi, teria conseguido arrecadar quase cerca de 8 bilhões para dar continuidade à cota de 100 de Matteo Salvini para superar a Lei Fornero. A cota 100 é a soma entre a idade e os anos de contribuição, mas para não tornar a medida muito onerosa teria sido decidido fixar uma idade mínima de 64 anos (36 de contribuição).

Por fim, a taxa fixa para números de IVA e profissionais: na pendência de uma reforma mais radical das taxas de imposto, a Liga teria ainda obtido a taxa fixa de 15% para empresas e números de IVA inferiores a 100 mil euros de volume de negócios. O objetivo de 2 taxas de IRS de 21 e 31 por cento avança assim para o final do mandato.

Em suma, a manobra mudou de forma nos últimos dias e cresce com o passar das horas. A Europa aguarda os números e entretanto envia mensagens muito claras.

MOAVERO EM CERNOBBIO

O chanceler Enzo Moavero Milanesi falou sobre a manobra italiana e o orçamento europeu em Cernobbio.

Sobre a manobra, o ministro limitou-se a dizer que os trabalhos estão em curso e que todos serão informados no momento oportuno. Sobre o orçamento da UE, por outro lado, precisou que “a Comissão da UE apresentou as propostas formais antes do verão, pensamos que o quadro orçamental plurianual da União Europeia não é adequado para os desafios que a UE deve enfrentar. Achamos que esse orçamento precisa ser revisto e que precisamos trabalhar na forma como esse orçamento é alimentado”. Moavero acrescentou que “para se implementar uma política imigratória séria, com uma forte ação de desenvolvimento e investimento nos países de origem dos migrantes, são necessários recursos superiores aos atualmente previstos”.

 

 

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