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A China está reiniciando e o Fed está pronto para aumentar as taxas, mas os mercados não têm medo

A subida das taxas de juro nos EUA é agora iminente mas Yellen garante que será "gradual" e os mercados não parecem temê-la - Bolsas asiáticas recomeçam e o luxo sorri - Choque automóvel: Tesla ganha 11% e Volkswagen colapsa (- 9,5% ) – Poupança administrada: Bob Diamond quer roubar Arca da Anima – Boom das telecomunicações após os esclarecimentos de Niel: hoje as contas.

A China está reiniciando e o Fed está pronto para aumentar as taxas, mas os mercados não têm medo

O aumento da taxa está se aproximando, sugere abertamente Janet Yellen. Mas os mercados não parecem assustados. De fato, o perigo da China, que em setembro havia sugerido ao Fed adiar a ação, agora parece ter passado. A Bull, aliás, já voltou ao escritório na Ásia. A Bolsa de Valores de Xangai ganhou 2% esta manhã, somando-se aos +4,3% de ontem. A partir das mínimas de agosto, a tabela de preços sobe 20%, cruzando assim o limiar do Bull Market. O salto em frente é favorecido pela crença de que a economia do Dragão atingiu agora uma espécie de novo equilíbrio com um crescimento na ordem dos 7% “protegida” pelas medidas das autoridades. 

Bolsa também em alta em Tóquio (+0,9%), favorecida pela alta do dólar. A moeda dos EUA está sendo negociada a 1,0856 em relação ao euro. Wall Street está ficando para trás após os recentes aumentos: Dow Jones - 0,3%, S&P 500 -0,4%, Nasdaq em 0,1%. A mini desaceleração se deve à correção baixista do petróleo, após os dados semanais dos estoques americanos: o Brent caiu mais de 3% para 48,6 dólares o barril, bem abaixo dos 50 recuperados na véspera, e o Wti em $ 46,32.

Após o fechamento, chegaram as contas do Facebook, que ultrapassaram a marca de um bilhão de lucros ativos no trimestre. As ações subiram 3,8% no after hours. De grande importância, também psicológica, é o salto da campeã dos carros elétricos, Tesla +11% no dia do novo baque da Volkswagen (-9,5%), já líder do mercado tradicional.

YELLEN: A MUDANÇA SERÁ GRADUAL

Janet Yellen dominou as atenções, muito mais clara e explícita do que de costume: "Os mercados devem focar na trajetória de alta de juros, que será extremamente gradual, e não na primeira alta". O tom e as palavras do presidente do Fed no Congresso ontem convenceram até os mais céticos de que, salvo surpresas sensacionais, tudo está pronto para que o custo do dinheiro seja reajustado para cima, o primeiro em oito anos. Mas isso não será um ponto de inflexão: a política do banco central dos EUA continuará expansiva. 

As previsões foram reforçadas pelos dados da economia real que, sublinhou Yellen, "vai bem": em Outubro o número de pessoas empregadas no sector privado cresceu 182 unidades, mais 2 do que as previsões dos analistas. No mês anterior, o crescimento havia sido de 190 mil novas vagas. Boas indicações também do ISM da indústria: em outubro subiu para 59,1 pontos, ante 56,9 no mês anterior, definitivamente acima das estimativas dos analistas, de 56,5 pontos. Agora o compromisso é com os dados do mercado de trabalho chegando amanhã. Uma certa volatilidade dos mercados não está excluída. 

FREIO MILÃO. ABAIXO DE FRANKFURT 

Europa incerta. A apoiar as bolsas do Velho Continente está a expectativa de novos estímulos monetários na Europa por parte do BCE. Por outro lado, o novo choque da Volkswagen e a fragilidade do setor bancário deprimiram o bom humor. O fechamento ontem em Milão foi negativo: o índice FtseMib se acomoda em baixa de 0,6%. Frankfurt foi pior (-1%). Paris e Madrid fecharam 0,2%. 

ABAIXO ENTENDIMENTO. BOB DIAMOND QUER SOPRAR ARCA PARA A ALMA

De facto, ainda pesa no mercado a desilusão das contas da Banca Intesa (-2,1%), que abriu a época dos relatórios trimestrais de crédito com resultados considerados medíocres, em parte compensados ​​pela promessa de dividendos mais elevados. A análise dos grupos de crédito continua amanhã com as contas de Monte Paschi (-1,28%). O dia chave será terça-feira, 10, quando serão realizadas as reuniões do conselho de Carige, Bpm e Banco Popolare (+0,77%). A apresentação do plano de negócios da Unicredit (+0,26%) será realizada na quarta-feira, dia 11.

De acordo com a Standard & Poor's, o crescimento esperado na Itália em 2015 e 2016, após uma longa e profunda recessão, será globalmente limitado e insuficiente para se traduzir em uma melhora significativa nos perfis de crédito dos bancos. 

Vendas de títulos de gestão de ativos na véspera das reuniões do conselho da Azimut (-1,9%) e Mediolanum (-1,01%). A empresa de investimentos norte-americana Atlas Merchant Capital liderada pelo ex-CEO do Barclays Bob Diamond apresentou uma oferta não vinculativa pela Arca, sociedade gestora de ativos em que participam vários bancos cooperativos, avaliando-a em cerca de mil milhões de euros. Sinta o golpe Anima (-4,8%), interessada na aquisição. 

TELECOM FAZ UM SBOOM: O BOD NAS CONTAS HOJE

O apelo especulativo sobre a Telecom Italia esmorece (-3,6%) após a audiência Consob de Xavier Niel. O empresário francês disse que não tem ações imediatamente disponíveis ou direitos de voto e não agiu em conjunto com outros ao construir sua posição comprada na participação de 15,14%. A Vivendi também disse que não está se movendo em coordenação com outros parceiros para preparar o terreno para o lançamento de uma oferta.

O conglomerado de mídia francês tem uma participação de 20,1% na operadora de telefonia. Tudo isso será discutido à margem da diretoria que hoje terá que examinar as contas do terceiro trimestre e fazer o balanço dos outros dossiês quentes: Metroweb e a possível fusão no Brasil entre Tim Brasil e Oì. 

O DRAMA DA VOLKSWAGEN ESMAGA O AUTOMOTIVO

Nova sessão de pesadelo para a Volkswagen (-9,5%, a 100 euros). O colapso da ação Wolfsburg foi desencadeado desta vez pela denúncia de irregularidades nas emissões de CO2 de 800 mil veículos (98 mil dos quais com motores a gasolina), com custos preliminares estimados em cerca de 2 mil milhões de euros. Então, poucos minutos após o fechamento, veio a notícia de que a Volkswagen e sua subsidiária Audi suspenderam a venda de todos os modelos a diesel nos Estados Unidos: mais um elemento que penalizou o estoque, fazendo com que fechasse nos mínimos da sessão.

Com a Volkswagen (que em mercados fechados também sofreu um corte de rating pela Moody's) a Daimler (-2%) e a BMW (-1,2%) também perderam terreno em Frankfurt, enquanto em Paris a Peugeot saiu dos 1,9%. Já em Milão, o FCA rende 2,68%, a 13,07 euros. Pesam tanto os indícios negativos do mercado brasileiro quanto os rumores sobre o possível adiamento do plano de relançamento da Alfa Romeo e as fracas vendas da Maserati nos EUA.

FINMECCANICA E PRYSMIAN PREMIADAS 

Entre as notas mais felizes, destaca-se a alta da Finmeccanica (+1,6%), que anunciou resultados do terceiro trimestre acima do esperado. O lucro líquido dos primeiros nove meses do ano, incluindo o setor de transporte, foi de 160 milhões, de uma perda de 24 milhões no mesmo período de 2014. A administração confirmou as metas de 2015. Prysmian subiu acentuadamente (+3,6%) pendente resultados trimestrais.

Entre as petrolíferas, a Saipem subiu (+0,5%), apesar de o Barclays ter reduzido o rating da ação para underweight de equalweight com um preço-alvo reduzido de 9 euros para 10,7 euros. A Macquarie baixou a recomendação de desempenho abaixo do neutro (Tp fixado em 7 euros). Eni (-0,7%) e Tenaris (-1,4%) caíram. 

O LUXO COMEÇA DE NOVO COM A CHINA. TOD'S AUMENTA O RITMO 

A recuperação da economia chinesa refletiu-se imediatamente na tendência dos bens de luxo. Destaca-se no setor a subida do Tod's (+4%), promovida pelo HSBC, que elevou o rating para Buy from Hold. Moncler (+1,66%), Ferragamo (+1,14%) e Luxottica (+1,13%) também são positivos.

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