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China desacelera, para as bolsas o pior janeiro desde 2010. Mas esta manhã Milão está em alta

A China está se segurando - A partir de hoje Yellen presidente do Fed - Os movimentos de Draghi na quinta-feira - Banca Intesa estuda o banco ruim - Btp rumo a novos recordes - Revezamento na Microsoft - Telecom Italia, novo conselho de administração de alta tensão - Bancos sob o machado de aumentos de capital – Finmeccanica espera em Washington – Esta manhã a Piazza Affari começa positiva

China desacelera, para as bolsas o pior janeiro desde 2010. Mas esta manhã Milão está em alta

As listagens chinesas estão fechadas para os feriados de Ano Novo. Mas ainda chegam más notícias da terra do Dragão: o índice PMI da atividade manufatureira sinaliza a maior queda da produção industrial dos últimos seis meses, de 50,5%, na fronteira entre expansão e recessão. O relatório do HSBC é ainda mais negativo: em janeiro a economia chinesa contraiu. A desaceleração complica os problemas do sistema, enfrentando as dificuldades das "finanças paralelas" (6.000 trilhões de dólares). 

A bolsa de Tóquio mostra uma queda de cerca de 15%, seguida pela lista de Seul -1%. Além de Xangai, as bolsas de valores de Hong Kong, Taiwan, Malásia e Vietnã também estão fechadas para o feriado chinês. É nesta conjuntura que começa o reinado de Janet Yellen, a partir de hoje no comando do Federal Reserve.

BANCA INTESA COLOCOU O BANCO RUIM EM CONSTRUÇÃO

Revolução à vista no Banca Intesa. Segundo o Financial Times, o plano estratégico que o CEO Carlo Messina vai apresentar a 28 de março prevê a criação de um bad bank interno para alocar créditos de cobrança duvidosa. A estratégia deve estimular uma maior atenção dos investidores para o potencial da instituição que, sublinha o jornal britânico, vale apenas dois terços dos valores contabilísticos na Bolsa, muito menos do que os seus concorrentes. O plano estratégico também incluirá um roteiro para deixar a Alitalia e a Telecom.

BOLSAS, O PIOR JANEIRO DESDE 2010

De fato, foi o pior janeiro dos últimos quatro anos. O índice bolsista global caiu 4,1%, enquanto os títulos subiram 1,4%: exatamente o contrário das previsões no final de 2013. Pela primeira vez desde 2010, todas as bolsas dos países Advanced (EUA, Zona Euro, Estados Unidos Reino Unido e Japão) fecharam o mês de janeiro no vermelho: o índice Standar & Poor's cai em Nova York 3,9%, o Eurofirst perde 1,9%, o inglês Ftse 100 marca – 3%. Em Tóquio, o índice Nikkei cai 5%.

No mês, US$ 12 bilhões saíram de fundos de ações investidos em países emergentes. O êxodo foi particularmente acentuado na última semana: -6,3 bilhões, o valor mais significativo desde agosto de 2011. Os desinvestimentos dos fundos de títulos também foram maciços: -4,6 bilhões em janeiro, 2,7 bilhões na última semana. 

AEC, ARMAS NAS MÃOS DE DRAGÕES

O compromisso mais importante da semana enquadra-se neste quadro: a reunião do BCE da próxima quinta-feira. A mistura de deflação/aumento do desemprego torna agora urgente a ação de Mario Draghi. Mas que margem de manobra tem o presidente do BCE à sua disposição? Na sexta-feira, o mercado foi regado pela indiscrição do The Wall Street Journal, segundo o qual o Bundesbank seria favorável à interrupção da esterilização da carteira de títulos do governo nas mãos do BCE. 

Quando o BCE lançou em 2010 o Programa do Mercado de Valores Mobiliários, através do qual acabou por comprar mais de 200 mil milhões de obrigações gregas, portuguesas, irlandesas e depois italianas e espanholas, a condição imposta pelos alemães ao consentimento era que essas compras fossem "esterilizadas". drenando através de recompras semanais as quantidades de liquidez utilizadas para fazer compras. Actualmente a restante carteira ascende a pouco mais de 170 mil milhões. O efeito direto da suspensão seria, portanto, aumentar o excesso de liquidez no sistema em um montante similar. Uma espécie de mini-Ltro, que poderia trazer as taxas monetárias de volta à linha da recompra do BCE.

Outras armas nas mãos de Draghi são: a) cortes de juros de 0,25% para 0,10% (improvável por enquanto); 2) taxa negativa dos depósitos no BCE (improvável); 3) nova Ltro, desta vez condicionada ao desembolso de empréstimos às empresas (movimento inédito); 4) compra de empréstimos bancários securitizados, hipótese sugerida por Davos pelo próprio Draghi.

BTP, RUMO A NOVOS RECORDES

 Durante o mês de fevereiro, as emissões de títulos de médio/longo prazo oscilarão entre 65 e 75 mil milhões de euros. Os leilões italianos serão realizados entre os dias 12 e 14 de fevereiro. O veredicto da Moody's sobre o rating da Itália (hoje Baa 2, dois degraus acima da categoria de junk bonds) está agendado para o Dia dos Namorados. O nível das taxas de juros sugere novos recordes de baixa nas yields, dada a alta demanda por periféricos. As ações portuguesas valorizaram 7,7% em janeiro, seguidas de Espanha (+3,2%), Irlanda (+3%) e Itália (+2%). Refira-se que o tapering não conduziu, para já, a uma subida das obrigações do Tesouro dos EUA, que caíram para 2,66%. O Goldman Sachs espera um rendimento de 2,25-2,5% para títulos de 5 anos e 3-3,35% para títulos de dez anos até o final do ano.

HOJE AS CONTAS DA ENEL GREEN POWER

Entre os compromissos da semana, destacam-se os trimestrais da Enel Green Power (hoje) e da Enel (terça-feira). Nos EUA eles dão as contas Walt Disney e Twitter (quarta-feira), Aol, Linkedin e GM (quinta-feira). Na Europa Credit Suisse, Daimler e Swisscom (quinta-feira).

MICROSOFT 2.0. NADELLA NOVO CEO, THOMPSON NO LUGAR DE GATES

O revezamento na Microsoft está marcado para esta semana. Após uma longa seleção, a diretoria da gigante de Seattle decidiu promover um gerente interno como herdeiro do CEO Steve Ballmer, ou seja, Satya Nadella, 46 anos, indiano de Hyderabad, atual gerente de servidores e primeiro gerente de migração para nuvem dos serviços do grupo. John Thompson, ex-Symantec, substituirá Bill Gates como presidente. O fundador não sai da empresa. De fato, eles garantem de Seattle, ele participará de perto da pesquisa. 

Thomson, no conselho da Microsoft desde 2012, tem sido o crítico mais contundente da administração de Ballmer. A nova equipe tem como missão relançar a imagem da Microsoft como empresa líder no mundo tecnológico. Hoje o grupo, embora sólido e muito rico, negocia com lucros 13 vezes maiores, 25% menos que a média do setor de tecnologia.

TELECOM, NOVO CORPO DE ALTA TENSÃO

A Telecom Italia fecha a semana com um lisonjeiro +14,1%, em grande parte devido ao interesse renovado de Naguib Sawiris no antigo titular italiano. As atenções estão agora concentradas na reunião de direcção de 6 de Fevereiro que terá de responder às preocupações do Primeiro-Ministro Enrico Letta que, no que diz respeito à rede, ao apresentar o "Relatório Caio" sobre a banda larga, alertou que a hipótese de spin-off é uma "razão extrema se os objetivos de desenvolvimento da banda larga não forem alcançados".

Marco Fossati, líder das minorias, disse em entrevista que pretende colaborar com a Telco na alteração do estatuto para mudar os mecanismos de votação. Atualmente, quatro quintos são nomeados da lista majoritária, que até agora tem sido a lista da Telco. “Colocamos nossos advogados à disposição para chegar a um consenso (sobre o estatuto), queremos ter uma função colaborativa, a crítica sozinha não adianta”, acrescentou Fossati. Fossati, que se diz cético quanto às intenções de Sawiris, concorda com ele em um ponto: a Tim Brasil não tem nada para vender.

BANCOS SOB O EIXO DOS AUMENTOS

A estrela do Intesa (+9,1% na semana) e Ubi (+7%) brilha no mercado, instituições protegidas do risco de ter que pedir grandes aportes de capital aos acionistas. Semana difícil para o Banco Popolare (-9.9% na semana) castigada por uma forte queda de 15% após o anúncio do aumento de capital. Mas, após o desânimo inicial, o banco reduziu o prejuízo graças à Moody's. A agência de rating mudou sua perspectiva de negativa para positiva, confirmando o rating Ba3. 

"A perspectiva positiva reflete as medidas tomadas pelo banco para fortalecer a adequação de capital", nota. “Os maiores níveis de capital aumentam a resiliência do banco face à revisão do BCE – continua – O reforço do capital também aumentará a flexibilidade do banco para lidar com os efeitos do fraco ambiente económico em Itália”.

Monte Paschi também está sob pressão -5,5% esperando que apareça um possível comprador da participação de 20-22,5% colocada à venda pela Fundação, talvez durante a semana.

Entre as piores ações financeiras também estão UnipolSai -5,4% e Generali -6,7%. É provável que o Fondo Strategico Italiano tenha iniciado a venda do pacote (4,5% ao todo) da empresa de Trieste que deverá ser alienado até 2015.
 
AR DA AMÉRICA. 1/ FIAT REGISTRADO EUA

A Fiat é a melhor ação do mês no Stoxx 600 com ganho de 23%, ante 1,5% do FtseMib. O casamento com a Chrysler de onde nasceu a sétima fabricante mundial ofuscou os resultados decepcionantes: o Lingotto fechou o quarto trimestre com lucro comercial de 931 milhões de euros, abaixo dos 1,15 bilhão estimados pela média dos analistas. Para todo o ano de 2013, as receitas totalizaram 87 bilhões de euros. As indicações sobre a dívida são positivas, previstas em 9,8/10,3 bilhões no final de 2014 contra os 11 bilhões esperados pelos analistas e acima dos 6,6 bilhões no final de 2013. O aumento da dívida está atrelado à compra de 100% da Chrysler. O grupo estima fechar o ano com um lucro comercial entre 600 e 800 milhões de euros, abaixo dos 1,4 mil milhões esperados pelo consenso dos analistas, sobre receitas de 93 mil milhões de euros. Segundo fontes sindicais, o pequeno SUV da marca Jeep, produzido na fábrica de Melfi, será apresentado no Salão Automóvel de Genebra, em março, e o 500X, no Salão Automóvel de Paris, em outubro.

AR DA AMÉRICA . 2/ ESPERANÇAS DA FINMECCANICA EM WASHINGTON

A Finmeccanica também está operando +18,1%: a ação atingiu um novo recorde desde julho de 6,7 em 2011 euros. Vários fatores contribuíram para impulsionar a ação: 1) as múltiplas saídas do setor de transporte, ou seja, a venda de Ansaldo Breda e por Ansaldo Sts. 2) Os bons resultados da ATR, joint venture 50-50 com a EADS, líder mundial em aeronaves turboélice de médio alcance. A carteira de encomendas no final de 2013 era de 221 aeronaves, com um valor estimado de 5,3 mil milhões de dólares e representa cerca de três anos de produção. 3) A possibilidade de conquistar novos pedidos importantes nos EUA: as primeiras indicações devem vir da National Security Agency (Homeland Security) até março para a licitação de 1,1 bilhão de dólares para a construção do novo sistema de controle de fronteiras dos Estados Unidos (Integrated Torres Fixas) em que a Finmeccanica participa.

LUXO, AS PROMOÇÕES NÃO ACABAM

O deslizamento de luxo continua, acentuado pelos ganhos trimestrais, como no caso da Tod's, que caiu 45% em relação à alta de agosto (-17,8% durante a semana). O trimestral de Ferragamo, ao contrário do da empresa de Diego Della Valle, não decepcionou graças à melhor diversificação geográfica das receitas, enquanto para Tod's. Apesar disso, a semana fechou com saldo negativo de 17,1%: os investidores preferiram vender a ação e a recuperação de 3,7% de hoje pouco pode influenciar os resultados. A lista negra de bens de luxo não termina aqui porque em terceiro lugar está a Yoox que perdeu cerca de 14% após uma corrida imparável durante 2013 que a levou a alcançar o melhor desempenho anual com +170%.

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