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Kobe, adeus como uma lenda: 60 pontos. Recorde do Golden State: 73 vitórias

O Black Mamba se aposenta após uma carreira de vinte anos sempre com a camisa do Lakers, pontilhada de cinco títulos da NBA e duas medalhas de ouro olímpicas – Agora será ator – o Golden State Warriors de Stephen Curry bateu o recorde histórico do Chicago Bulls de Michael Jordan.

Kobe, adeus como uma lenda: 60 pontos. Recorde do Golden State: 73 vitórias

A despedida era o seu estilo. Um microcosmo de Kobe Bryant, um condensado de 48 minutos que de alguma forma reproduziu a modulação de uma das maiores carreiras da NBA. Um começo mais ou menos, com muita coragem e muitos erros, e depois a vitória na final, no arame, com sua assinatura em todas as cestas decisivas. Em seu futuro, ao que parece, haverá uma carreira de ator.

O herói chegou ao fim de sua jornada após vinte temporadas, cinco anéis e um número imprudente de chutes dados, marcados e perdidos. A última etapa foi contra o Utah Jazz, mesma equipe que, em 1997, marcou o batismo de fogo de um Kobe de 18 anos, que arremessou quatro airballs em direção à cesta do adversário entre o quarto período e a prorrogação, na derrota fatal do Lakers nas semifinais da Conferência Oeste.

O último capítulo foi coerente com o resto da história, com o que o Kobe nos tinha contado até ontem. Foi excessivo, cansativo só de olhar (quanto mais fazer), cheio de erros e grandezas. Foi, como muitas vezes aconteceu com ele, vencedor. Feroz, e como alguém pode ser tão feroz aos 37 anos, depois de vencer tudo o que havia para vencer, em uma corrida que não tinha nada a dizer além de comemoração, é um mistério que revela tudo o que há para saber sobre Kobe. A melhor explicação para o seu sucesso.

Os Lakers venceram, Kobe venceu. Com sua assinatura nos últimos minutos, a cesta da ultrapassagem a trinta segundos do fim. A última mordida do Mamba, provavelmente o mais letal dos campeões da NBA, certamente o mais faminto. 

O círculo se completa em um estilo Kobe, com cinquenta tiros e sessenta pontos. Números que só ele. A última vez que alguém atirou tantos em um jogo inacabado na prorrogação, sempre foi ele, na noite em que marcou 81 contra o Toronto. Obviamente, ninguém jamais havia marcado tantos pontos na sua idade.

Para ele era importante vencer, mesmo que não contasse para nada. Mas foi sua carta de despedida necessária para um Staples Center cheio de estrelas (de Jack Nicholson a David Beckham, de Jay-Z a Magic Johnson), lágrimas e amor. Todos queriam estar lá, testemunhar a história e tentar fazer parte dela, pelo menos por um pedacinho, no dia da última etapa da volta de honra que transformou um dos jogadores mais odiados da história do basquete (como também sublinhado pelo muito espirituoso comercial da Nike em que Bryant dirige seus "haters como membros de uma orquestra) para o aplauso de todas as arenas da Liga.

É isso que acontece aos mais velhos. Mesmo para aqueles que nos bateram, nos humilharam e nos quebraram no pescoço. Quando sabemos que eles vão embora, quando não são mais tão assustadores, começamos a amá-los, e com razão.

E para explicar a grandeza de Kobe, talvez, basta saber que hoje falamos quase exclusivamente dele, mesmo que na noite eu Golden State Warriors, a alguns quilômetros de distância (pelo menos para os padrões dos EUA) de Los Angeles, eles conseguiram o deles 73ª vitória temporada ao derrotar o Memphis Grizzlies por 125 a 104 e se tornar parte da história da NBA.

Ninguém jamais havia vencido tantos jogos em uma única temporada. Nem mesmo Michael Jordan, que de alguma forma, mesmo anos depois, na noite em que seu único verdadeiro herdeiro cumprimenta a todos, continua sendo a referência perene da grandeza da NBA, e que parou aos 72, com seu Chicago Bulls, em 1995-'96.

Mas talvez seja essa a beleza disso, no final. Essa história é um ciclo que sempre se renova, e no dia em que o épico do basquete de Kobe Bryant fecha suas portas, já começa a narração da história, uma lenda em formação, do Golden State of Stephen Curry.

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