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Imu: Saccomanni contra a abolição, o PDL sobe

O Tesouro indica nove caminhos possíveis para modificar o IMU: a extinção total da primeira moradia seria o pior cenário, porque é socialmente injusto e arriscado para as finanças públicas - Saccomanni foca na "taxa sobre serviços", que unificaria as diversas impostos municipais - Pdl: "Respeitar os acordos" - Pd: "Nos pactos não houve abolição para todos".

Imu: Saccomanni contra a abolição, o PDL sobe

Se o caso Berlusconi não for suficiente, o IMU também alimentará as tensões no governo. A Fazenda Pública publicou um documento (em anexo em PDF) no qual indica nove possíveis formas de modificar o tão aviltado IPTU. É uma pena que a abolição total, clamorosamente reivindicada pelo PDL, seja considerada a opção mais nefasta, porque seria socialmente injusta e poria em risco a estabilidade das finanças públicas.  

Aqui está um resumo das propostas assinadas pelo ministro da Economia, Fabrizio Saccomanni: 

ABOLIÇÃO TOTAL DO IMU NA PRIMEIRA CASA

Custa 4 bilhões, tem “baixa” eficiência e “impacto regressivo na renda”, ou seja, os mais ricos se beneficiariam acima de tudo.

SUSPENSÃO APENAS DA PRIMEIRA PARCELA

Custa 2,43 bilhões, mas a intervenção não resolve os problemas estruturais da taxa imobiliária.

TAXA DE SERVIÇO

É a solução preferida por Saccomanni, que a define como "alta eficiência". A "taxa de serviço" combinaria todos os impostos municipais, incluindo o Tares (ou seja, o novo imposto sobre resíduos), em uma única taxa. Nesse ponto, a reforma do IMU se tornaria um problema de finanças locais, com a atribuição de plenos poderes a cada Município.

Na realidade, há várias hipóteses em jogo: isenção do IMU para a residência principal com simultânea eliminação/redução da dedutibilidade para efeitos do Irpef dos rendimentos da residência principal e reintrodução total/parcial no Irpef dos rendimentos de imóveis não arrendados; reembolso do IMU da casa (total ou parcial) através da atribuição de um crédito fiscal (ou dedução) Irpef; isenção de IMU para a residência principal e remodulação contextual das Tares relativas a serviços indivisíveis. Supõe-se uma recuperação da receita de 2 para 4,3 bilhões.

AUMENTO DA DEDUÇÃO DE 200 PARA 500 EUROS

Custa de 1,31 a 2,72 bilhões, tem eficiência "média" e impacto progressivo em relação à receita.

REMODULAÇÃO SELETIVA DE ISENÇÃO DE IMU NA PRIMEIRA CASA

Diferentes parâmetros: de acordo com a propriedade, de acordo com a condição econômica do proprietário, de acordo com a condição econômica do núcleo familiar, medida pelo ISEE, a favor de sujeitos em situação de dificuldade econômica, identificada pelo ISEE, aplicação de os valores Omi para determinação da base de cálculo do Imu. Dependendo dos parâmetros, custa de 1 a 2,3 bilhões, eficiência "média".

DEDUTIBILIDADE DE IMU PARA EMPRESAS

Custa 1,25 bilhão, tem eficiência "média", mas apresenta problemas para empresas incompetentes.

DEVOLVER AOS MUNICÍPIOS A RECEITA DE IMÓVEIS DE USO PRODUTIVO CLASSIFICADOS NO GRUPO D DE CATASTAL

Custa 4,66 bilhões, os perfis de eficiência tributária não mudam para o contribuinte.

EXTINÇÃO DO IRPEF MUNICIPAL IRPEF ADICIONAL E AUMENTO DO IRPEF

Custa 3,4 bilhões, mas a eficiência é difícil de medir com precisão, assim como os complexos efeitos redistributivos.

ESCOLHA AOS MUNICÍPIOS

São assumidos recursos adicionais de dois bilhões. Eficiência Imu e perfis de redistribuição inalterados.

REAÇÕES POLÍTICAS

“Agradeço as 105 páginas do Ministério da Economia, é um excelente trabalho de escritório de estudos – disse Renato Brunetta, líder do grupo PDL na Câmara -. Agora urgem as decisões políticas, que esperamos venham em virtude dos compromissos assumidos não só ao nível da maioria, mas sobretudo, para com o país. Os compromissos do Governo com uma reforma da fiscalidade predial, que contempla a eliminação do IMU nas primeiras habitações, foram desde logo claros, independentemente dos 'pontos fortes e críticos' das várias intervenções hipotetizadas pelo Ministério da Economia . Certamente aumenta a consciência das escolhas, mas o resultado final deve ser inequívoco e refletir as expectativas dos italianos”.

O mais duro nas fileiras da Pideiline até agora foi Altero Matteoli: "A conjunção das palavras de Epifani sobre a condenação de Berlusconi e a surtida no Imu significa apenas uma coisa: o Partido Democrata quer derrubar o governo", disse o ex-ministro. 

O vice-ministro da Economia, Stefano Fassina, responde do Partido Democrata, que antes mesmo da difusão do documento de Saccomanni havia impedido qualquer hipótese de redução do Imu “para todos, inclusive os ricos. Letta, quando assumiu, prometeu uma reforma do Imu para ajudar os que têm menos. Não há recursos para fazer tudo. O PDL quer queimá-los para não cobrar o IMU mesmo de quem tem casa a 400 metros no centro de Roma. Como se apresentarão então aos italianos para dizer que não há euro para os trabalhadores despedidos e desempregados?”. 

Em tal situação, parece muito difícil para a maioria respeitar o compromisso de chegar a um acordo definitivo sobre o IMU até agosto. Até 16 de setembro, porém, o Governo terá de dizer se a primeira prestação da casa-sede, atualmente apenas suspensa, será definitivamente extinta. E também o que será da segunda parcela. A reforma global ficará então a cargo da Lei da Estabilidade, a ser aprovada até ao final do ano para os próximos quatro anos.


Anexos: Hypothesis_of_revision_of_withdrawal_on_property.pdf

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