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O voto alemão e a manobra italiana pesam sobre o euro

Início da semana no vermelho para as bolsas asiáticas, enquanto Wall Street, onde hoje chegam os relatórios trimestrais de 54 Corporações, não parece capaz de continuar a recuperação – Ouro sobe e petróleo sobe – Horas decisivas para o Brexit

O voto alemão e a manobra italiana pesam sobre o euro

A recuperação do fim de semana em Wall Street não parece provável que continue. As bolsas asiáticas caíram esta manhã, a começar pelo Japão (-1,4%), atingidas pela ameaça de tarifas dos EUA sobre automóveis. As bolsas chinesas também sofrem: Hong Kong -1%, o índice CSI 300 das bolsas de Xangai e Shenzhen (-0,7%) está novamente próximo dos mínimos dos últimos dois anos.

Apesar do bom início da temporada de resultados trimestrais, cresce o grupo de grandes nomes (incluindo Bridgewater, o mais poderoso fundo de hedge do planeta) que se dizem pessimistas quanto ao futuro dos mercados, pressionados pela desaceleração da China e aumentos de juros EUA. E assim os ativos de refúgio são mais uma vez atuais: o ouro subiu esta noite para os níveis mais altos dos últimos dois meses e meio, a 1.221 dólares a onça. O iene também está se valorizando, valorizado pelos investidores em momentos de alta turbulência nos mercados financeiros da Ásia: a cruz está nas mínimas do último mês em 112,1.

ARÁBIA SOB FOGO APÓS O ASSASSINATO DE KASHOGGI

Outro alarme vem de Riad. O petróleo voa a um passo dos 82 dólares (contra pouco mais de 79 do Brent no fim de semana), enquanto os grandes nomes das finanças americanas, de JP Morgan a Ford, decidiram abandonar a conferência saudita de investimentos. É a reação ao assassinato do jornalista saudita do Washington Post Jamal Kashoggi, crime que obrigou o próprio Donald Trump a se distanciar de Mohammed Bin Salman. A pressão empurrou ontem a bolsa saudita (-7%), juntamente com a de Dubai. Mas Riad já reagiu duramente. O ministro das Relações Exteriores saudita alertou no sábado que o reino responderia da mesma forma a quaisquer medidas recebidas.

O TRIUNFO DOS VERDES NA BAVIERA. CSU E SPD EM CRISE

Euro fraco em 1,153 contra o dólar. pesa o terremoto político na Baviera, a região que representa mais de um quinto da economia alemã, regida pela CSU desde 1957. O aliado de Angela Merkel cai de 47,7 para 36,2% dos votos e terá que se resignar a um governo de coalizão com os liberais e conservadores locais, que, no entanto, não compartilham da política muito agressiva sobre imigrantes do ministro do Interior, Horst Seehofer. Os verdadeiros vencedores são os Verdes, que subiram de 18,1% para 8,4, premiados pela política de abertura aos imigrantes e pela luta pelo clima. O resultado marca, a poucos meses das eleições europeias, uma derrota abrupta para a coligação que apoia o governo de Angela Merkel em Berlim.

AJUSTES FINAIS À MANOBRA: A PLACA ESTÁ CHOrando

“A história nos diz que o mundo está prestes a passar por outra crise financeira. Um dos lugares onde pode estourar, a julgar por um número crescente de indicadores, é a Itália. Assim, no passado sábado, o New York Times, à espera do decreto fiscal e do documento programático que deve chegar esta noite ao conselho de ministros marcado para as 18 horas: o governo continua à caça de garantias financeiras.

O convidado de pedra continua sendo o mercado financeiro que já deu seu primeiro veredicto: o índice (-0,5% para 19.265 na sexta-feira) fechou sua pior semana dos últimos dois anos com uma perda acumulada de cerca de 5,2%. Para encontrar uma queda maior, precisamos voltar a novembro de 2016. A Piazza Affari está em seu nível mais baixo em 18 meses, o spread fechou acima de 300.

LIBRA EM BAIXA, TEMPO DECISIVO PARA O BREXIT

Outra área de tensão, Brexit. Esta manhã, a libra recuou para 1,3077 em relação ao dólar após o resultado decepcionante das reuniões de domingo para encontrar um acordo entre Londres e Bruxelas. Amanhã o Reino Unido anunciará dados sobre emprego (o número de desempregados, inalterado, é esperado em 4%) e inflação (estimada +0,2% em setembro).

Calendário leve para a Piazza Affari: o fechamento de capital da Ei Towers e a assembleia de acionistas da Ubi Banca serão registrados na sexta-feira.

BANCO DA ITÁLIA ATUALIZA HOJE OS NÚMEROS DA DÍVIDA

Estão agendadas para o dia as intervenções de Ignazio Angeloni e Danièle Nouy, ​​ambos membros da autoridade de supervisão do BCE. Sabine Lautenschlaeger, vice-presidente da área de supervisão do banco central e membro do conselho executivo do banco central, alertou na sexta-feira que "Frankfurt não ajudará governos irresponsáveis".

Hoje o Banco da Itália comunicará a atualização do valor da dívida pública. Em Bali, por ocasião da cúpula do FMI, o governador Ignazio Visco disse que "não há espaço para baixar a guarda".

PIB CHINÊS E ATAS DO FED DURANTE A SEMANA

Os dados macro mais importantes da semana virão de Pequim: o crescimento chinês no terceiro trimestre, segundo estimativas de analistas, deve ter chegado a 1,6%, para um aumento anual de 6,6%. A previsão foi apoiada pelo aumento das exportações em setembro (+12,3%) acima das previsões. Mas um alarme vem do carro: pela primeira vez o mercado na China está em baixa.

Os dados da inflação serão divulgados hoje. A produção industrial japonesa também está em declínio.

Também muito significativas são as atas da última reunião do Fed a serem divulgadas na quarta-feira. Será uma oportunidade de ter a confirmação da determinação do Banco Central no caminho da elevação dos juros. A oportunidade de resposta às invectivas de Donald Trump, agitado pela aproximação das próximas eleições. De acordo com as pesquisas, o desempenho de Wall Street tem um valor insignificante para o eleitorado como um todo, mas pode ser decisivo em alguns poucos constituintes (pouco menos de 40) nos Estados Unidos mais ricos.

HOJE EM WALL STREET AS CONTAS DE 54 EMPRESAS

No front corporativo, depois da brilhante estreia dos relatórios trimestrais dos grandes bancos (hoje é a vez do Bank of America), será a vez de 54 empresas da Standard & Poor's. Entre eles: Johnson & Johnson, Morgan Stanley, Goldman Sachs, American Express, Schlumberger e United Continental.

Apesar da recuperação na sexta-feira, o saldo da semana é fortemente negativo: Dow Jones -4,2%, S&P 500 -4,1%, Nasdaq -3,7%.

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