comparatilhe

A vacina dos EUA fracassa e o medo volta ao mercado de ações

Vacina anti-Covid-19 lançada pela americana Gilead falha em testes e manda Wall Street e listas de preços asiáticas para o vermelho Fundo – Def em movimento

A vacina dos EUA fracassa e o medo volta ao mercado de ações

A decepção que empurrou as tabelas de preços para o vermelho vem do Financial Times (e não da cúpula da UE): os testes com rendemsivir, o anti-vírus da Gilead já recebido com entusiasmo pelos mercados, não deram resultados positivos; de fato, das 237 "cobaias" humanas envolvidas no teste, até 79 apresentaram sérios danos colaterais.

A vacina, portanto, tem que esperar e os mercados só podem confiar nas intervenções das autoridades. Mas a semana termina com uma nota de decepção. Os contratos futuros de Wall Street caíram cerca de 0,5%. Ontem, o índice S&P500 fechou em paridade, após um início de sessão em alta. A nova chuva de pedidos de subsídios (4,4 milhões para um total de 26 milhões em abril) foi compensada pela enxurrada de dinheiro vindo de Washington: a Câmara também aprovou o pacote de ajuda às pequenas empresas aprovado pelo Senado na terça-feira. Além dos 320 milhões para empresas com menos de 500 funcionários, há, como pedem os democratas, 75 bilhões de dólares para hospitais e 25 bilhões para diagnósticos em massa.

Declínio acentuado Intel, -5% após as contas. Só brilha o Las Vegas Sands (+12%), que antevê uma rápida recuperação dos casinos em Macau.

A Ásia não compartilha do otimismo dos cassinos. O Dow Jones Asia Pacific caiu 0,3%, o Tokyo Nikkei 0,8%. O Shanghai Composite perdeu 0,3% em plena sessão marcada pela nova intervenção do banco central da China.

Antes do vencimento crítico de um título de 267 bilhões de yuans, o Banco do Povo disponibilizou uma linha de crédito de 56 bilhões de yuans (US$ 8 bilhões) a uma taxa de 2,95%, vinte pontos base a menos que a operação anterior.

O Banco do Japão anunciou que o limite para compras de títulos e ETFs no mercado cairá na próxima semana. Tóquio adotará uma bazuca ilimitada para lidar com os efeitos da crise epidêmica.

O dólar continua forte em relação a quase todas as moedas do planeta. O real brasileiro está sofrendo especialmente nestes dias, depois que o Banco Central falou sobre a possibilidade de um novo corte de juros. A cruz dólar-real está em alta histórica. Até o rand da África do Sul, uma das piores moedas do mundo desde o início do ano, sofre com a força do dólar nestes dias.

Já o petróleo Brent acumula alta de 4%, para 22,3 dólares, ante 4% no fechamento de ontem à noite.

Após a cimeira da UE, o euro caiu esta manhã pelo quinto dia consecutivo, perto dos mínimos do último mês. Os futuros nas bolsas de valores europeias antecipam um início de queda.

EM JUNHO O DINHEIRO DO MEE E DO BEI, DEPOIS O FUNDO DE RECUPERAÇÃO

“O risco é fazer muito tarde e muito pouco para proteger a economia dos efeitos da pandemia”. A cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UE abriu ontem à tarde com este aviso de Christine Lagarde. Mas já pela manhã, falando ao Bundestag, Angela Merkel tinha antecipado a linha que então seguiu: sim ao alargamento do orçamento comunitário e às intervenções já decididas sobre os fundos do BEI, sobre o programa Sure para o emprego e sobre o " luz" Mes. As distâncias permanecem, mas há espaço suficiente para evitar um perigoso impasse. A Comissão da UE estará trabalhando nestes dias para apresentar o esboço de um "Fundo de Recuperação” de tamanho adequado (Ursula von der Leyen falou em pelo menos um trilhão de euros). O presidente esclareceu que para financiar o Fundo, a Comissão vai pedir dinheiro emprestado nos mercados financeiros, aumentando a quota de recursos próprios no orçamento comunitário até 2%, mas os países do Norte e do Sul continuam divididos sobre o valor total do Fundo.

ANGELA MERKEL: É NECESSÁRIA CONSISTÊNCIA NOS CRITÉRIOS DE DESPESAS

Há quem, como Giuseppe Conte, aprecie o copo meio cheio porque se reconheceu a necessidade de uma ação “urgente e rápida”. Na França e na Espanha (cf. Le Monde ed El Pais) prevalece a desilusão, porque as distâncias sobre as modalidades e o espírito da intervenção continuam grandes. Peremptória Angela Merkel: "Se estamos caminhando, como parecemos estar caminhando, para a mobilização de uma quantia sem precedentes de dinheiro para construir a capacidade orçamentária necessária - disse ela - então precisamos ter consistência nos sistemas tributários corporativos e precisamos de um caminho de convergência: não há uma grande quantidade de ideias diferentes sobre como usar nossos sistemas tributários.

MILÃO AVANÇA (+1,5%), HOJE A FITCH RATING

Milão (+1,47%) foi a bolsa mais tonificada ontem. O índice voltou a ficar acima dos 17 mil pontos.

A nota do BCE a anunciar "medidas para mitigar os efeitos de eventuais downgrades na disponibilidade de colateral" favoreceu sobretudo a recuperação: até 21 de setembro serão também aceites como penhor as obrigações que tenham ficado abaixo do limiar do Investment Grade, sujeitas a ajustamento dos seus valor (corte de cabelo). A decisão afasta o risco de que, em caso de corte de rating, os BTPs não possam mais ser adquiridos pelo banco central por terem caído para o nível de junk bonds. A agência de classificação Moody's deixará a classificação de crédito da Itália inalterada devido à natureza "temporária" da crise. O julgamento da Standard & Poor's é esperado hoje.

DEF EM ANDAMENTO: PIB ESPERADO -8%, DÍVIDA EM 155,7%

O Conselho de Ministros convocado a aprovar o Documento Económico e Financeiro reúne-se esta manhã, pelas 10. De acordo com os primeiros rascunhos, o Def prevê uma contração do PIB de 8% em 2020 (recuperação de 4,7% em 2021), uma relação déficit/PIB de 10,4% e uma dívida pública subindo para 155,7%. . O governo se prepara para pedir ao Parlamento um novo déficit orçamentário de 55 bilhões. Recursos que serão utilizados para alimentar as medidas anticrise: 10 mil milhões para apoio às empresas e outros 12 aos credores; 13 para refinanciar as redes de segurança social, incluindo demissões. O Conselho de Ministros deverá também formalizar o cancelamento das cláusulas de salvaguarda do IVA a partir de 2021

PROVISÕES DE REGISTRO (+700%) PARA CREDIT SUISSE

Os outros mercados foram positivos: Frankfurt +0,95%, Paris +0,89%, Madrid +0,40% e Londres +0,97%.

Apenas Zurique está atrás (-0,05%), travada pela corrida pelo franco. A autoridade bancária suíça está fazendo todo o possível para evitar a valorização da moeda, no nível mais alto em cinco anos. No primeiro trimestre, as vendas da moeda suíça resultaram em perdas equivalentes a US$ 39 bilhões para o banco central, a maior perda desde 1907, data de nascimento da instituição.

O ÍNDICE PMI NO MAIS BAIXO DE SEMPRE

Justificando o pessimismo, se necessário, estava também a esperada queda nos principais índices do PMI: o índice composto de gerentes de compras elaborado pela IHS Markit caiu para 13,5, de longe sua leitura mais baixa desde o início da pesquisa em meados de 1998, significativamente abaixo todas as previsões. “Abril viu danos sem precedentes à economia da zona do euro devido às medidas de bloqueio do vírus, juntamente com a queda da demanda global e da escassez de pessoal e insumos”, disse o economista-chefe Chris Williamson: “A ferocidade da crise excedeu até mesmo o considerado imaginável pela maioria dos economistas”.

BTP RETORNA ABAIXO DE 2%, SPREAD PARA 243

Dia de recuperação dos títulos da periferia europeia. O BTP de 1,97 anos, embora desacelerando nas últimas etapas, passou para um rendimento de 8% (-2,04 pontos base) ante os 243% iniciais. O spread fecha a sessão em XNUMX pontos.

Os leilões de fim de mês começam hoje. O Tesouro oferece Ctz e Btpei por 3,75 mil milhões de euros. Contra 0,307% no leilão do final de março, a taxa do certificado de cupom zero de novembro de 2021 foi indicada no final da sessão em torno de 1,03% no mercado secundário, na taxa mais alta desde outubro de 2018.

BANCOS RESPIREM: -40% DESDE JANEIRO

Os bancos, impulsionados pela intervenção do BCE, contribuem para apoiar a Piazza Affari: o setor europeu, o Eurostoxx Bank, é de longe o melhor do dia com um aumento superior a 5%. Mas o setor acusa queda de 40% em relação a janeiro. Mediobanca dispara (+6,37%). Unicredit (+2,71%) e Intesa Sanpaolo (+3,45%) foram muito positivos. Bper (+3,36%) e Bpm (+2,65%) também tiveram bom desempenho.

AR DO ACORDO PARA ATLANTIA +8%

A ação mais brilhante pelo segundo dia consecutivo foi a Atlantia (+8,04%). O mercado aposta em um acordo com o governo, talvez até junho: a questão da revogação da concessão não seria mais considerada, em favor da troca do controle da Aspi (Autostrade per l'Italia).

A Astm também avança (+7,02%), líder do grupo Gavio.

TIM GANHA DINHEIRO COM INWIT E DEVOLVE AO DIVIDENDO

A Inwit esteve no vermelho (-7,92%, a 9,8 euros), depois de a Tim e a Vodafone terem anunciado que tinham concluído a colocação conjunta de uma participação de 8,6% no mercado a 9,6 euros por ação.

A receita bruta para a Tim com a colocação é de aproximadamente 400 milhões, aos quais devem ser adicionados os 214 milhões arrecadados para o dividendo extraordinário e aproximadamente 73 milhões relativos à desconsolidação da dívida da Inwit.

A assembleia da Tim (+3,37%) aprovou ontem as demonstrações financeiras de 2019, que fecharam com um lucro líquido de 382 milhões de euros. Os acionistas deliberaram atribuir um dividendo de 0,01€ às ações ordinárias e 0,0275€ às ações de poupança.

RETORNOS DE ÓLEO

As petrolíferas estão em recuperação: Eni +1,49%: Kepler Cheuvreux elevou o preço-alvo de 10 para 10,5 euros, confirmando a recomendação de compra da ação. Rebotes de Tenaris (+3,97%). De referir ainda a Saipem (+1,53%), na sequência dos pareceres positivos dos analistas após as contas do primeiro trimestre de 2020. A ação vai ser comprada tanto para a Banca Imi (Meta de 3,4 euros) como para a Banca Akros (4,5 euros).

OS CORDEIROS NA ERA DE GEDI COMEÇARAM. MOLINARI PARA A REPÚBLICA

O novo Gedi (+0,22%) com a placa Agnelli-Elkann toma forma. Ontem foi concluída a transferência para a Exor (+0,19%) de 43,78% do grupo, vendido pelo Cir (-0,62%) por 102,4 milhões. A Exor adquirirá 5,06% da Mercurio de propriedade da família Perrone e 6,07% da Giacaranda Falck antes de lançar a OPA obrigatória sobre as ações remanescentes. Poucas horas depois da diretoria que nomeou John Elkann como presidente, deu-se a reviravolta: Maurizio Molinari passará a ser o diretor da República em vez de Carlo Verdelli. Para assumir o comando de imprensa e os jornais locais serão Massimo Giannini, enquanto Mattia Feltri se tornará diretor do Huffington Post.

Entre os industriais, Cnh Industrial (+5,87%) salta à frente de Stm (+4,73%) e Leonardo (+4,7%). Fiat Chrysler +3,52%.

Diasorin (-3,58%), Amplifon (-2,21%) e Moncler (-1,02%) recuam. Fechamento fraco também para concessionárias: Snam -1,43%, Italgas -2,48%, A2A e Enel -1%.

Comente