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O Tour pertence a Bernal, mas Nibali vence em Val Thorens

O Shark vence a última etapa alpina encurtada para apenas 59 km de diferença – Bernal controla seus rivais e Paris o espera hoje com a camisa amarela para comemorar o primeiro triunfo da Colômbia no Tour – Thomas e Krujiswjick no pódio com ele – Alaphilippe cai para quinto lugar, mas toda a França o aplaude

O Tour pertence a Bernal, mas Nibali vence em Val Thorens

Hoje no desfile da Champs Elysées Egan Bernal ele será o grande protagonista primeiro colombiano a vencer o Tour, terceiro mais novo na história dos vencedores do Grande Boucle. Haverá tempo e espaço para celebrar o novo talento do ciclismo mundial que acaba de anos 22 realizado já ganhou nesta temporada o Paris-Nice e o Tour da Suíça e que ele disputou o Tour apenas porque um acidente na preparação para o Giro o impediu de lutar pela camisa rosa.

Certamente falaremos muito sobre Bernal, mas ontem, a última etapa alpina reduzida devido ao risco de deslizamentos de terra para apenas 59 km após a eliminação do Cormet de Roselend, na subida interminável até a linha de chegada a 2365 metros Val Thorens a capa leva Vincenzo Nibali com um ataque solitário por mais de 15 km que o levaram a colocar o seu selo de campeão num Tour que de imediato se complicou para ele, correu quase com relutância até ser alvo de críticas excessivas às quais respondeu ontem sozinho. É verdade que, tal como Simon Yates nas suas duas vitórias, o Tubarão gozou de uma liberdade que não teria se estivesse a lutar pelo pódio, mas foi bonito e comovente vê-lo regressar à vitória ao defender-se da investida de seus perseguidores, basicamente, todos os dez primeiros do Tour, com exceção de Julian Alaphilippe, que estava sofrendo mais atrás.

Na linha de chegada, Nibali, com os braços erguidos para o céu, teve muito tempo para se divertir seu sexto sucesso no Grande Boucle quatro anos após o último, ainda nos Alpes, em La Toussuire-Les Sybelles. Ele colocou 10" atrás dele Alejandro Valverde que por sua vez precedeu Landa. Bernal chegou logo depois às 17” junto com Thomas: foi legal o abraço que o galês, segundo na classificação, deu ao companheiro mais jovem de camisa amarela quando cruzaram a linha de chegada em dupla. Uma transferência entre o vencedor do Tour do ano passado e o deste ano, um gesto que colocou acabar com muitas controvérsias sobre as tensões para as hierarquias na casa Ineos, que prolonga a série de sucessos herdados do Team Sky ainda que o triunfo de Bernal interrompa o domínio britânico que durava desde 2012 com exceção do Tour de 2014 vencido por Nibali. O Equador venceu o Giro com Carapaz, a Colômbia com Bernal o Tour: nunca tinha acontecido o ciclismo sul-americano ter conquistado a camisa rosa e a camisa amarela.

O terceiro a subir ao pódio junto com os dois grandes nomes da Ineos será o holandês Steven Krujiswjick. A pagar caro pela última subida foi o piloto que inflamou a França ao longo do Tour, Julian Alaphilippe, que chegando ao topo do Val Thorens 26º a 3'17” de Nibali caiu de segundo para quinto lugar também precedido pelo alemão Emanuel Buchmann. Mas Alaph, se perdeu o pódio, com certeza conquistou o coração e o carinho dos franceses que o aplaudiram e aplaudiram ontem como nos belos dias com a camisa amarela. Com Pinot – tão frágil e infeliz como foi forte nos Pirenéus – Alaphilippe forma um trunfo de grande valor não só no ciclismo transalpino, que neste Tour tem sido o protagonista como não acontecia há anos mas que no final recolhe pouco e deve ser consolado com a camisa branca com bolinhas vermelhas de Romain Bardet, que apesar de decepcionar, conquistou a classificação por pontos dos escaladores.

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