comparatilhe

O risco Itália desencadeia especulação na bolsa e spreads

Incerteza sobre o governo desencadeia especulações contra a Itália, que ataca a bolsa e os títulos públicos, enlouquecendo o spread e trazendo de volta o pesadelo de 2011 – Piazza Affari aguarda ansiosamente o resultado do leilão do BTP – O alarme vem da curva de juros – Bancos, gestão de ativos e apólices sob fogo – O incêndio afeta também as outras Bolsas de Valores

O risco Itália desencadeia especulação na bolsa e spreads

A síndrome da Itália ultrapassou as fronteiras da Europa. O risco de colapso financeiro do Bel Paese, testemunhado pela explosão do spread, está na origem da queda de Wall Street e das bolsas asiáticas. Em Nova York, a derrocada das ações bancárias (-4% da média do setor, JP Morgan ainda pior) provocou uma forte queda nos índices: Dow Jones -1,6%, S&P 500 -1,2%, Nasdaq -0,5%. A corrida aos activos portos-seguros levou a yield das obrigações do Tesouro a dez anos para perto dos mínimos dos últimos dois meses, embora posteriormente tenha estabilizado em torno de 2,80%. O contágio se espalhou para os mercados asiáticos esta manhã: Tóquio, em particular, está caindo 1,9% antes do fechamento, a menor taxa em seis semanas.

O ULTIMATO DE TRUMP SOBRE OS DEVERES DA CHINA

O iene está em alta (108,7 em relação ao dólar), tradicional moeda de refúgio em tempos de crise. Cingapura e Seul também caíram abundantes 2%. Um roteiro semelhante para os mercados chineses, mas aqui se cumpre o ditado lúcido de Donald Trump, que avisou que dentro de alguns dias publicará a lista de bens, serviços e empresas chinesas, aos quais serão impostas sanções. Hong Kong -1,3%. Índice CSI 300 das bolsas de Xangai e Shenzhen -1,6%.

HOJE A OFERTA DE 4 BILHÕES BTP E CCTEU

Mas a atenção dos mercados está voltada para crise italiana que, entre outras coisas, está a corroer o valor do euro, que caiu esta manhã para 1,153 face ao dólar. O tempo X bate às 10h, quando se compreenderá o quão profunda é a crise de confiança no Bel Paese denunciado ontem pelo governador Ignazio Visco. À época, o Tesouro está leiloando 2,25 bilhões de euros em BTPs de 1,75 anos e 18 bilhão de euros em BTPs de cinco anos. Alguém espera que um vencimento iminente de XNUMX bilhões de euros em dez anos possa dar algum suporte a uma colocação tão delicada.

O ALARME VEM DA CURVA DE JUROS

Mas as premissas, depois de um dia assustador, são mesmo críticas, sobretudo pelo achatamento da curva de rendimentos: o título de dois anos chegou a 2,63%, mais de três vezes mais que os 0,80% da véspera. O spread entre os títulos de dois e dez anos caiu para 33 pontos base, a um passo da inversão da curva de juros, fato ocorrido no final de 2011. O resultado do leilão será comunicado em 10.30hXNUMX.

O SPREAD VOOU PARA 324 PONTOS, NOVO SOS DA MOODY'S

Chegamos a Tanto depois de um dia incrível, pontuado pelo psicodrama da política, ao qual os notórios mercados responderam fortemente.

Antes de cair para a área de 282 pontos base, o prêmio de rendimento BTP/Bund disparou para 324 centavos – pico desde maio de 2013 – com a taxa de 3,15 anos caindo para cerca de 2014% após um surto nas máximas de maio de 3,44 a XNUMX ,XNUMX%.

A desconfiança também afetou os títulos em leilão: aos 5,5 bilhões de bots semestrais em leilão esta manhã foi atribuído um rendimento de 1,213% – um recorde desde fevereiro de 2013 – contra os -0,421% da colocação no final de abril.

As novas declarações da Moody's sobre a possibilidade de rejeição do rating soberano contribuem para agravar a situação. Segundo a agência canadense Dbrs, no entanto, a situação da dívida da Itália "ainda é administrável".

Enquanto isso, a diferença de dez anos entre Itália e Espanha, apesar de ser atingida por uma difícil crise política, aumentou mais de 150 pontos, a maior desde janeiro de 2012.

Em suma, "Que confusão!", como publicou ontem de manhã o site do Financial Times, antes dos novos capítulos do psicodrama político italiano que tem reservado uma enxurrada de surpresas. No final, surgiu uma nova tentativa de governo da Lega-Cinque Stelle (sem Paolo Savona) com tração da Liga do Norte. Luigi Di Maio, após ameaçar de impeachment e até prisão perpétua do presidente Sergio Mattarella via TV, se diz disposto a colaborar. Neste ponto, uma lufada de ar fresco para as listas de preços esgotadas não pode ser excluída. Até porque a especulação está pronta para colher os primeiros frutos dos ganhos possibilitados pela loucura da Itália, país com forte superávit na balança comercial e com a melhor exigência primária da área da OCDE, que ontem se viu à beira da inadimplência.

MILÃO -2,65%, MADRID E LISBOA TAMBÉM EM CRISE

A Piazza Affari recomeça após um dia de vendas pesadas e insistentes, especialmente em ações financeiras. No entanto, a tabela de preços conseguiu fechar acima dos mínimos da sessão, ajudada pela resistência da energia.

O Milan deixou 2,65% de aproveitamento em campo, caindo para 21.350 pontos. Trocas muito intensas num total de 5,4 mil milhões de euros.

O sofrimento da Piazza Affari contagiou os demais mercados da zona do euro: Madri (-2,49%) e Lisboa (-2,60%) caíram; Frankfurt -1,53%; Paris -1,29%. Londres (-1,23%) e Zurique (-1,66%) não se saíram muito melhor.

SAIPEM APOIA A TENDÊNCIA (+3,2%)

Os preços do petróleo estão retraídos esta manhã: o Brent é negociado a 74,95 dólares (-0,1%), a queda do WTI continua (-0,4% para 66,46), sob a pressão do aumento do óleo de extração de xisto.

As ações do petróleo foram contra a tendência na Piazza Affari: Saipem (+3,2%) foi a melhor blue chip. Lugar brilhante para Saras, +2% para 1,88 euros. A Eni e a Tenaris também estão em terreno positivo.

EM MAIO BANCOS -25%, MPS RETORNA

O dia foi dominado por vendas no setor financeiro, começando pelos bancos. O índice setorial, apesar de uma tímida recuperação no final, fechou com queda de 4,7%, para 9.660 pontos, o menor nível dos últimos doze meses. Desde 4º de maio, deixou um quarto de seu valor no terreno. A crise do crédito contagiou o setor europeu: -XNUMX%.

Ao longo da lista de ações que perderam 5% ou até mais. Os ex-Popolari foram particularmente afetados: Banco Bpm -6,7%, Bper e Ubi -5%. O Unicrédito vai pior (-5,6%), enquanto o Intesa deixa 4% no chão.

Monte Paschi vai contra a tendência (+3,8%): o fracasso da tentativa de governo Conte afastou temporariamente as intenções belicosas da Liga. De Frankfurt veio um breve lembrete para respeitar o acordo que prevê o retorno do instituto à área privada.

GERENCIADOS E POLÍTICAS TAMBÉM SOB FOGO

No entanto, as vendas não pouparam seguros e gestão de ativos. Poste Italiane -4,5%, FinecoBank -2,4%. Banca Generali deixa mais de 6% no chão, anima 10%. Generais -3,5%. UnipolSai -5%.

GOLDMAN CORTA UTILITÁRIOS E MANTÉM FIAT CHRYSLER

Declínio acentuado também para serviços públicos. Goldman Sachs cortou o preço-alvo de todos eles: Snam -4%, Italgas -5%, Terna -3,7%. Enel -2,4%: a brasileira Eletropaulo anunciou que o leilão do dia 4 de junho foi suspenso pelo Tribunal de Justiça.

Aguardando o Investor Day na sexta-feira, a Fiat Chrysler se mantém (-0,4%). Baque de Leonardo (-5,3%). Telecom Itália -2%.

SMALL CAP: ZEPHIRO VOA (+36%), SOFRE OVS

Mesmo fora do cesto principal há pouquíssimas notas positivas.

A registar a fuga de Zephiro (+36%) após a decisão da Edison de iniciar, uma vez autorizado o leilão, a compra de 71% do capital ao preço de 10,25 euros, do operador cotado italiano de referência na área da eficiência energética.

Ovs caiu 6,7%, para 3,07 euros, um novo mínimo histórico (-45% desde o início do ano) na sequência das dificuldades financeiras da subsidiária Sempione.

Aeffe -9%. Mediobanca anunciou o corte para neutro da Outperform do grupo de moda que detém, entre outras, as marcas Alberta Ferretti e Moschino.

Comente