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O óleo reinicia, mas há o banco desconhecido

Petróleo acima de 40 dólares e ferro voador dão sprint em Wall Street mas exportações chinesas decepcionam – Para as bolsas europeias, os bancos seguem desconhecidos aguardando movimentos do BCE – A derrocada de Carige continua – Química: Basf no campo para bloquear o eixo Dow-Dupont - Saipem coloca 6,2% do capital - Carro alemão desacelera, Cnh a reboque de Caterpillar

O óleo reinicia, mas há o banco desconhecido

O índice S&P 500 ultrapassa por pouco 2.000. Os preços do ferro registram um salto repentino: +17% na expectativa de um iminente despertar da demanda chinesa. O petróleo continua a correr, ultrapassando os 40 dólares o barril. Em suma, há sinais de recuperação econômica.

Mas, a dois dias da reunião do BCE, também se reforçam os motivos de prudência, a começar pelo nervosismo dos sistemas bancários, sobretudo o italiano. O Bank for International Settlements adverte que "há menos confiança nos bancos centrais" e que "o que vemos pode não ser relâmpagos isolados, mas sinais de uma tempestade próxima, que já está se formando há algum tempo".

Stanley Fischer, número dois do Fed, informa que, alimentada pelos altos níveis de emprego, a recuperação da inflação se aproxima, uma indicação preocupante menos de dez dias após as decisões do banco central dos EUA sobre as taxas.

BASF EM CAMPO PARA BLOQUEAR O EIXO DOW-DU PONT

O resultado para os mercados é um quadro multicolorido, sustentado pela recuperação das commodities, mas desacelerado por diversos fatores.

Os ganhos de Wall Street foram modestos e mistos: o índice Dow Jones subiu 0,4%, o Nasdaq caiu 0,2%. O índice S&P fechou em 2.001,76, acima do pico psicológico de 2.000 pontos (não acontecia desde 5 de janeiro), graças a uma alta fracionária de 0,09%.

Em grande evidência estiveram as ações petrolíferas (+2,4% o índice de energia) partindo de +2,6% da Exxon Mobil e +3% da Chevron. Os tecnólogos foram fracos, atingidos por uma chuva de lucros: Alphabet (ex-Google) e Facebook perderam 2%, Apple -1,1%, Netflix -6%.

Enquanto isso, o mercado se prepara para um embate entre gigantes da química. A Bloomberg antecipou que está a caminho uma oferta da alemã Basf capaz de detonar a fusão de 55 bilhões de dólares entre a DuPont (+2,4%) e a Dow Chemical.

CHINA, AS EXPORTAÇÕES NUNCA TÃO RUIM DESDE 2009

Os mercados asiáticos estavam fracos esta manhã. Tóquio cai 0,8%: em 2015 o PIB japonês caiu 1,1%. Hong Kong também está fraca (-0,9%). Xangai está piorando (-1,6%). Os dados ruins das exportações pesam sobre o mercado chinês: -25,4% em dólares em fevereiro, a um passo do recorde negativo de maio de 2009 (-26,45). As importações também estão retraídas (-13,8%).

Um começo misto também se aproxima das listas europeias, já ontem caracterizadas pela prevalência da realização de lucros. Abertura negativa à vista tanto em Londres (-50 pontos) como em Paris (-32) e Frankfurt (-63).

Ontem, em Milão, o índice FtseMib caiu 1,2%, com uma clara melhoria na final: ao meio-dia tinha perdido mais de 2%. As quedas das restantes Bolsas foram mais contidas: Paris -0,4%, Londres -0,6%, Frankfurt -0,5%. 

A julgar pela evolução cambial (euro/dólar a flutuar ligeiramente em 1,099) e pela cautela dos mercados, não parece que os operadores esperem medidas capazes de apoiar a recuperação e inverter a tendência de queda dos preços desde a reunião do BCE.

Mesmo no mercado de renda fixa, a situação é tranquila, com o BTP de 1,44 anos negociando com yield de 124% e o spread com o Bund estável em XNUMX. 

SAIPEM, COLOCAÇÃO DE 6,3% DO CAPITAL

Os estoques de petróleo se encarregaram de sustentar as listas. O índice setorial EuroStoxx Oil & Gas fechou em alta de 0,5%. É o único setor cujo desempenho se tornou positivo desde o início do ano (+1,7%). O Brent voltou a 40 dólares o barril (+3,5%), o petróleo WTI a 37,1 dólares (+3,4%).

Na Piazza Affari, destacou-se a Saipem (+7,2%). Ontem à noite JP Morgan e Goldman Sachs anunciaram a colocação em Bolsa de 700 milhões de ações da empresa (cerca de 6,3% do capital) ao preço de 0,39 euros por ação. O sindicato de subscrição colocou assim todos os títulos resultantes do aumento. Jefferies atualizou o julgamento para Hold do Underperform anterior. O preço-alvo foi fixado em 0,44 euros, abaixo dos 0,45 euros anteriores.

Pouco movimento Eni (+0,3% para 13,52 euros). Tenaris +1,1%. A recuperação do petróleo bruto prejudica as refinarias. Assim sai a perder a Saras (-4% para 1,46 euros). A empresa informou que a margem média de refino da área do Mediterrâneo (EMC Benchmark) caiu na semana passada para US$ 1,80/bbl em relação aos US$ 2,40/bbl anteriores. É o nível mais baixo do ano. 

A confiança na queda da oferta de petróleo bruto favorece a alta dos preços. Ontem o Azerbaijão disse ser a favor da proposta da Rússia e da Arábia Saudita: Rovnag Abdullaiev, CEO da estatal petrolífera Socar, declarou que "a produção de petróleo no Azerbaijão em 2016 não será maior do que em 2015". Enquanto isso, as estatísticas mostram que o número de perfuradores ativos nos Estados Unidos caiu 75% desde setembro de 2014, voltando aos níveis de 2009. O recuo do óleo de xisto serve para reequilibrar a relação entre oferta e demanda no médio prazo.

FREIE O CARRO ALEMÃO. A CNH FOI TIRADA COM A CATERPILLAR

Dia nervoso para as marcas alemãs, à espera de interpretar as indicações que chegam ao novo plano quinquenal da economia chinesa, o primeiro mercado da Volkswagen caiu 3,3%.

Já a Fiat Chrysler se mantém (-0,6%), voltando de sete altas consecutivas: na semana passada fechou com alta de 15%, o melhor desempenho dos últimos 16 meses. A FCA anunciou o prolongamento por três semanas do encerramento da fábrica onde é produzido o Chrysler 200. A fábrica da Maserati em Grugliasco vai continuar também em abril com a redução da produção dos modelos Quattroporte e Ghibli através do recurso a despedimentos.

A CNH Industrial avançou 0,6% na esteira da Caterpillar (+2,4% em Wall Street).

BANCOS, TAXAS SOBRE LUCROS DESCONHECIDOS. CARIGE, O DESLIZAMENTO CONTINUA

O índice Stoxx dos bancos europeus fechou em queda de 1,1%. O setor é penalizado pela perspetiva de descida das taxas de remuneração dos depósitos por parte do BCE.

Em um relatório divulgado ontem de manhã, o Goldman Sachs calcula que cada 10 pontos-base de corte para baixo se traduz em uma queda de 2-3% no lucro por ação para o agregado da zona do euro. O Barclays também aponta que taxas negativas são ruins para os bancos, já que a redução no custo de obtenção de liquidez é compensada pela queda nas receitas de títulos mantidos em carteira.

A situação dos bancos italianos é mais complexa, fragilizada pela rejeição pela Supervisão Europeia das contas Carige (-7,8%). Enquanto isso, em vista da renovação do conselho de administração do instituto da Ligúria, os acionistas encabeçados pela família Spinelli e Gabriele Volpi uniram suas ações, totalizando 7,57% do capital.

A queda envolveu todo o setor. Bper cai (-5,2%), seguido de Mps (-4,7%). Banco Popolare (-4,1%) e Bpm (-2,7%) também caíram. As negociações sobre a fusão entre os dois bancos continuam. Mas ainda falta o aval da Supervisão do BCE. 

Fortes quedas para Ubi (-3,7%), Mediobanca (-2,9%) e os dois grandes nomes: Intesa -2,4% e Unicredit -2,3%.

Entre as seguradoras, a Generali perdeu 1,7%, enquanto a francesa Axa recuou 1,1%.

MONCLER NO TOP XNUMX DO HSBC

No setor de Luxo, destaca-se a alta de Ferragamo (+3,5%). Também em evidência está a Moncler, em alta de 1,5% para 15,07 euros. O HSBC listou o título como um dos dez melhores na Europa. O julgamento é Comprar com um preço-alvo de 20 euros. Este é o melhor FtseMib blue chip desde o início de 2016 com um ganho de 14%. Fechou 2015 com ganho de 16%. 

O presidente e CEO Remo Ruffini está otimista: “Embora o cenário internacional continue incerto, estou confiante de que este também será um ano de mais crescimento e consolidação para nossa marca”, disse em nota. 

Luxottica estável (+0,14%). A Delfin, holding liderada por Leonardo Del Vecchio, adquiriu no dia 2 de março 1,51 milhões de ações, equivalentes a 0,31% do capital, por um valor aproximado de 77,8 milhões de euros.

ATRÁS DE TELECOM E MEDIASET

De salientar o recuo da Telecom Italia (-3,6%) após os fortes ganhos das sessões anteriores (+11% em relação à semana passada). Mediaset cai 2%. Enel cai 1,4%, Terna -1,3%, Atlantia -1,4%. 

Entre as ações da indústria, caíram StM (-0,4%) e Finmeccanica (-1,3%).

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