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O perigo da Grécia e o colapso do mercado de ações chinês estão afundando os mercados

Mais um adiamento do plano Tsipras irrita Bruxelas e apavora os mercados: Domingo horário X – Mas o colapso de Xangai e a queda do preço do petróleo também assustam e tornam julho mais quente do que nunca – Capitalização de 2.800 bilhões congelada na China, 50% da lista - Milan abaixo dos 21 mil pontos-base - A provação dos deputados continua

O perigo da Grécia e o colapso do mercado de ações chinês estão afundando os mercados

Não só a Grécia, principal ponto de sofrimento das finanças globais. Mas também o dramático colapso das bolsas chinesas e a fragilidade das matérias-primas, com o petróleo na liderança. Os ingredientes de uma estação quente se multiplicam. Esta manhã em Tóquio o índice Nikkei caiu fortemente (-1,5%). Sydney também está no vermelho (-1,3%). A situação em Hong Kong é muito grave (-5,1%), sob a pressão da catástrofe das tabelas de preços chinesas. O título de Bolsa perde mais de 9%. A Prada não sofre repercussões, o que esta manhã limita as suas perdas a 0,66%. 

CHINA, 2.800 BILHÕES EM CAPITALIZAÇÃO CONGELADAS 

Entretanto, a chuva de vendas que atingiu Xangai e Shenzhen não dá sinais de abrandar, que desde o início sofreram uma quebra do índice na ordem dos 8%. Mas o dado mais dramático diz respeito ao apagão de preços e negociações em uma fatia crescente do mercado: 1.476 títulos sequer participaram da sessão. Assim fica "congelada" uma capitalização de 2.800 bilhões de dólares, quase sete vezes a Bolsa. Assim, cerca de 50% do mercado está congelado.

Por enquanto, são inúteis os esforços de Pequim que, por meio da instituição financeira pública CSF, está comprando títulos com as duas mãos. Gigantes como a Petrochina também estão vacilando, com queda de 10% durante o dia. Uma catástrofe que pode oferecer oportunidades de compra: o Goldman Sachs previu esta manhã que as ações chinesas podem crescer 25% nos próximos doze meses.

RUA DO POÇO, MILÃO -2,97% ABAIXO DE 21 MIL PONTOS

Em meio à turbulência, Wall Street está fazendo história por si só: após um início lento, em parte ligado à evolução da balança comercial, os índices se recuperaram após o relatório do FMI que convida os EUA a não aumentar as taxas em 2015. No final, o Dow Jones recuperou o vermelho inicial e fechou em alta de 0,54%, o S&P 500 em torno de 0,5% e o Nasdaq em alta de 0,11%.

Depois de uma tímida tentativa pela manhã, falhou a recuperação das bolsas europeias, agora reféns da trágica situação, beirando o absurdo, da questão grega. Milão continua sendo a Bolsa que mais sofre: o índice FtseMib fechou a sessão em baixa de 2,97%, aos 20.958 pontos. As bolsas de Paris e Frankfurt caíram 2,3% e 2%, respectivamente. 

Por outro lado, o mercado de dívida soberana está sólido como uma rocha, sob a supervisão vigilante do BCE. O BTP de dez anos fechou o dia com rendimento de 2,28% contra 2,38% na véspera. O spread subiu para 164 pb devido à queda do Bund para 0,64% de 0,76%. O euro enfraqueceu ligeiramente para 1,095 em relação ao dólar, de 1,105 ontem.

GRÉCIA, HOJE TSIPRAS VENCE O DINHEIRO. DOMINGO COMEÇA HORA X

O dia não trouxe novidades na frente grega. Alexis Tsipras, pela enésima vez, decepcionou as expectativas dos mercados adiar a apresentação de uma nova proposta aos credores europeus. A nomeação fica agora com o discurso que o primeiro-ministro grego vai apresentar na reunião do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Mas o novo plano grego será essencialmente um pedido de financiamento do ESM, o Fundo Europeu de Poupança do Estado, de 7 mil milhões. Angela Merkel respondeu: “Precisamos primeiro de compromissos de longo prazo. Então podemos falar sobre soluções em breve. Atrás de compromissos”.

Nunca, como neste caso, o ditado "sem notícias, más notícias" é válido. A próxima hora X está marcada para domingo, quando os chefes de governo se reunirão mais uma vez: ou haverá acordo ou haverá calote. Enquanto isso, a incerteza está corroendo a confiança nos mercados financeiros. E em Atenas os bancos, como a Bolsa de Valores, permanecerão fechados hoje também. E amanhã. A única referência com a bolsa é a do Banco Nacional da Grécia, também listado em Wall Street: a ação caiu 6% ontem, fechou em baixa de 12% na segunda-feira.

ÓLEO PARA BAIXO AINDA. BATE NO SAIPEM

A desaceleração na China se reflete nos preços das matérias-primas: os futuros de ferro caem (-8%), o cobre sofre (-4,8%). Enquanto isso, a queda do petróleo recomeça, para o nível mais baixo desde abril passado: Wti 52 dólares, Brent em 56,6. A frente petrolífera encontra-se também condicionada pela evolução da conjuntura geopolítica. 

O acordo nuclear iraniano está se aproximando e pode ser assinado na sexta-feira. Nesse caso, o embargo de petróleo de Teerã seria suspenso. Por extensão, o grande inimigo, a Arábia Saudita, caminha para novas alianças: Riad concedeu um empréstimo de 10 bilhões de dólares à Rússia, tradicionalmente próxima do Irã. Em Wall Street, os estoques de petróleo caíram 2,5%, com o petróleo bruto caindo acentuadamente novamente após cair durante a noite.

Em Milão, a Eni caiu 3,6%, a Tenaris -3,3%. A Saipem caiu 6,7%, influenciada pelo colapso da concorrente francesa Technip (-8,2%), que anunciou um drástico plano de reestruturação com 6.000 demissões. 

O CARRO ESTÁ RUIM, MAS FCA CONTINUA. PIRELLI -0,07% MELHOR BLUE CHIP

Nos preçários europeus, as vendas concentraram-se no setor Automóvel (Stoxx no setor -2,9%). A corrente investiu também na Fiat Chrysler (-2%), que até meados da tarde tinha beneficiado da entrevista ao Wall Street Journal do presidente John Elkann, que relançou a hipótese de uma fusão com a General Motors.

Já a Exor, com queda de um ponto percentual, melhorou sua oferta para a resseguradora Partner Re.

Pouco movimento Pirelli (-0,07%), apoiado pelo preço da oferta pública. La Bicocca é, no entanto, a melhor ação do FTSE MIb. As demais ações industriais foram negativas: Finmeccanica -2,6%, Prysmian -2,8%. StM, a única ação positiva no índice milanês FtseMib na segunda-feira, caiu 5,4%. Melhor Infineon do que a empresa ítalo-francesa, escreveram os analistas do Crédit Suisse. 

BANCOS, A ORDEM DO MPS CONTINUA

Mais um dia de paixão pelo crédito, incluindo não poucas suspensões por reduções excessivas. O índice do setor italiano caiu 3,7%, cerca do dobro do europeu (-1,85%). Monte Paschi (-7,48% para novos mínimos históricos) continuou a ser o mais visado pelas vendas, fechando em 7,48%. Os volumes são intensos, mais que o dobro nas últimas trinta sessões. Unicredit -3,8%, Intesa -2,8%, Banco Popolare -4,1% e Ubi -3% também perderam. Pop.Milão -6,3%. 

BMW CONFIA NA M.BRAMBILLA (+7,61%)

De realçar no Objectivo o exploit da Modelleria Brambilla de Modena +7,61%, após a assinatura de um contrato com a BMW (no valor de meio milhão de euros) para a produção de moldes para uma cabeça de 4 cilindros com entrega a partir de Outubro de 2015 até O ano seguinte. Entre as grandes capitalizações, a Enel caiu 1,9%. As demais concessionárias movimentaram-se pouco: Terna -1%, Snam -1,5%. Telecom Italia perde 1,8%. Por fim, as ações de luxo caíram, começando com Ferragamo (-2,9%) e Tod's (-2,6%).

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