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Museu Tamayo (México) apresenta "as interpretações do corpo" de Adriana Varejão

De 24 de agosto a 10 de novembro de 2019, o Museu Tamayo (Cidade do México) recebe uma interessante exposição que explora o corpo de seus contextos históricos, políticos e estéticos.

Museu Tamayo (México) apresenta "as interpretações do corpo" de Adriana Varejão

A exposição monográfica Outros Corpos Atrás. Adriana Varejão, organizado pelo Museu Tamayo, explora as linhas de pesquisa que Adriana Varejão (Rio de Janeiro, 1964) desenvolveu em sua prática artística ao longo dos últimos trinta anos.

A exposição estrutura-se em torno de três corpos de trabalho distintos: telas figurativas dos anos XNUMX, uma seleção da série Ruínas de carne seca e a última versão da sua instalação pintura Polvo, mostrando através delas o mudanças, tensões e continuidades pelas quais sua obra passou durante diferentes períodos de sua atividade criativa.

A exposição centra-se, por um lado, nos diferentes tratamentos da pintura de Varejão, que se ligam às suas considerações sobre o meio pictórico como artifício e representação (política). Por outro, mostra um dos principais aspectos de sua pesquisa: o corpo em seus contextos históricos, políticos e estéticos. Através de ambos os aspectos, sempre presentes em cada uma de suas obras, Varejão examina cuidadosamente as consequências que o período colonial do Brasil tem na configuração atual de sua sociedade, bem como na história da produção de imagens.

Uma estratégia recorrente em sua prática é a de retomar imagens oriundas das tradições figurativas do barroco europeu e de suas congêneres latino-americanas – representações do continente a partir de uma perspectiva eurocêntrica, bem como retratos e azulejos – reapropriando-se delas para o desenvolvimento da pesquisa tópicos acima.

Figura de convite, 1997

As suas peças deixam claro que são uma cópia fictícia, uma paródia não risível que leva a teatralidade do Barroco um passo mais longe, sublinhando constantemente o seu estatuto de réplica e trompe l'oeil. Para Adriana Varejão, as imagens históricas trazem consigo relações de poder, que ela busca subverter por meio de um exercício de descolonização da imagem.

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