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Os mercados não têm mais medo: volatilidade é a menor desde 93

Depois da vitória de Macron, respira-se calma nos mercados mas agora é a Itália que mais preocupa e o spread sobe – Novo recorde para a Apple, que já vale mais de 800 mil milhões de dólares – A descida do petróleo pára – Chuva de " Vender" no Tod's

Os mercados não têm mais medo: volatilidade é a menor desde 93

“Os problemas econômicos da Itália são piores que os da França: a dívida pública é igual a 133% do PIB contra 96%. A última vez que a Itália cresceu mais do que a França data de 1995. Ambos os países têm grandes problemas de produtividade, mas a produtividade da França aumentou 15% desde 2001, a Itália está paralisada desde então”. Ultrapassado o obstáculo das eleições francesas, o Bel Paese volta a estar no centro das preocupações dos mercados, como demonstra o (nada isolado) artigo da Bloomberg intitulado "Itália é o próximo grande problema europeu".

Até o Citigroup volta a falar sobre o risco da Itália. Nada de novo, a não ser a sensação de que, entre constrangimentos orçamentais, inadimplência bancária e Qe a chegar ao fim, o tempo está mesmo a esgotar-se desta vez. Como ele queria apontar o presidente da Consob Giuseppe Vegas e como os movimentos do sinal Btp/Bund se espalham.

Afinal, passada a corrida pelo Elysée, os mercados buscam novos temas para especular em busca de ganhos. Enquanto isso, o ar está calmo, como demonstra a queda em Wall Street do índice de medo, o Vix, que caiu ontem para seu nível mais baixo desde 1993. Nesses níveis, alertam alguns operadores, existe o risco de subestimar o que está à espreita riscos.

POUCO MOVIMENTO TÓQUIO. UM GIGANTE DA QUÍMICA ESTÁ NA CHINA

Contrastou esta manhã as bolsas de valores asiáticas. Tóquio perde 0,1%, tendência semelhante a Xangai. Outras listas do Extremo Oriente se saíram melhor, graças também às novas estimativas do FMI, que elevou o crescimento da região para 5,5% em 2017. O índice de Taiwan, apoiado nas ações de fornecedores da Apple, foi o primeiro a ultrapassar a barreira dos 10 pontos.

A China se prepara para apoiar a fusão do século: a fusão entre a Syngenta, recém-adquirida, e a Chem China (acionista de referência da Pirelli), da qual nascerá o primeiro grupo químico do mundo, ferramenta decisiva para o salto de qualidade da agricultura chinesa . A operação, segundo o Financial Times, é o último passo da campanha de aquisições conduzida pelas duas empresas a nível global. Mas levará pelo menos um ano para lidar com as tensões financeiras geradas pelas compras: a relação dívida/capital da Chem China é de 256%.

As bolsas de valores da Coreia do Sul estão fechadas hoje: o país vota para escolher o sucessor da presidente Park afetada pelo impeachment.

NOVO RECORDE DA APPLE: AGORA VALE MAIS DE 800 BILHÕES

Final estável em Wall Street após uma sessão mista em que Nasdaq e S&P atingiram novos recordes antes de fechar em níveis anteriores. O índice Dow Jones subiu 0,03%, S&P +0,08%, Nasdaq +0,03%.

A calmaria não impediu a Apple (+2,6% para 152,92 dólares) de atingir mais um recorde. A capitalização da Apple ultrapassou assim os 800 mil milhões de dólares pela primeira vez. O rali justifica-se pela hipótese de o novo iPhone 8 poder ser fabricado até setembro, ao contrário do que se temia. As ações da Apple subiram 32% no acumulado do ano.

No restante preçário, destaque para o salto das bolsas Kate Spade após a notícia da oferta de compra (2,4 bilhões de dólares) da Coach (+4,8%) em busca de produtos para millennials. A IBM foi a pior blue chip com queda de 1,3%: a ação perdeu 8% desde o início do ano.

A DESCIDA DO PETRÓLEO PAROU, ENI NÃO ALTEROU

Os preços do petróleo oscilaram pouco: o Brent foi negociado a 49,36 dólares, o Wto a 46,47 (ambos +0,1%). As grandes manobras sobre o petróleo continuam em vista da cúpula da OPEP no final do mês. O ministro da Energia saudita, Khalid al Faleh, reiterou ontem que Riad fará "o que for necessário" para evitar novos riscos de superprodução. As petrolíferas também subiram, com a Exxon Mobil subindo 1%. Na Piazza Affari, a Eni fechou inalterada, Saipem e Tenaris se moveram pouco. 

PAUSA DAS BOLSAS EUROPEIAS. MAS A CONFIANÇA VOA

Bolsas europeias fracas após a eleição de Emmanuel Macron. O dia foi dominado pela realização de lucros após o rali da semana passada. Frankfurt atingiu um novo recorde histórico na última sexta-feira. A Bolsa de Valores de Paris ganhou 8,8% nas 12 sessões entre o primeiro turno das eleições e o segundo turno deste fim de semana, subindo para níveis que não via desde janeiro de 2008. 

Em Milão, o índice Ftse Mib perdeu 0,26%, fechando em 21.428. A Bolsa de Valores de Paris caiu 0,9%, Frankfurt – 0,1%, Madrid -0,4%. Na Europa, as perdas mais evidentes são das ações da Construção (Stoxx do setor -1,1%) e da Banca (-0,6%).

A confiança dos investidores na área do euro atingiu em maio o seu nível mais elevado em cerca de uma década, melhorando mais do que o esperado, graças à avaliação positiva da atual conjuntura económica e às perspetivas de redução da incerteza política. É o que revela o índice Sentix, que saltou para 27,4, seu pico desde julho de 2007, de 23,9 pontos em abril.

BTP SOB PRESSÃO. 7,25 BILHÕES DE TÍTULOS EM LEILÃO DE QUINTA-FEIRA

A pressão sobre a dívida italiana está aumentando, apesar da última sexta-feira S&P ter acalmado os ânimos ao confirmar o rating da Itália em “BBB-“ com perspectiva estável. Daí um dia quente para os BTPs: à noite o spread subiu para 183 bps (de 176 na sexta-feira). Ao mesmo tempo, a taxa de 2,24 anos subiu para 2,17%, de XNUMX% no último fechamento.

Por ocasião da oferta de médio e longo prazo de quinta-feira, 11 de maio, o Ministério da Economia vai colocar à disposição dos investidores entre 5,5 e 7,25 mil milhões de euros de BTP a três, sete e 30 anos e off-the-run setembro de 2044 .

UNIPOL AVANÇA NO BPER. PIRs PUSH MEDIOLANUM COLLECTION

Na ausência de uma fase de transição adequada, o bail-in "revelou-se um choque regulatório que contribuiu para minar a confiança no sistema bancário", afirmou o presidente cessante da Consob, Giuseppe Vegas, que, no relatório anual da Comissão, também observou que "a reestruturação do sistema é dificultada pela carga de empréstimos malparados". Assim, a questão bancária volta a ser atual, silenciada nas últimas semanas pelo efeito positivo do aumento do Unicredit e pelos excelentes resultados trimestrais do Intesa.

O índice bancário italiano perdeu 0,6% ontem após os recentes aumentos. O índice europeu também caiu, marcando -0,7%. A queda mais significativa ocorreu no Bper (-2,5%). Segundo o Il Sole 24 Ore, a Unipol chegou perto de 10%, limite a partir do qual é necessária a autorização do Banco da Itália. Até o momento, o grupo financeiro com sede em Bolonha detém 5,01%, enquanto o segundo acionista é a Fundação Banco di Sardegna com 3%. O Bper fechou o último mês com alta de 14%, nos últimos seis meses o ganho foi de 33%. No mesmo período a Unipol registrou um salto de 63%.

Em Milão Unicredit caiu 1,2%, Ubi -1,4%. Acordo positivo (+0,3%) após os bons resultados do primeiro trimestre. Entre as seguradoras, a Unipol (+1,1%) e a Generali (+0,2%) subiram. A Azimut ainda beneficia dos resultados divulgados na semana passada e sobe 1,9%. Banca Mediolanum +0,07%: graças aos PIRs, o financiamento em abril foi o mais abundante do ano, elevando o total para 1,76 bilhão nos quatro meses, um aumento acentuado em relação aos 1,065 bilhão no mesmo período de 2016.

CHUVA DE VENDA EM TOD'S (-11%)

Entre as ações do principal índice, destaca-se a chuva de vendas no Tod's (-10,96%), voltando aos níveis de fevereiro em 64,50 euros. Após os dados decepcionantes anunciados na última sexta-feira, muitos corretores decidiram reduzir sua recomendação e preço-alvo. Bnp cortado para Underperform de Neutro. Kepler-Cheuvreux cortou para reduzir a espera, meta de 64 euros para 66 euros. Raymond James também baixou o preço-alvo da ação para 57 de 60 euros, confirmando a recomendação de baixo desempenho.

A Tod's encerrou o primeiro trimestre de 2017 com uma queda de 4,4% nas receitas, para 238 milhões de euros, uma queda de 5% excluindo o efeito cambial. As vendas like-for-like caíram 3,2% ano a ano. O declínio da empresa do grupo Della Valle contagiou outras empresas de luxo. Moncler perdeu 3,3%, apesar de ter apresentado contas decididamente positivas. Ferragamo -2,3%, Yoox -1,8%. 

PEDIDO DOS EUA PARA PRYSMIAN. SUPERCUPOM PARA ITÁLIA ON LINE

Entre as ações industriais, Cnh Industrial (-1,5%) e Fiat Chrysler (-0,7%) estão em baixa, Leonardo está em alta (+0,8%). Prysmian aumentou ligeiramente (+0,2%). A empresa recebeu um contrato de três anos e US$ 300 milhões do Grupo Verizon para fornecer 17 milhões de quilômetros de cabos de fibra ótica para desenvolvimento 5G e melhoria da capacidade 4G LTE da rede de banda larga.

A Italgas também fecha em alta de 0,2% após os resultados. O Equita Sim aprimorou o guidance de custos e encargos financeiros da empresa. A Jefferies revisou o preço-alvo de 5 euros para 4,6 euros. O Campari caiu 0,8%, para 5,55 euros. Na sexta-feira tinha fechado nos 11,20 euros, um novo recorde histórico. Teve início ontem o desdobramento que prevê a atribuição de duas novas ações para cada uma detida. 

A melhor ação foi a Italiaonline: um salto de 8% que leva a cotação a 3,136 euros. Foi pago ontem um dividendo extraordinário de 0,692€ por ação, com uma yield bruta de cerca de 9,2%.

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