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Hera, plano de investimento de 2,5 bilhões e adquire Aliplast

A empresa Ospedaletto di Istrana (Treviso), referência nacional em reciclagem de plástico, passa a fazer parte do Grupo Hera – A partir de 2017 o dividendo por ação deverá subir para 9,5 cêntimos e, a partir de 2019, para 10 cêntimos (+11%) .

Hera, plano de investimento de 2,5 bilhões e adquire Aliplast

Um saldo preliminar de mais de 905 milhões de EBITDA no final de 2016 e um plano de crescimento

Esta manhã, o Conselho de Administração do Grupo Hera, que se reuniu para aprovar o Plano de Negócios 2020, analisou também os resultados preliminares de 2016, que consolidam uma margem operacional bruta no final do ano superior a 905 milhões de euros (face a 884 milhões a 31 de dezembro de 2015), superior ao consenso dos analistas, compensando integralmente os efeitos negativos decorrentes do corte dos proveitos regulados (WACC) e da conclusão de alguns incentivos às renováveis.

Sobre as bases sólidas deste excelente resultado alcançado, o Plano hoje aprovado, em linha com o anterior documento estratégico, vem confirmar o percurso de crescimento que o Grupo tem seguido nos últimos anos, centrado quer no crescimento orgânico, quer no desenvolvimento externo, com o objectivo de consolidar as vantagens competitivas adquiridas ao longo dos anos e aproveitar as novas oportunidades que se apresentarão no mercado.

Metas econômicas crescentes e melhoria dos indicadores de patrimônio financeiro

Do ponto de vista económico-financeiro, o Plano prevê uma margem operacional bruta (EBITDA) de 2020 milhões de euros até 1.080, com um aumento líquido de cerca de 200 milhões face aos 884 milhões registados no final de 2015 e um crescimento equilibrado da carteira de ativos, mantendo um baixo perfil de risco. Como sempre, a sustentabilidade financeira do Plano estará garantida: apesar do aumento de mais de mil milhões de euros do capital investido (determinado também por quase 2,5 mil milhões de capex no período 2016-2020), o rácio entre a posição financeira líquida e O EBITDA em 2020 vai melhorar ainda mais, caindo para um valor de 2,8 vezes, face a um rácio igual a 3 vezes em 2015. A juntar à melhoria na gestão financeira com um custo médio esperado da dívida a descer de 3,7% para 3,5% e uma duração média de oito anos, prevêem-se benefícios relacionados com a gestão fiscal, que tirarão partido da recente lei de estabilidade e consequente redução do IRES. Um dos objectivos do Plano é também a manutenção das notações de crédito atribuídas à Hera pela Standard&Poor's e Moody's, já hoje entre as melhores do sector e da própria Itália.

As ações previstas pelo Grupo assentarão nos pilares bem estabelecidos da eficiência, excelência, crescimento e inovação, mas também na nova alavanca estratégica da agilidade, característica indispensável para responder com eficácia ao contexto em que as utilities operam, cada vez mais dinâmico e desafiador.

Além disso, o Plano para 2020 foi elaborado para melhor responder às principais tendências industriais emergentes da lógica da Economia Circular e do Valor Partilhado, que veem o Hera Group a dar um contributo tangível para 10 dos 17 objetivos da Agenda das Nações Unidas, para a novos clientes a satisfazer com novas soluções, até às mais recentes evoluções ligadas à Indústria 4.0 e a todos os processos de digitalização, recolha e análise de dados e divulgação de infraestruturas "inteligentes" nas nossas cidades. Num setor em profunda transformação, torna-se essencial para o Grupo alavancar a sua solidez e eficiência para captar estas tendências e continuar a reforçar a sua liderança.

Um contexto cada vez mais dinâmico

Os serviços públicos encontram-se a operar em contextos de mercado em rápida evolução ou, em qualquer caso, caracterizados por descontinuidades significativas em várias frentes. Na frente regulatória, o quadro regulatório oferece maiores oportunidades em termos de desenvolvimento e estabilidade do que no passado, mas exige que os operadores do setor apoiem mais investimentos (por exemplo, medidores eletrônicos de gás e eletricidade, licitações de gás, qualidade de serviços), também para antecipar e acompanhar as tendências evolutivas do setor já mencionadas. O contexto macroeconómico, embora ainda não tenha alcançado o desempenho de crescimento esperado, apresenta sinais animadores, em particular nas principais geografias servidas pelo Grupo: Emilia Romagna e Veneto destacaram-se em 2016 por apresentarem um crescimento do PIB acima da média nacional.

A pressão concorrencial entre as utilities será cada vez mais forte, não só nas actividades de "mercado" como na generalidade das restantes actividades em carteira, dada a pluralidade de concursos previstos ao longo do Plano de Cessão da Distribuição de Gás, Saneamento Urbano , Iluminação Pública e segmentos de clientes protegidos/administrados no setor de comercialização de energia. Finalmente, o aumento da concorrência aliado aos impulsos decorrentes da reforma da Administração Pública e dos Serviços Públicos Locais poderão criar as condições para uma consolidação progressiva do sector, de forma a ultrapassar o défice global de eficiência e industrialização do sistema .

Aproximadamente 200 milhões de crescimento do GOP, graças à eficiência e crescimento externo, e dividendos crescentes progressivamente

Confirma-se o modelo de negócio do Grupo, com uma meta de EBITDA para 2020 de 1.080 milhões de euros, ou seja, mais 50 milhões do que a meta de 2019 do Plano anterior, com um crescimento significativo no biénio 2017-2018. Um aumento de GOM ao longo do Plano de quase 200 milhões face a 2015, obtido graças ao contributo equilibrado do crescimento interno e externo.

A forte aposta na extração de eficiências e sinergias irá potenciar predominantemente o crescimento orgânico do Grupo entre 2015 e 2020, com mais 20 milhões em sinergias esperadas com as mais recentes alterações de perímetro e medidas de eficiência para mais de 80 milhões, distribuídos em todas as cadeias de atividade do Grupo, bem como nas atividades "corporativas". A eficiência também será perseguida graças à introdução de tecnologias inovadoras: desde o uso de dados coletados em campo para otimizar as atividades de coleta e varrição, até a busca de vazamentos nas redes de água com sistemas avançados de monitoramento por satélite. Um novo impulso ao crescimento virá no biénio 2017-2018 das atividades dos serviços de salvaguarda de eletricidade e incumprimento de gás e, posteriormente, da alavancagem dos leilões de gás, com um EBITDA esperado de 27 milhões de euros na hipótese de reconfirmação do Grupo como gestor nos territórios de referência.

Graças a estes resultados, a Hera poderá absorver e mais do que compensar os efeitos negativos (mais de 50 milhões de euros) associados à redução dos incentivos à produção de energia renovável e à taxa de remuneração do capital investido nos negócios regulados ( WAC). Descontados esses itens extraordinários, um crescimento orgânico ainda mais significativo teria sido registrado.

No que diz respeito ao desenvolvimento externo, o Plano prevê uma contribuição média anual de M&A em linha com o passado. Numa bacia potencial identificada com uma lógica sobretudo de contiguidade territorial para operações de fusão (Mergers) com empresas multi-utility, o Grupo Hera poderá potenciar o seu papel de agregador nos territórios de referência, graças às múltiplas aquisições e integrações que caracterizou os primeiros quinze anos de sua vida. Também nos sectores liberalizados, o Grupo pretende continuar a aproveitar, já desde o início de 2017, as oportunidades de aquisição de empresas unibusiness (Aquisition), à semelhança do que fez em 2016 nos sectores do ambiente e da energia.

Por último, reafirma-se a forte aposta na criação de valor para os accionistas, com uma progressiva melhoria do Plano de rentabilidade financeira do capital investido (ROI) e dos capitais próprios (ROE), o lucro por acção a crescer cerca de 5% em média e uma transparência política de dividendos que está crescendo em relação à tendência histórica. De facto, a partir de 2017, o dividendo por ação deverá subir para 9,5 cêntimos e, a partir de 2019, para 10 cêntimos (+11%).

Quase 2,5 bilhões de investimentos em cinco anos

O Plano é suportado por investimentos muito importantes de cerca de 2,5 mil milhões de euros (mais 250 milhões do que no anterior documento estratégico), que servirão para alimentar o crescimento do quinquénio, mas também para desencadear a transformação do negócio rumo ao novos paradigmas industriais da Economia Circular e Indústria 4.0. A cadeia de rede absorverá aproximadamente 70% dos investimentos 2016-2020, incluindo aproximadamente 350 milhões dedicados a licitações de gás e outras importantes intervenções de modernização de infraestrutura, como a substituição de medidores por dispositivos eletrônicos ou a conclusão do plano de proteção balnear de Rimini e do Servola purificador.

O programa de investimentos confirma-se como sustentável do ponto de vista financeiro, graças a uma geração de caixa positiva e crescente, suficiente para cobrir os mesmos investimentos e o pagamento de dividendos, bem como permitir uma melhoria da solidez financeira, saindo assim do flexibilidade para suportar outras transações de aquisição de um único negócio não incluídas no Plano Industrial.

Redes: infraestruturas inteligentes na base do modelo da Indústria 4.0

Do ponto de vista industrial, o maior crescimento é esperado na área das redes: o GOM atribuível aos serviços de distribuição de eletricidade e gás, ciclo da água e aquecimento urbano passará de 428 milhões de euros em 2015 para 533 milhões em 2020, ano em qual representará quase metade das margens globais do Grupo.

O crescimento da cadeia de abastecimento assentará na extracção de eficiências e sinergias operacionais, nas recompensas do ciclo da água reservadas a operadores capazes de prestar um serviço de excelência, mas também na optimização dos activos de aquecimento urbano existentes. Através da digitalização progressiva das infraestruturas de rede e da aplicação de tecnologias de última geração (contadores inteligentes, IoT, modelação de redes, utilização de drones, etc.), o Grupo atingirá novos patamares de excelência, que se traduzirão numa redução de custos operacionais, otimizando recursos e melhorar a qualidade do serviço.

Aproxima-se então o encontro com os concursos de gás e o Grupo ambiciona reconfirmar-se nos territórios já abrangidos, para um aumento global da sua rede de gás em cerca de 290.000 pontos de reentrega, a que corresponderá um maior valor das redes de distribuição geridas (RAB ). Investimentos de quase 1,7 bilhão de euros serão alocados à cadeia de rede ao longo do plano.

Ambiente: desenvolvimento empresarial cada vez mais assente na recuperação

Até 2020, a cadeia de abastecimento ambiental contribuirá com 27% das margens geradas pelo Grupo, prevendo-se que a GOM cresça de 230 milhões de euros em 2015 para 289 milhões em 2020.

Reafirma-se a atenção do Grupo às questões relacionadas com a Economia Circular: embora em 2015, com a transferência de 9% dos resíduos urbanos para aterros, a Hera já tivesse atingido o objetivo que a União Europeia se propôs para 2030, o Grupo prevê diminuir para 2020% até 6. Da mesma forma, o Plano prevê substancialmente atingir 2020% de reciclagem de embalagens até 75, 10 anos antes dos prazos estabelecidos a nível da UE.

No âmbito dos serviços de cobrança, um importante desafio será representado pelas licitações para a contratação de serviços de higiene urbana na Emilia Romagna. O Grupo pretende reconfirmar-se nos territórios servidos, também graças aos importantes projetos inovadores já introduzidos para aumentar a eficiência do serviço e assim permitir a contenção de custos para os utentes com o aumento da meta de recolha seletiva de resíduos, fixada para 2020 em aproximadamente o média de 66% no território do Grupo. Os equipamentos da central de eliminação, tratamento e valorização de resíduos serão desenvolvidos de forma a responder ao aumento da recolha seletiva e ao maior desenvolvimento da reciclagem. Com efeito, graças a um parque fabril único no panorama nacional, o Grupo está há anos no mercado como uma referência, capaz de oferecer serviços completos aos seus clientes, mesmo os mais exigentes. O desenvolvimento da atividade comercial em 2020 poderá então contar também com as relações já mantidas pelas empresas recentemente adquiridas, com sinergias que poderão ser extraídas em alguns segmentos de clientes não abrangidos anteriormente pelo Grupo. Novas iniciativas de tratamento e valorização de resíduos estão seguindo a mesma direção, como a fábrica de S. Agata Bolognese, uma das primeiras na Itália para a produção de biometano. Os investimentos dedicados ao ambiente ascenderão a 546 milhões de euros.

Energia: a solidez da base de clientes será fortalecida pela atenção à experiência do cliente

O setor da energia vai aumentar as suas margens de 205 milhões em 2015 para 226 milhões em 2020, fruto da estratégia comercial, de um contexto energético com ligeira recuperação nos próximos anos e do crescente interesse dos clientes domésticos, industriais e públicos pelos serviços e as ofertas de eficiência energética que o Grupo pode oferecer. A atenção da Hera à economia de energia também impulsiona o próprio Grupo a estabelecer metas de redução de consumo dentro do perímetro corporativo, com a intenção de reduzir seu consumo em 2020% até 5.

A Hera já conta com quase 2,2 milhões de clientes de energia e as ações que serão implementadas nos próximos anos elevarão esse número para cerca de 2,4 milhões, para uma meta de crescimento em linha com o ritmo já mantido no passado (cerca de 50.000 unidades por ano). A eles serão somados os contratos vinculados a oportunidades de crescimento para linhas externas. No biénio 2017-2018, os resultados serão também suportados pela recente adjudicação de concursos para clientes salvaguardados por incumprimento de eletricidade e gás, em que a Hera conquistou a posição de liderança, com importante contributo económico e de tesouraria. Os clientes da Hera têm demonstrado a sua satisfação ao longo do tempo, com taxas de abandono decididamente inferiores às dos concorrentes nacionais. No entanto, as necessidades dos clientes estão a mudar rapidamente, graças à digitalização e às revoluções tecnológicas em curso, pelo que o Grupo desenvolveu o seu Plano com esta consciência. Os clientes estarão cada vez mais atentos à possibilidade de obter informação a partir de uma pluralidade de canais de contacto (smartphone, PC, ...) ou de receber serviços e ofertas cada vez mais adaptados às suas necessidades específicas: a Hera poderá responder a estas expectativas com maior atenção à experiência do cliente e a introdução de tecnologias inovadoras para suportar a evolução do seu sistema de CRM.

Tomaso Tommasi di Vignano, presidente executivo da Hera

“O Plano recentemente aprovado confirma uma trajetória de crescimento, sustentado nas tradicionais alavancas de eficiência e desenvolvimento externo e fortalecido pela utilização de novas tecnologias. A melhoria da nossa solidez financeira permite-nos, por um lado, reconfirmar e melhorar ainda mais a política de dividendos prosseguida nos últimos anos, por outro, considerar a profunda transformação em curso no setor como uma oportunidade de desenvolvimento adicional também ao nível de possíveis M&A, como já experimentado no passado".

Stefano Venier, CEO da Hera

“Inovação, sustentabilidade e eficiência energética são apenas alguns dos temas do nosso Plano de Negócios, atentos para aproveitar as novas tendências da Indústria 4.0, Economia Circular e Experiência do Cliente. A confirmação da nossa liderança nos mercados de referência é suportada pelas vantagens competitivas que construímos ao longo dos anos e estamos sempre prontos para enfrentar novos desafios. Também este Plano foi elaborado no respeito pelo equilíbrio financeiro que até aqui nos tem caracterizado, com o objectivo, por um lado, de reforçar a nossa solvabilidade mantendo um baixo perfil de risco e, por outro, de continuar a criar valor para todos os nossos stakeholders, garantindo a flexibilidade financeira adequada para novos empreendimentos.”

Operação Aliplast

A Herambiente assinou um acordo vinculativo com o Aligroup Srl para a aquisição do Grupo Aliplast, empresa líder em Itália no segmento da recolha e reciclagem de resíduos de plástico e consequente regeneração, com um processo integrado que transforma resíduos em produtos disponíveis para reutilização. A transação diz respeito à aquisição de ações da Aliplast, através de um processo que prevê a compra de 40% durante o corrente ano, mais 40% até março de 2018 e os restantes 20% até junho de 2022. O valor da transação é de aproximadamente 100 milhões de euros e implica um múltiplo EV/Ebitda de aproximadamente 6,5x, não dilutivo para os acionistas da Hera.

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