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Grécia à beira do abismo: sos Europa

Nasdaq bate recorde, mas mercados temem calote da Grécia após nova fumaça negra de ontem: reunião de emergência do Eurogrupo na segunda – Telecom voa por efeito Bolloré que quer vender Tim Brasil – Saipem quebra por impasse na entrada de CDP - FCA insiste na GM e lança operação Alfa - Bancos nas trincheiras

Grécia à beira do abismo: sos Europa

O acordo com a Grécia não foi alcançado. A "fumaça negra" foi anunciada quando as listas europeias fecharam as portas na crença de que um acordo geral era iminente. Daí o receio de que as Bolsas, galvanizadas ontem pelos excelentes dados americanos, possam viver um dia difícil.

Na Ásia, no entanto, prevalece o efeito impulsionador de Wall Street. Tóquio ganha quase um ponto percentual depois que o banco central confirmou que o Qe deve continuar. Hong Kong (+0,8%) também subiu, conseguindo evitar o contágio de Xangai (-2,8%) e Shenzhen (-3,3%), que fecharam a pior semana desde 2008 com uma perda superior a 12%.

Wall Street respondeu com grande euforia às mensagens recebidas do Fed: Dow Jones subiu 1%, S&P 500 +0,98%. A economia desencadeou uma chuva de dados positivos confirmando uma recuperação sólida sem tensões inflacionárias. Em maio, os preços ao consumidor permaneceram inalterados em relação ao mesmo mês do ano anterior. Enquanto isso, o mercado de trabalho americano continua puxando: na semana passada, os novos pedidos de auxílio-desemprego permaneceram bem abaixo do limite crítico de 300, em 267, 10 a menos do que o esperado pelos economistas em média. 

RECORDES NASDAQ. A FEBRE DA “SAÚDE ELETRÔNICA” EXPLODE

Mas liderando a corrida ficou a Nasdaq (+1,34%) que atingiu um novo recorde histórico com 5.132,9 pontos. O índice da Time Square descobriu um novo setor impulsionador: a eletrônica aplicada à saúde. As ações da Fitbit fizeram sua estreia triunfante ontem, subindo quase 50%, para um valor de mais de US$ 4 bilhões. A empresa, que fabrica dispositivos vestíveis para monitorar atividades físicas, subiu para quase US$ 32 por ação contra US$ 20 em sua oferta.

A empresa, fundada há sete anos em São Francisco, fechou 2014 com um faturamento que triplicou em relação a 2013, chegando a US$ 745 milhões. No final de março, a Fitbit havia vendido 20,8 milhões de dispositivos para monitorar frequência cardíaca, distância percorrida em corridas, calorias queimadas e outros dados sensíveis de saúde.

DOS EUA UM EMPURRO PARA A PIAZZA AFFARI (ontem +1,06%) 

A Piazza Affari e as outras Bolsas de Valores europeias também aceleraram nos estágios finais na esteira de Wall Street e dos rumores (depois decepcionados) sobre a possibilidade de um acordo extremis sobre a Grécia. Em Milão, o índice FtseMib fechou ontem com alta de 1.06%, a 22.460 pontos. A Bolsa de Valores de Paris subiu 0,2%, Frankfurt +1,1%, Madri +0,5%. No mercado de títulos públicos, o rendimento do BTP cai de 2,28% para 2,31%.

CHUVEIRO FRIO DE GREECE. CIMEIRA EXTRAORDINÁRIA DA UE SEGUNDA-FEIRA

“Nenhum acordo no Eurogrupo. Um forte sinal para a Grécia levar as negociações a sério”. Com este tweet, o comissário europeu Valdes Dombrowski congelou as expectativas do mercado, apoiado ao longo do dia pela mensagem de Angela Merkel ("um acordo é possível", disse ele no Parlamento em Berlim).

O Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocou para segunda-feira, às 19h2, o Eurosummit, uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo dos países da zona euro sobre o caso da Grécia. Caberá aos primeiros-ministros encontrar uma solução para evitar um já provável colapso. Nos últimos três dias foram levantados mais de 24 mil milhões de euros em contas à ordem, havendo risco de bloqueio bancário já na segunda-feira. Enquanto isso, as receitas fiscais caíram 1,5% abaixo do previsto em maio. O superávit orçamentário (XNUMX bilhão) foi possibilitado pela suspensão de todos os pagamentos do Estado, exceto salários e pensões.

O caminho para um entendimento está ficando mais estreito. De acordo com o jornal alemão Die Zeit, os credores internacionais da Grécia, com exceção do Fundo Monetário Internacional, pretendem oferecer a extensão do atual programa de ajuda à Grécia até o final do ano. Mas é necessária uma atitude diferente por parte dos negociadores gregos, surdos a qualquer pedido europeu, sob a pressão do público ateniense, que pede para não desistir.

É fácil prever uma abertura trágica para a Bolsa de Valores de Atenas, ontem na final pouco acima da paridade depois de cair 4% pela manhã, nas mínimas dos últimos três anos. O rendimento do título grego de 2 anos caiu para 28% em relação aos 30% de ontem, enquanto o de 10 anos flutua em torno de 12,5%.

FLY TELECOM. BOLLORE' A FAVOR DA VENDA DA TIM BRASIL 

Na Piazza Affari, a febre da Telecom Italia explodiu ontem (+4,5%), em primeiro lugar entre as blue chips na Piazza Affari. A Bloomberg informa que a Vivendi, futura principal acionista da companhia telefônica, seria favorável à venda da filial brasileira da Tim Participações. A própria Vivendi pretende aumentar sua participação na Telecom Italia em até 15% já no próximo mês, uma vez que o divulgou as ações detidas pela Telco, que detém 22,4% do capital. Portanto, será efetivada a transferência de 8,3% do capital ordinário da Telecom Italia da Telefonica para a Vivendi, que se tornará a primeira acionista do grupo. 

Entretanto, face à estreia em bolsa na próxima segunda-feira, foi comunicado oficialmente o preço das ações do IPO da Inwit, subsidiária das torres de transmissão: 3,65 euros, correspondendo a uma avaliação da empresa de 2,19 mil milhões de euros. Após a colocação de 40% do capital, vão entrar nos cofres do grupo 875 milhões de euros. Raymond James iniciou a cobertura das ações da Telecom com uma recomendação Outperform e um preço-alvo de 1,32 euros.

SAIPEM COLAPSA: ENTRADA DO CDP NA CAPITAL STALLS

Forte queda da Saipem (-5%) afectada pelos rumores de adiamento da entrada entre os accionistas da Cdp e consequente aumento de capital, que em todo o caso terá lugar a julgar pelos rumores sobre o aumento da dívida.

A pedido da Consob, a empresa comentou que "qualquer antecipação de dados presumidos para um dia pontual não é significativa". Os dados de fechamento semestral serão comunicados no dia 28 de julho. Adicionalmente, reiterou-se que "nenhuma operação de aumento de capital e/ou refinanciamento foi levada ao conhecimento do Conselho de Administração".

A empresa-mãe Eni subiu 0,6%. Tenaris -0,5%. Os estoques e utilidades elétricas estão em grande fibrilação. Em Milão, a Enel subiu 2%, acompanhada pela A2A (+1,7%), Snam (+0,4%) e Atlantia (+2%).

BANCOS POSITIVOS. HOJE NA TRINCINHA

Ontem foi um dia positivo para os bancos, hoje nas trincheiras face às tensões sobre a Grécia e ao previsível impacto nas obrigações governamentais. Intesa subiu 1,7%, Unicredit +1%, Banca Pop. Milão +1,7%. Brilhante Ubi (+1,28%). Bpara +0,07%. A Nomura começou a proteger as ações com uma classificação de compra e um preço-alvo de 8 euros.

Monte Paschi foi negativo (-2,19%), atingido pela realização de lucros após dois dias de fortes altas. As seguradoras também tiveram bom desempenho: Generali +0,8%, UnipolSai +1,1%.

FCA INSISTE NA PISTA DA GM. A OPERAÇÃO ALFA FOI INICIADA

Fiat Chrysler praticamente inalterada (+0,1%) à espera do lançamento do novo Alfa e das grandes manobras na frente da fusão. A pista Gm não foi abandonada. De fato, Reuter relata que a empresa norte-americana confiou ao Goldman Sachs para examinar quaisquer propostas de Sergio Marchionne que, por sua vez, recrutou o UBS. Enquanto isso, o Morgan Stanley, próximo a ambas as empresas, decidiu parar de cobrir as ações da GM.

Max Warbuton, da Bernstein (avaliação abaixo do esperado, preço-alvo de 6,25 euros) permanece cético quanto à possibilidade de atingir os volumes de vendas anunciados para a Alfa Romeo. No restante do setor, a Finmeccanica é positiva (+1%), enquanto a StM perde 1,1%. 

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