É o ex-primeiro-ministro Lucas Papademos, que conduziu a Grécia com seu governo provisório nestes meses de crise, lançar mais um alarme: “O Estado terá enormes dificuldades em fazer face às suas despesas em junho”, e toda a economia grega - declarou Papademos num documento publicado ontem pelo jornal grego To Vima, e relançado hoje pelo Financial Times - corre o risco de entrar em colapso já no próximo mês, com consequente não pagamento de salários e pensões, se um governo estável não emergir das eleições de 17 de junho.
De fato, uma fonte do governo de Atenas confirmou ao jornal City a confiabilidade do documento, especificando que foi entregue ao presidente Karolos Papoulias durante as negociações da semana passada com líderes políticos para chegar à formação de um governo de coalizão.
O ex-primeiro-ministro denunciou um colapso nas receitas fiscais e um relaxamento nos controles de gastos durante a campanha eleitoral do mês passado. Os crescentes temores de instabilidade política e uma possível saída do euro levaram muitos gregos a adiar o pagamento de impostos e a retirada de depósitos dos bancos, disse o FT, acrescentando que as instituições financeiras estimam ter sacado mais de 3 bilhões de euros após as eleições de 6 de maio.