Talvez algo esteja se movendo para desbloquear o trigo ucraniano. Segundo o jornal russo Izvestia e também noticiado pela imprensa ucraniana, Moscovo, Kiev e Turquia teriam chegado a um acordo inicial, ainda que limitado ao porto de Odesa, para favorecer a saída de navios ucranianos com grãos para exportação. Neste quadro, a Turquia deverá atuar como mediadora e garante do acordo, quer porque se comprometerá a desminar o Mar de Azov, quer porque terá depois de escoltar os navios ucranianos até chegarem a águas neutras onde se encontrarão com o Navios russos que os escoltarão até o canal do Bósforo.
Tempestade russa sobre Donbass: possível retirada das tropas ucranianas das "cidades mortas"
Será melhor compreendido nas próximas horas se a hipótese de entendimento para o trigo finalmente pode decolar e possivelmente se estender aos demais portos da costa ucraniana mas a tensão entre Moscou e Kiev permanece muito alto, não apenas porque os ucranianos acusam os russos de roubar seus grãos, mas porque o bombardeio russo em Donbass eles se tornaram asfixiantes. Os russos intensificaram o cerco à cidade de Severodonetsk e continuam a disparar mísseis contra as cidades vizinhas de Slovyansk, Lysychansk e Orikhove.
Até o presidente ucraniano Zelensky teve que admitir que para a Ucrânia, a situação no campo militar tornou-se muito difícil. Em Severodonetsk, as forças ucranianas "mantêm suas posições", mas - reconheceu Zelensky - os soldados russos "são mais numerosos e mais fortes".
O comando ucraniano decidirá em breve o que fazer diante do desastre de Severodonetsk e Lysychansk, agora consideradas "cidades mortas". O mesmo Zelensky não descartou que uma decisão poderia ser tomada retirar as tropas ucranianas em áreas onde a batalha no campo militar agora parece comprometida para Kiev.