comparatilhe

Governo, todos os números do bis: 16 desertores do PDL e 8 do M5S estão prontos

Segundo os últimos boatos filtrados pela Arcore, haveria até 16 senadores à beira da traição, contra os oito que poderiam deixar as fileiras do M5S - Os números da nova maioria estariam aí, mesmo sem contar os novos senadores vitalícios - Mas não é ainda seria uma Letta bis.

Governo, todos os números do bis: 16 desertores do PDL e 8 do M5S estão prontos

Ainda não há crise, mas já é hora de fazer contas. Se o governo de Letta não sobreviver à decadência de Berlusconi, as urnas podem não ser a única solução. A ideia do bis está bem presente no horizonte dos parlamentares, e Renato Brunetta não tem dúvidas: "Com certeza vai acontecer", disse ontem à Câmara o líder do grupo PDL, argumentando que os parlamentares dispostos a trocar de grupo "estão cerca de 20, já sabemos nomes também. No Senado, o que se espera é maioria entre Pd, Sel e os que fugiram do Movimento 5 Estrelas”. 

Brunetta não diz, mas um grupo de desertores pidiellini também pode estar no jogo. Não só isso: de acordo com os últimos rumores filtrados em Arcore, haveria até 16 senadores em odor de traição, contra os oito que poderiam deixar as fileiras do M5S. Esses seriam, em sua maioria, os milagreiros das últimas eleições, senadores que não acreditam em suas chances de voltar ao Palazzo Madama, mesmo assumindo que o partido está disposto a renomeá-los. Resumindo, é melhor trair do que perder o assento.  

Se realmente fosse esse o cenário - considerando que na Câmara, graças ao Porcellum, a centro-esquerda já tem maioria absoluta - os números da Letta bis já estariam adquiridos.

Para a aprovação do Palazzo Madama, são necessários pelo menos 158 votos: somando os 137 do bloco Pd-Scelta cívica aos 24 possíveis desertores e os quatro ex-grillini já passaram para o grupo misto, o resultado é 165. Bastante muito. Nem sequer seria necessário o voto dos quatro senadores vitalícios nomeados na semana passada pelo Chefe de Estado, embora não lhes faltasse o apoio, elevando o total para 169. 

Tudo resolvido, então? Não exatamente. A surpresa poderá vir do Civic Choice: “Já estamos a lutar para nos afirmarmos com o Pd e o Pdl – raciocina o dirigente Mario Monti -, com Vendola e Grillo seria ainda mais complicado. Nós nos beneficiaríamos mais ficando de fora." Não é pouca coisa: subtraídas as 16 cadeiras do SC, a cota bis no Senado cai para 153 votos abaixo do limite da maioria absoluta. 

O Presidente da República, porém, pretende evitar a todo o custo um regresso às urnas antes da reforma eleitoral, e não parece um cenário credível que seja o próprio Monti a determinar a falência do Quirinale. Por outro lado, se o presidente de Bocconi realmente quer se retirar, nem todos os seus senadores estão necessariamente dispostos a segui-lo. 

Qualquer novo governo deve, portanto, ser baseado em um grande grupo de desertores e, por isso mesmo, é improvável que seja realmente uma Letta bis. Do Partido Democrata fizeram saber que o actual Primeiro-Ministro nunca aceitaria liderar um novo Executivo governado por uma maioria tão incerta. O nome mais credenciado para essa função é o de Piero Grasso, hoje presidente do Senado, que poderia organizar uma equipe com mandato reduzido. Reforma eleitoral e lei de estabilidade, eis os dois objetivos do possível governo abarrotado de desertores. 

Comente