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França e Alemanha, PIB entre estagnação e recessão

No segundo trimestre, o PIB alemão registrou contração de 0,2% em relação aos três meses anteriores, ante a expectativa de -0,1% – A França também está pior do que o esperado, registrando o segundo trimestre consecutivo de crescimento estável – Ministro das Finanças corta estimativas do PIB para 2014 e 2014 e revela que o défice ainda será superior a 4%

França e Alemanha, PIB entre estagnação e recessão

Alemanha abaixo de zero, França estável. O revés sofrido pelas duas primeiras economias da Zona Euro, que esta manhã publicaram números decepcionantes sobre o desempenho do PIB no segundo trimestre, é um revés difícil de aceitar.

Especialmente surpreendente os dados alemães: entre abril e junho a locomotiva da Europa registou um crescimento homólogo de 1,2%, mas também uma contração de 0,2% face aos três meses anteriores, resultado pior do que os esperados -0,1% em média pelos analistas. A estimativa é do Instituto Federal de Estatística, que explica a queda com a contribuição negativa do comércio exterior e com a queda dos investimentos.

O resultado obtido no curto prazo é semelhante ao o calculado pelo Istat para a Itália, mas – ao contrário da Alemanha – o nosso país voltou à recessão a nível técnico, uma vez que o crescimento negativo também afetou o primeiro trimestre (-0,1%). Já Berlim, entre Janeiro e Março, registou um crescimento de 0,7%, valor revisto em baixa face aos +0,8% inicialmente comunicados. 

Quanto ao Brasil, o cenário que se desenha é de estagnação, já que Paris conseguiu uma variação zero em relação ao produto interno bruto nos três primeiros meses do ano (quando por sua vez o crescimento foi estável em relação ao período outubro-dezembro de 2013). Também neste caso o resultado fica um pouco abaixo das estimativas dos analistas, que previam um crescimento fracionário de 0,1%. O instituto nacional de estatísticas Inseee aponta que quase todos os motores de crescimento do país estão parados.

Em entrevista publicada hoje no "Le Monde", o ministro das Finanças da França, Michel Sapin, estimou que o PIB nacional fechará 2014 com crescimento de 0,5%, exatamente a metade da meta inicial, fixada em 1%. De qualquer forma, o corte drástico nas previsões ainda pode se mostrar muito otimista, considerando que até o momento o crescimento adquirido do PIB francês é de 0,3%. Sapin também afirma que a França não deve crescer mais de 1% em 2015, enquanto antes a estimativa falava de +1,7%.

O ministro então especificou que um crescimento fraco, aliado a uma inflação baixa, fará com que o déficit público deste ano fique acima de 4%, bem acima dos 3,8% inicialmente estimados. Sapin lançou então um apelo à Europa para que adapte as regras orçamentais e reforce a ação do BCE, trilhando assim um caminho que pode realmente trazer a economia de volta a uma fase expansiva. 

Após a divulgação dos dados do PIB, no início do pregão, a Bolsa de Frankfurt acumula queda de 0,17%, enquanto a de Paris acumula queda de 0,25%. 

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