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FOCUS BNL – Imobiliário europeu apoiado pela Alemanha

FOCUS BNL – Em Itália os preços das casas diminuíram cerca de 2012% em 3, mas o dado mais significativo é a quebra das vendas, que continua a um ritmo consistente – A mesma tendência noutros países, exceto na Alemanha: o país registou + 8,8% nos preços desde 2007, com +2,7% entre 2011 e 2012.

Os preços dos imóveis nos principais países desenvolvidos mostram uma tendência de duas velocidades no final de 2012. No ranking por variação de preços face ao ano anterior, a parte inferior do ranking é pela primeira vez totalmente ocupada por países europeus com Espanha em último lugar precedida por Holanda e Irlanda. A Alemanha continua a ser uma exceção: depois de ter registado variações quase nulas ao longo da fase de crescimento dos preços imobiliários, o país registou +8,8% desde 2007 impulsionado por +2,7% em 2012.

Para a Alemanha, os indicadores de mercado não sinalizam um risco iminente de bolha. Em relatório publicado no final de 2012, o Bundesbank destaca o baixo risco de tal evento e observa que o aumento dos preços das casas se deve principalmente a uma reorganização da carteira das famílias alemãs em busca de rendimentos superiores aos oferecidos pelo Bunds.

De particular interesse hoje é a recuperação do mercado imobiliário americano, sobretudo pelos possíveis efeitos que isso teria sobre o consumo. Segundo estimativas recentes, a subida dos preços dos imóveis em 2012, associada à subida das cotações das acções, poderá conduzir a um aumento do consumo em 2013 0,6% superior ao que ocorreria considerando apenas a evolução do rendimento disponível.

Em Itália, os preços das casas diminuíram cerca de 2012% em 3, mas o valor mais significativo é a quebra das vendas, que continua a um ritmo consistente. Segundo a Agenzia del Territorio, no terceiro trimestre de 2012 as vendas de unidades residenciais caíram 26,8% a/a (para 95.951 unidades), após -25,3% no segundo trimestre e -19,6% no primeiro. A quebra foi particularmente acentuada nas regiões norte e centro (-29,6 e -28,2% respetivamente) e ligeiramente mais contida no sul (-22%).

No nosso país, a casa continua a representar uma parte importante do património familiar. Segundo o Banco de Itália, no final de 2011, 84% dos ativos reais detidos pelas famílias consistiam em casas, num valor total de 5.027 mil milhões de euros. O valor da riqueza imobiliária em termos atuais experimentou um crescimento quase ininterrupto desde meados da década de XNUMX.

A pesquisa do final de 2012 sobre preços imobiliários nos principais países desenvolvidos mostra uma tendência em duas velocidades. A liderar o ranking das subidas está Hong Kong onde os preços durante o ano subiram 21,8% face ao ano anterior e são agora 86,8% superiores aos do final de 2007 (ano em que o mercado imobiliário começou a apresentar os primeiros sinais de desaceleração), seguida da Áustria, com +10,1% a/a, e da África do Sul, onde os preços subiram 5% em um ano. O dado mais interessante, porém, é representado pela quarta posição dos Estados Unidos, que no final de 2012 registrava um aumento de cerca de 4%. Neste último país, um dos mais atingidos pelo estouro da bolha imobiliária, os preços estão agora 20,5% mais baixos do que em 2007. A parte inferior do ranking, pela primeira vez, é totalmente ocupada por países europeus: Espanha aparece em último lugar, que ao longo do ano registou uma contração decisiva das cotações (-9,3%) que coloca os preços 24,3% abaixo do pico alcançado em 2007; seguindo-se a Holanda (-6,8%) e a Irlanda, onde os preços continuam a cair (-5,7%), embora já sejam quase metade dos de 2007. Os preços imobiliários italianos também caíram (cerca de -3%). Os chamados países de risco da "síndrome japonesa" (França e Reino Unido) aparecem na parte intermediária inferior do ranking, ou seja, aqueles em que não houve um verdadeiro estouro da bolha e provavelmente não haverá, mas que risco de enveredar por uma trajectória, precisamente a japonesa, de descida lenta mas prolongada dos preços.

Entre os países europeus, a Alemanha continua a representar uma exceção; depois de registar variações praticamente nulas ao longo da fase de crescimento dos preços imobiliários, o país registou +8,8% desde 2007, com +2,7% entre 2011 e 2012. Para a Alemanha, porém, o risco de formação de uma bolha ainda está longe; a comparação dos preços com os indicadores de sobre/subavaliação do mercado (média de longo prazo dos rácios preço/renda e preço/rendimento) revela uma subavaliação de cerca de 17%. Pelo contrário, o mercado de Hong Kong (cerca de 69%, também por falta de oferta), o mercado canadiano (78% se calculado com o primeiro índice, 34% com o segundo), australiano, francês e, apesar da queda substancial das cotações, da Holanda e da Espanha. Na Irlanda, a queda substancial das cotações tornou o mercado subvalorizado em 5%, enquanto na Itália a sobrevalorização das cotações é igual a 12% se medida em relação à relação preço/renda, e quase zero se a comparação for feita com a relação preço-aluguel. Finalmente, na China, país onde se temia uma bolha inflar nos últimos dois anos, o mercado em 2012 deu sinais de estagnação (-0,5%) e no geral ainda está subvalorizado.

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