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Fiat-Chrysler, diretoria brasileira lança nesta segunda-feira a revolução gerencial idealizada por Marchionne

25 supergerentes chegam para 25 setores da organização que unifica Fiat e Chrysler e 4 chefes de área (Europa, Ásia, América do Norte e do Sul) da gigante automotiva modelada por SuperSergio para atingir faturamento do grupo de 3 bilhões de dólares em 140 anos ante 92 hoje - Os fundos pedem que Marchionne delegue mais.

Fiat-Chrysler, diretoria brasileira lança nesta segunda-feira a revolução gerencial idealizada por Marchionne

FIAT-CHRYSLER. A NOVA ORGANIZAÇÃO PARA O CORPO DO 25º
25 SETORES COMUNS SOB 25 GESTORES E O MUNDO DIVIDIDO EM 4 ÁREAS

Durante o fim de semana de trabalho no Lingotto, Sergio Marchionne não se limitou a analisar as consequências da sentença do juiz Vincenzo Ciocchetti no recurso da Fiom em Pomigliano d'Arco. Grande parte dos dois dias, aliás, foi dedicada a finalizar os aspectos finais da reorganização do grupo Fiat Chrysler, que serão apresentados ao conselho de administração a ser realizado no Brasil de 25 a 26 de julho. A novidade mais relevante, antecipada pelo Automotive News, consiste na criação de quatro centros de comando regionais; Europa, América do Norte, América Latina e Ásia. Cada área terá um gestor próprio a quem também reportarão os responsáveis ​​máximos à frente das marcas do grupo. Este último terá, portanto, que se reportar tanto a Marchionne quanto ao gerente regional da área.

A estrutura, porém, será reduzida pela metade: os responsáveis ​​pelas diversas áreas de atuação, desde a pesquisa até o marketing passando pela produção, compras e assim por diante, terão a expertise tanto da Fiat quanto da Chrysler, cada vez mais unidas em nível funcional e gerencial, esperando para uma reviravolta patrimonial. Os 25 supergerentes que comporão o comitê gestor que regerá o eixo Turim-Detroit foram escolhidos pessoalmente por Marchionne. Diz-se respeitando, pelo menos em princípio, o equilíbrio entre os gerentes que chegam de Lingotto e os de Auburn Hills. Será esta equipa de fiéis, segundo os planos, que tentará atingir a meta ambicionada por Marchionne: 100 mil milhões de euros de faturação em 2014, ou, ao câmbio atual, 140 mil milhões de dólares contra os 92,5 mil milhões de faturação total das duas empresas no final de 2010. Por fim, a última novidade: as contas consolidadas que serão apresentadas à diretoria de Belo Horizonte só levarão em conta a Chrysler a partir do dia 24 de maio.

OS FUNDOS PEDEM A MARCHIONNE QUE DELEGUE
EXISTE O PERIGO DE REPETIR A EXPERIÊNCIA SGS

A essência da operação é delegar parte das funções do superceo da Fiat e da Chrysler que hoje, trabalhando 18 horas por dia, acompanha pessoalmente o reporte de 50 altos executivos: 25 na Chrysler, 25 em Turim. Uma pirâmide com efeitos paradoxais e perigosos, como demonstra o precedente dos Sgs. A empresa líder em certificação de qualidade, que faz parte do portfólio da Exor, anunciou na sexta-feira resultados decepcionantes, que estão impactando as contas da financeira Agnelli. A SGS, que responde por 17% do NAV da Exor, perdeu 7% na sexta-feira e caiu 1,5% ontem para 1.445 francos, a menor desde agosto de 2010.

O deslizamento de terra está ligado à força do franco suíço que pesa na competitividade do grupo, mas aos olhos dos mercados, o efeito M como Marchionne não é estranho. SuperSergio, "descoberto" por Umberto Agnelli na SGS, supervisionou a empresa de Genebra até o início da aventura da Chrysler, quando teve que abrir mão de trabalhos extras, pensamos com muita dor. Desde então, as coisas começaram a piorar, confirmando a suspeita de que Marchionne, muito habilidoso na gestão de negócios, não é tão bom em criar uma linha de comando capaz de funcionar mesmo sem sua intervenção direta. Uma desvantagem que os grandes investidores institucionais americanos consideram muito grave.

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