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Ferragamo, aqui está o IPO do primeiro da classe

O road show, em apenas três dias, obteve reservas para toda a oferta de vendas - A operação no ápice de uma história de sucesso - A fortíssima marca começou como feminina, mas agora a moda masculina representa 40% das receitas – Ásia-Pacífico (excluindo Japão) em alta graças à China: +42,3% em 2010

Ferragamo, aqui está o IPO do primeiro da classe

Uma marca fortíssima, só da Ferragamo, grupo florentino de roupas de luxo sem segundas linhas, conhecido no mundo todo e 99% made in Italy. Este é um dos pontos fortes da empresa, como explicou o CEO Michele Norsa ontem em Milão, por ocasião do road show para a oferta pública de ações ordinárias em vista da listagem na Piazza Affari.

Nascida como uma marca feminina, hoje a Ferragamo vende produtos para homens por 40% de seu faturamento. E em alguns países, México por exemplo, a moda masculina representa mais da metade do faturamento.

Para a empresa presidida por Ferruccio Ferragamo, que lembrou que já são mais de 70 os descendentes de seus pais e fundadores da maison (o último nasceu há poucos dias), a América representa o primeiro mercado, enquanto outras áreas do mundo estão crescendo rapidamente. A Ásia-Pacífico já alcançou uma participação de 34%. Desde 1993, quando entrou no mercado chinês com a abertura de um espaço em Xangai, já são 55 lojas na China, distribuídas em 32 cidades diferentes. Na Austrália, para citar um mercado recente, são 17 lojas administradas diretamente, outras cinco no Vietnã, depois Indonésia, Índia e assim por diante. A meta, explicou Norsa, é abrir de 10 a 15 novas lojas por ano na China, outras cinco ou seis na Europa e depois novamente na América Latina, totalizando cerca de trinta aberturas por ano.

"Mas a arma estratégica - acrescentou - será também a do e-commerce que hoje ainda representa uma quota limitada (menos de 10% das vendas) mas está destinada a penetrar rapidamente entre a clientela mais jovem, que representa a grande força do futuro".

“O grande sonho do meu pai – dizia Ferruccio Ferragamo – era poder vestir as clientes da cabeça aos pés”. Sim, porque o sucesso de Salvatore começou em Hollywood fazendo sapatos para divas. Este sonho, hoje plenamente realizado, levou a empresa a faturar 781,6 milhões de euros em 2010, com um resultado líquido de 60,8 milhões (7,8%). No primeiro trimestre deste ano, o volume de negócios ascendeu a 210,4 milhões (+27,5 face ao primeiro trimestre de 2010), com um Ebitda de 23,7 milhões (+38,3%) e um resultado líquido a crescer 43,5% para 15,5 milhões.

Quanto às áreas geográficas, destacam-se os aumentos das vendas no mercado europeu (+31,5%) e na zona da Ásia-Pacífico (excluindo Japão), que registaram um aumento de 42,3%. Crescimento positivo também no mercado japonês, apesar das consequências do dramático terremoto.

Em apenas três dias, o road show obteve reservas para toda a oferta de venda (os preços variam entre um mínimo não vinculativo de 8 euros e um máximo vinculativo de 10,50 euros por ação, equivalente a uma capitalização da empresa entre 1.3 e 1.7 mil milhões de euros). Depois de Londres e Milão, as próximas paradas serão Paris, Boston, novamente Londres e depois os outros principais centros financeiros. Até o fechamento do IPO previsto para 23 de junho de 2011.

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